segunda-feira, 26 de abril de 2021

Quais janelas foram fechadas e quais janelas estão abertas ou podemos abrir?

 

Quais janelas foram fechadas e quais janelas estão abertas ou podemos abrir?

Isolamento social é necessário! E por isso estamos impedidos de circular, aglomerar, abraçar, beijar, pegar no colo, visitar, encontrar pessoalmente, etc. Somos seres de contato, do convívio pessoal. Nós seres humanos, somos seres grupais!

E neste momento, uma de nossas principais características encontra-se suspensa, em stand by, fazendo-nos repensar quem somos. Afinal, o que está acontecendo? Por que está acontecendo? Para onde tudo isso nos levará? Quanto tempo isso irá durar? E tantas outras perguntas.

Já sabemos que ninguém está imune ao coronavírus, mas que alguns grupos serão mais vulneráveis a ele, podendo levar a consequências fatais. A forma de nos defendermos passou a ser um exercício coletivo de proteção. Estamos todos sendo instruídos a nos unirmos para melhor enfrentarmos o vírus, fazê-lo circular o mínimo possível até que surjam formas efetivas de eliminá-lo, como vacina e medicamentos.

Com isso em mente, proteger a nós mesmos passou a ser proteger o outro. Os cuidados são inúmeros, a ponto de ficarmos perdidos nesse “novo normal”. Pois, em geral, nosso processo de aprendizagem parte da busca de registros já existentes, porém na atual situação, esse método não está sendo muito eficaz, já que nunca vivemos nada parecido e estamos tendo que adaptar toda uma realidade de forma extremamente rápida.

As pandemias se caracterizam pelo caos social e mudanças de comportamento, e no caso da Covid-19, a rápida disseminação de informações sem discriminação do que é verdadeiro e factível, daquilo que é falso ou não comprovado cientificamente, vem de todos os lados e fontes. Com isso podemos dizer que estamos rodeados de informações místicas, religiosas e também científicas.

Todos tentando encontrar uma explicação que determine “nossa salvação” ou ainda alguém ou algo que assuma aquela posição tão conhecida das crianças, de encarregar uma autoridade – como os pais – para darem conta. Na vida adulta tendemos a repetir essa busca, mas hoje está difícil que esse papel seja ocupado. Nosso desejo seria que a ciência pudesse ocupar esse papel de autoridade, porém nem mesmo ela está sendo tão efetiva e rápida como estamos desejando. O fato é que percebemos que um vírus pode ser maior do que nós, apesar de seu tamanho microscópico.

Temos aprendido durante o processo, e conjuntamente com os cientistas. Suas tentativas estão acontecendo mundo afora e, enquanto isso, estamos seguindo algumas novas normas de convívio e higiene, buscando minimizar os efeitos e perdas. Perdas não só de entes queridos e conhecidos, mas perdas em geral, de espaço, de tempo, de planos e de certezas.

Como devemos nos posicionar diante do momento atual? Qual nossa parte? 

Temos que pensar e nos reprogramar, olhar e buscar a garantia de conquistas fundamentais. Algo como encontrar novos significados, reconfigurar parâmetros, redefinir metas e aprender novas formas de convivência. 

O tempo passou a ser, aparentemente, algo a ser reconsiderado a partir de agora. Teremos que buscar através da criatividade outras formas de configurá-lo. Algo novo, respostas novas! Parece fácil, não é? Mas só parece!

Mudar, readaptar-se à situação exige alternativas, e muitas vezes não queremos a mudança, queremos voltar ao jeito anterior. Se existe algo que já aprendemos com tudo isso, além de que precisamos contar uns com os outros, é que não voltaremos para o mesmo lugar. Talvez isso gere desconforto, porém também estamos nos dando conta que tudo isso poderá nos levar a um lugar melhor. Querendo ou não, as mudanças estão acontecendo!

Dizem que o planeta está melhor. Que nosso afastamento tem gerado frutos importantes na vida dos outros seres que aqui habitam. Mares, rios, florestas, animais, ar, todos estão demonstrando aspectos positivos. Ganhos nossos indiretos, pelo simples fato de nos afastarmos! 

Os artistas que tão bem encontram alternativa para sublimar conflitos estão, a partir de suas casas, entrando nas nossas, para nos proporcionar espetáculos nunca vividos antes. Outros têm levado sua arte em caminhões que cruzam as ruas desertas e enchem as varandas e janelas de espectadores. As pessoas passaram a se relacionar de suas sacadas, ou fazem reuniões virtuais, encontrando assim possibilidades de reencontros. Todos encontrando um jeito de se reinventar, de casa!

