quarta-feira, 24 de abril de 2019

DÊ ATENÇÃO E RECEBERÁ ATENÇÃO. <=SENTA QUE LÁ VEM HISTORIA!!!.=>

Narra um psicólogo que um casal trouxe o filho ao seu consultório. Garoto de quatorze anos, cabeludo, foi descrito pelos pais como um terrível problema. Ele já havia fugido de casa inúmeras vezes, só retornando ao lar por interferência policial.
O relacionamento entre pais e filho era muito ruim. A mãe chorosa disse ao psicólogo que não sabia mais o que fazer. Tudo que ela e o marido podiam, davam ao filho. Ele não tinha do que reclamar. Roupas, carro, dinheiro, viagens. E o comportamento não melhorava.
O terapeuta iniciou uma série de sessões com o adolescente. Depois de algum tempo, conquistou a sua confiança e o jovem contou o seu drama emocional:
Meus pais não ligam para mim. Dão coisas para mim, até o que nem quero. Mas, nunca fazemos alguma coisa juntos.
Quando tento falar com meu pai, ele nem me olha. Muito menos me escuta. 
Já vai perguntando se eu quero mais dinheiro. Minha mãe vive a me criticar o cabelo, o brinco na orelha, mas nunca me ouve.
Estava descoberto o problema. A causa da rebeldia do garoto chamava-se rejeição. Os pais lhe davam coisas materiais mas não se doavam a ele, em momento algum.
Psiquiatras, psicólogos, educadores e religiosos já se posicionaram, oportunamente, dizendo que a melhor atitude pessoal para ajudar alguém em dificuldade, e em especial a juventude, é o domínio da arte de prestar atenção. O que quer dizer, se interessar pela pessoa.
Ouvir como quem deseja mesmo se inteirar do problema. Observar atitudes que estejam a dizer: olhem para mim.
Isso porque toda criatura humana sente necessidade de ser ouvida. A ausência dessa atenção causa muitos problemas psicológicos a crianças, jovens e adultos.
Em verdade, a criança manhosa que fica puxando a saia da mãe ou o braço do pai, o adolescente revoltado, o desordeiro, até um determinado ponto estão gritando: eu quero a atenção de vocês.
E quem de nós não pode ceder alguns minutos para ouvir? Quando Anne Sullivan encontrou a menina Helen Keller, cega, surda e muda, ela parecia em seus seis anos de idade um animal selvagem. Fechada em seu mundo, sem conseguir ser entendida, quando não faziam aquilo que ela queria, dava beliscões, pontapés, mordidas.
Anne Sullivan realizou o milagre dando-lhe atenção. Atenção apoiada em afeição, motivada pelo interesse.
Anos mais tarde, Helen Keller escrevia em suas memórias: “senti passos que se aproximavam. Estirei a mão, e alguém a pegou, fui levantada e segura pelos braços daquela que, vindo para me revelar todas as coisas, viera, acima de tudo, para me querer bem.
Registrem na memória essa relíquia de pensamento: a moeda de ouro da atenção – aprendam a dá-la graciosa e alegremente, que os dividendos hão de voltar, derramando-se em vocês.”
 *** 
Todos os seres humanos têm necessidade de segurança na jornada carnal, cheia de percalços.
Os pais, os educadores, os adultos em geral são modelos para a criança, que os amará, copiando suas atitudes ou os detestará, também incorporando inconscientemente sua maneira de ser.
O carinho na infância, o amor e a ternura, ao lado do respeito à criança são fundamentais para uma vida saudável.
Não esqueçamos que os seres humanos que compõem a nossa sociedade, com seus diversos comportamentos, são a resultante da educação na família e do seu nível de consciência individual.

Fonte: 
Revista Presença Espírita nº 219 de jul/ago de 2000 pág. 14 – Os benefícios da atenção de José Ferraz




Boas maneiras

Boas maneiras
A cansada ex-professora se encaminhou ao caixa do supermercado. Sua perna esquerda doía e ela esperava ter tomado todos os comprimidos do dia. Um para pressão alta, outro para a tonteira e outros tantos para as suas demais enfermidades.
Pensando em sua vida, agradeceu a Deus por ter se aposentado há alguns anos, porque sentia que não tinha mais energia para ensinar.
Antes de chegar na fila do caixa, viu um rapaz com quatro crianças e a esposa grávida. Ela não pôde deixar de notar a tatuagem em seu pescoço.
Logo deduziu que ele estivera preso. Aquele tipo de tatuagem parecia muito próprio de presidiários.
Continuou a observá-lo. Ele vestia camiseta branca e calças largas. Trazia o cabelo raspado.
Pensou que ele era membro de uma gangue. E por isso, tentou deixar que o homem passasse na sua frente, na fila.
Você pode ir primeiro. – Ofereceu.
Não, a senhora primeiro. – Insistiu ele.
Ela ainda disse que ele estava com crianças e a mulher grávida. Era justo que fosse atendido antes.
Com um gesto largo e um sorriso, ele indicou o caminho para a ex-professora e disse:
Por favor, adiante-