Trabalhos voluntários estão fazendo chegar àqueles que tinham pouco ou nenhum acesso, alimento, vestuário, atendimento médico, psicológico. Nós mesmas, estamos participando de atendimentos voluntários, na modalidade remota. 

As famílias estão convivendo, como muitas vezes não tinham oportunidade de fazer, e descobrindo que nem sempre é fácil estar junto no mesmo ambiente por tanto tempo. Pais e mães estão tendo que agregar trabalhos home office, com aulas online dos filhos, brincadeiras, afazeres domésticos; tudo ao mesmo tempo e em um mesmo espaço. Outras famílias estão se unindo para encontrar formas de suprir o desemprego com alguma atividade extra. E, junto a tudo isso, todos administrando as dificuldades oriundas dos relacionamentos, naturais do convívio. 

Estamos nos reservando a falar sobre os problemas mais comuns, mas temos ainda problemas extremos, aqueles que deflagram a violência doméstica, o aumento da ingestão de álcool e drogas ― problemas que se intensificaram com o isolamento. E as redes sociais que estão à disposição para nos ajudar a suprir parte importante das perdas, estão também colocando nossas crianças diante de mais riscos. 

Enfim, há um grande exercício de tolerância e esforço de todos. Nossa consciência deve estar atenta, pois somente ficar em casa não nos garante cuidados absolutos! Nunca estivemos tão próximos e empenhados numa tarefa conjunta. Contamos com a solidariedade e a praticamos.

Atentemos aos avós que antes eram, além de figuras amorosas, também muito úteis como “braços” na ajuda de dar conta das necessidades dos netos. Hoje estão resguardados em suas casas, recebendo visitas virtuais. E os que moram sozinhos, talvez nunca tenham estado nas chamadas online, como atualmente. 

E seguimos pensando no tempo! Quanto tempo? Como ocupá-lo, como organizá-lo?

Cada um terá que descobrir, mas isso nos fez lembrar do filme Feitiço do Tempo (1993), no qual o personagem principal acorda sempre no mesmo dia. No início resistiu a acreditar, irritou-se muito, brigou com todos e principalmente com ele mesmo, até que resolveu aproveitar para fazer algo diferente e desta forma, algum tempo depois acordou no dia seguinte. 

Esse simbolismo pode ser a mensagem central: “O que podemos fazer enquanto não acordamos no dia seguinte?”, ou ainda: “O que podemos fazer para conseguirmos acordar no dia seguinte?”.

Apesar desta pergunta estar clara agora, podemos dizer que algumas citações acima demonstram que já começamos a aproveitar estes novos tempos. Afinal, estamos quebrando alguns tabus e como tal sempre se abrem muitas perguntas. Algumas respostas somente virão com o tempo, a partir de muito estudo, investigação e reflexão.

Entretanto, acreditamos que a saúde mental poderá contribuir muito para este “acordar”. Um dos aspectos para este enfrentamento necessitará da condição mental de cada um. Momentos de crise como este, onde muitas emoções se acumulam, fica mais complicado lidarmos sozinhos. Os adultos estão mais aparelhados para administrarem tais momentos, porém muitos precisam dar conta de seus filhos, que por sua vez necessitam de um ambiente acolhedor.

Para tanto, esses adultos precisam estar bem. Todos estamos expostos às consequências do que estamos vivendo. Afinal, estamos diante da consciência de uma finitude possível e de ameaças reais, com isso temos que lidar com medos, ansiedades, preocupações e incertezas, nossas e de outros. As emoções estão em estado de ebulição, novos pensares, novas constatações vão ocupando ou se juntando a espaços antigos.

Sabemos que estamos vivendo algo comum a todos e podemos comprovar à medida que olhamos de longe, porque ao olharmos de perto veremos que a intensidade e o sentir desse novo momento podem ser distintos. Os barcos são vários, apresentam diferentes tamanhos, velocidades etc., mas com certeza estamos todos na mesma tempestade!

Para tanto, nós profissionais da Psicologia, que também estamos juntos vivendo essa pandemia, precisamos igualmente nos reinventar e nos adaptar para podermos continuar ajudando os nossos pacientes e seus familiares. Nossas consultas presenciais, tão conhecidas por todos, nesse momento, não estão recomendadas, e, portanto, nossa atividade profissional está acontecendo através da modalidade online.

Modalidade esta que não é novidade, a própria Psicologia Viva está aí para comprovar o dito e também a necessidade. No entanto, o momento atual abre e amplia este formato: podemos dizer que estamos chegando mais longe, na casa de muitos.

Juntos chegaremos num lugar novo, aliás ele está aí, teremos baixas, teremos desacomodações, teremos descobertas e precisaremos uns dos outros. As crianças, que muito mais futuro têm pela frente, precisam ser cuidadas e acompanhadas nessas vivências, para poderem entender, segundo sua linguagem, o que estamos passando. Sem muita exposição às angústias, mas sem negações. Pois serão elas as que no futuro terão que ser capazes de lidar com o novo. Algo dos registros que estamos fazendo será importante para que as gerações seguintes estejam habilitadas a enfrentar os novos momentos que virão. 

Como civilização, teremos que estar conscientes do nosso tamanho, nosso papel, nossas capacidades como habitantes de um espaço onde outros também habitam. Além desta percepção também saberemos que juntos somos mais fortes e que pensar no próximo é também a garantia de ter um lugar no pensamento do outro. 

Serve lembrar que conforto, aconchego, colo, carinho, abraço seguem sendo “alimentos” fundamentais da alma, sejam eles físicos ou virtuais.

Por isso, cuidar da nossa saúde e da dos demais é cuidar do corpo e da mente, eles são elementos de um ser!

quarta-feira, 21 de abril de 2021

DIGO SEMPRE: FAÇA UMA HORTA. OLHA SÓ O QUE ENCONTREI.

VIVEIRISTA DE PLANTAS E FLORES - Pronatec – IFPR


http://pronatec.ifpr.edu.br/wp-content/uploads/2012/07/vpf1.pdf

https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/77778/1/doc-283.pdf


 Por Thiago Tadeu Campos*


https://ciclovivo.com.br 


mao-na-massa/horta/aprenda-como-enraizar-plantas-na-agua/


Produzir mudas através de uma técnica simples de enraizamento de plantas em água pode ser um bom aliado para manter seus vasos e hortas sempre renovados. O método, conhecido como estaquia, pode ser feito com galhos ou folhas.

A reprodução de plantas pode ser feita tanto através de sementes, como utilizando o processo vegetativo, onde é possível obter novos exemplares a partir de uma parte específica da planta, como estacas de galhos, folhas e rebentos. Em algumas espécies, o enraizamento na água ocorre com maior facilidade. Vale lembrar que o enraizamento de plantas na água é um método diferente do processo da hidroponia.

Como enraizar as plantas na água

A metodologia é bastante simples, no entanto, existem algumas etapas e cuidados a serem tomados para que você tenha sucesso na reprodução de suas mudas. Veja então o passo a passo:

Passo 1: Escolha uma planta adulta e saudável. O processo de enraizamento na água funciona bem com a maioria das hortaliças de caule macio. Já as plantas com caules fibrosos como o alecrim, por exemplo, a técnica de estaquia funciona melhor quando aplicada diretamente na terra ou no substrato.

Passo 2: Faça a rega da planta escolhida pela manhã ou no final do dia. Aguarde por uma hora após a rega para que o caule tenha uma boa reserva de água. Logo depois, corte galhos com tamanho entre 10 e 15 centímetros, caso for muda de manjericão ou hortelã, o tamanho pode ser entre 5 e 8 centímetros.

Passo 3: Escolha um recipiente de vidro, como um copo, uma jarra ou um vaso, lave-os bem e encha com água limpa.

Passo 4: Coloque os galhos no recipiente e observe até onde a água encosta. Então, retire o galho e retire as folhas da parte do caule que for ficar submersa para que as folhas não apodreçam. Depois, acomode-os novamente no recipiente.

Passo 5: Coloque o recipiente em um local fresco apenas com luminosidade, protegidos do sol. Troque a água a cada 3 dias, evitando que a água fique turva e também a proliferação de mosquitos.

Manjericão criando raiz na água
Manjericão criando raízes na água | Foto: iStock

Plantas que enraízam com mais facilidade

As estacas macias, como as da cebolinha, enraízam com maior facilidade pois a espécie tem muita facilidade de emitir raízes usando esta metodologia. Outros exemplos de cultivos são:

  • hortelã
  • manjericão
  • salsinha
  • melissa
  • orégano
  • stevia
  • sálvia
  • tomilho

As espécies semi-lenhosas, como o alecrim, também são capazes de enraizar na água, porém o processo leva mais de tempo.

ervas aromáticas em jarras de vidro e água
Ervas aromáticas podem ser facilmente reproduzidas pelo método | Foto: iStock

Tempo de enraizamento

O tempo de enraizamento das plantas é geralmente entre 7 e 15 dias, contudo, ele vai variar de acordo com a espécie. O manjericão, por exemplo, por ter caule mais macio, enraíza mais rápido que a hortelã.

Faça suas mudas

Agora que você aprendeu como enraizar plantas em água, você já pode preparar suas mudas e fazer sua horta. Quando o caule estiver com raízes fortes e longas, este é o momento de levar as mudas para o plantio! A partir da água, você pode preparar mudas usando esta técnica, e também é possível cultivar as hortaliças através da hidroponia.

*Thiago Tadeu Campos é Especialista em Agricultura Orgânica e colunista do CicloVivo, clique aqui para ver todos os seus artigos.

terça-feira, 20 de abril de 2021

FOLHA VERDE: PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES

FOLHA VERDE: PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES



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PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES

Xanana Turnera ulmifolia (L.). Erva que aparece no período chuvoso naqueles terrenos compactados. Boa produtora de própolis e portanto indicada como suporte apícola. Tem uso medicinal popular, que está sendo validado por várias pesquisas científicas.
Além de ser recuperadora de solos degradados mediante o enraizamento que conduz água ao interior, melhorando a infiltraçao e diminuindo impacto das chuvas bem como reduzindo o escoamento superficial, areja e incrementa a micro-vida dos solos.
Sua beleza é fundamental  na paisagem.



FOLHA VERDE: PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES

FOLHA VERDE: PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES: Xanana Turnera ulmifolia (L.). Erva que aparece no período chuvoso naqueles terrenos compactados. Boa produtora de própolis e portanto indic...

sexta-feira, 9 de abril de 2021

 O Poder dos Sonhos

terça-feira, 2 de novembro de 2010

ORAÇÃO DE GANDHI - IMAGEM - CÉU MATINAL - CANGUÇU - RS - BRASIL


Oração de Gandhi

"Senhor, ajuda-me a dizer a verdade diante dos fortes e a não dizer mentiras para ganhar o aplauso dos fracos.

Se me dás fortuna, não me tires a razão. Se me dás sucesso, não me tires a humildade.

Se me dás humildade, não me tires a dignidade.

Ajuda-me a enxergar o outro lado da moeda. Não me deixes acusar o outro por traição aos demais, apenas por não pensar igual a mim.

Ensina-me a amar os outros como a mim mesmo.

Não deixes que me torne orgulhoso, se triunfo; nem cair em desespero se fracasso.

Mas recorda-me que o fracasso é a experiência que precede o triunfo.

Ensina-me que perdoar é um sinal de grandeza e que a vingança é um sinal de baixeza.

Se não me deres o êxito, dá-me forças para aprender com o fracasso.

Se eu ofender as pessoas, dá-me coragem para desculpar-me

 E se as pessoas me ofenderem, dá-me grandeza para perdoar-lhes.

Senhor, se eu me esquecer de Ti, nunca Te esqueças de mim."

Gandhi


http://omelhordosblogues1.blogspot.com/2007/09/orao-de-gandhi.html

No blog: 
Asas da Montanha

Imagem: Céu Matinal - Canguçu, RS, Brasil
Foto: Loila Teresinha Cunha de Matos

quarta-feira, 7 de abril de 2021

Dicas de Cozinha Que Poupam Tempo e Dinheiro!

Dicas de Cozinha Que Poupam Tempo e Dinheiro!


 Envolva aipo e brócolis em papel-alumínio

Se você envolver brócolis e aipo em papel alumínio, poderá conservá-los até por um mês. Isso ocorre porque o alumínio permite reter a umidade natural dos vegetais e, portanto duram por mais tempo.
XXX



Conserve a 
alface coberta com papel absorvente
Diferente do aipo e do brócolis, a alface não necessita de água para conservar-se. Por isso, se você colocá-la em um saco que dê para fechar, enrolada em papel-toalha, poderá ter alface fresca e crocante em todas as suas saladas.
fim

quarta-feira, 31 de março de 2021

HONESTIDADE - PALAVRAS DE RAUL TEIXEIRA

 

             Vida  e Valores 

                  - HONESTIDADE - 
Na nossa vida diária, é muito importante a relação que estabelecemos com os outros. O nosso próximo, sem dúvida alguma, é a extensão de nós mesmos e, por causa disto, temos que convir quanto à importância desse relacionamento social.

Ouve-se falar dos períodos, das fases em que o mundo é provocado pelos atos negativos, pela desonestidade, pelo desplante, pelo antiético ou pelo imoral.

Naturalmente que, quando pensamos nessas coisas, avaliamos todos esses fenômenos relacionados aos outros: Fulano, Beltrano, Cicrano são desonestos.

Mas, em que se constitui a desonestidade?

A princípio, poderemos pensar que a desonestidade seja o indivíduo furtar, roubar, tornar-se um criminoso, um traficante, alguma coisa que agrida a estrutura da sociedade, alguma coisa que denigra a condição humana.

Dizemos que esse indivíduo é desonesto. Alguém que fraude alguma coisa, fraude o imposto de renda, fraude os compromissos que tem que cumprir, minta para não dar conta dos seus deveres. Chamamos essa pessoa de desonesta.

E quase nunca nos apercebemos relativamente ao nosso próprio grau de desonestidade.

No entanto, mais importante do que refletirmos em torno da desonestidade, será falarmos a respeito da virtude oposta, que é a honestidade.

Parece que o velho Rui Barbosa, na sua época, previu um fenômeno que hoje estamos vivenciando. Dizia o Águia de Haia que chegaria um tempo em que o desplante antiético e imoral seria de tal nível que o indivíduo, que o homem teria vergonha de ser honesto.

Parece-nos que isto vem acontecendo cada dia com maior intensidade. As pessoas, de modo geral, passaram a desejar se nivelar por baixo. Parece que, para muita gente, o bom é nivelar-se pelo inferior.

Parece que é feio a pessoa ser digna, ser nobre, ser boa. Quando o indivíduo é do bem se diz que ele é moralista e passamos a ter uma vergonha enorme de ser moralista, como se moralista fosse um palavrão, como se ser moralista fosse uma ofensa. E, desse modo, vamos abrindo mão dessa prerrogativa de ser honesto.

Então se vê quanto a garotada, a juventude sem muito boa orientação, gosta de acompanhar os seus ídolos desonestos. Os ídolos dos filmes, da criminalidade, os bandidos da tela.

Certamente, isso merece a nossa observação cuidadosa, isso merece nossos olhos atentos para que possamos orientar a nossa criança e o nosso jovem para os valores da honestidade.

A virtude da honestidade é fundamentalmente a virtude da coerência. Ninguém pode ser honesto se não for coerente.

E nos perguntamos: Mas o indivíduo será honesto por quê? Será honesto para quê?

Deveremos viver a honestidade porque a honestidade nos confere harmonia interior, paz de consciência. É a honestidade que nos faz viver harmonicamente com a sociedade dos justos, dos bons, dos equilibrados, daqueles que são indivíduos do bem.

Todo processo de honestidade então reclamará a nossa coerência, e é essa coerência que deve tomar a nossa atenção. Todas as pessoas costumam ter aquilo que chamamos de sua escala de valores.

Há indivíduos para os quais seus valores maiores se acham nas coisas materiais, nas coisas imediatistas. Há aqueles que admitem que seus valores primordiais devem se encontrar nas questões sensíveis, nas questões psíquicas, espirituais, afetivas.

Aí, então, encontramos o fio da navalha., É exatamente aí que muita gente se fere, é exatamente aí que muita gente se corta, porque a honestidade, sendo a virtude da coerência, propõe que estabeleçamos uma escala de valores, e nessa escala de valores nós pontuaremos no topo, colocaremos na cabeceira aquilo que é mais importante para nós, aquilo que mais desejamos perseguir na nossa vida. E,a partir disto,teremos um incentivo a mais para vivenciar a honestidade.

*   *   *

A partir dessa concepção de que todos precisamos ter uma escala de valores e,
quer tenhamos consciência disso ou não, todos temos a nossa escala de valores, passamos a verificar que a honestidade precisa começar por nós.

Devemos aprender a ser honestos conosco mesmos. Mas, o que seria essa honestidade auto vivenciada, vivenciada conosco mesmos?

Fundamentalmente deveríamos aprender a vivenciar, a pôr em prática as verdades que vamos conhecendo gradativamente. Ninguém consegue colocar em prática, da noite para o dia, um novo ensinamento, uma nova proposta moral.

Aprendemos que, primeiro se desenvolve esse aspecto intelectual da vida. Primeiro aprendemos coisas em nível intelectual e depois, com essa experiência que o intelecto vai nos dando, conseguimos colocar em prática pouco a pouco.

É por isso que vemos muita gente religiosa, que vive de forma estranhíssima. Vemos muitos médicos pneumologistas que fumam. Encontramos pessoas que tratam da mente dos outros, enlouquecendo a própria mente através dos expedientes mais estranhos.

Encontramos as criaturas que se entregam às drogas. O tabaco é uma droga. Mas eles ensinam para os outros como manter a saúde, eles pedem a Deus que lhes preserve a saúde, eles pedem a Deus que lhes dê saúde.

A honestidade é a virtude da coerência. Mas, como pode ser coerente uma pessoa que pede a Deus saúde e queima saúde na ponta dos cigarros, dos charutos, dos cachimbos?

Como pode ser coerente uma pessoa que pede a Deus equilíbrio e se encharca de alcoólicos que o faz perder a lucidez?

Como pode alguém pedir a Deus paz na Terra, paz para si, para a sociedade, se tem os nervos à flor da pele; se é uma pessoa de pavio curto; se não suporta ouvir nada de ninguém; nada que a contrarie; se é uma pessoa que somente gosta de ouvir elogios? Ela é completamente desfocada da coerência.

Desse modo, é importantíssimo que aprendamos a ser honestos conosco. Aqueles princípios já aprendidos, e que são positivos para nossa vida, vamos começar a fazer esforços para colocá-los em atuação.

É natural, teremos que fazer esforços. Somos Espíritos que provimos de um passado muito remoto, de muitos equívocos diante da consciência, muitos erros, muita tragédia que realizamos conosco mesmos e com os outros.

Agora, que estamos desejosos de nos voltar para o bem, para o amor, para a luz, aprendamos gradativamente a ter essa coerência, a vivenciar o bem que  pregamos para os outros, a atuar na paz que queremos para o mundo, a participar desse movimento de renovação do nosso planeta. E isto significa ser honesto com os nossos princípios.

A honestidade não será somente a criatura não roubar, não furtar, não matar, não mentir. Começaremos a ver que quem é capaz de mentir, de fraudar, de denegrir, de caluniar, será capaz de roubar, porque já começa por roubar a paz dos outros, por roubar o espaço do outro.

Toda criatura que é capaz de iludir as pessoas, de contar vantagens para tirar proveito,  será capaz de matar,  será capaz de sequestrar porque quem não é fiel no mínimo, como ensinou Jesus Cristo, nunca conseguirá ser fiel no máximo.

Se  não conseguimos ser fiéis nas coisas que estão mais facilmente sob o nosso controle, será muito difícil controlar as coisas que nos exijam muito mais sacrifício.

É importantíssimo verificar que, nesses dias tumultuados do planeta,  sentimos a necessidade da honestidade.

Quando sentirmos alguma coisa em relação a alguém, boa ou não, digamos a esse alguém e não ao entorno, nos trabalhos da intriga, da maledicência, da fofoca: Fulano, não gostei do que você fez. Beltrano, por que você fez isto comigo? Qual era a sua intenção?

Mas, quando gostarmos, também tenhamos a grandeza de dizer: Muito obrigado. Meus parabéns. Você foi muito feliz e me fez muito bem.

A honestidade é essa virtude que não teme dizer sim, e nem teme dizer não.

É por isto que Jesus indaga aos Apóstolos: Que vínheis discorrendo pelos caminhos?[Marcos, 9:33]

E, na Epístola aos Efésios [V, 8 e 15], o Apóstolo Paulo assevera: Vede prudentemente como andais. Andai como filhos da luz.

E todo filho da luz, todo ser lucigênito, não pode andar sem espalhar claridade. Isto é ser honesto.

  Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 137,
 apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da
Federação Espírita do Paraná. Programa gravado
 em abril  de 2008. Exibido pela NET, Canal 20,
Curitiba, no dia 26.04.2009.
 Em 27.07.2009.


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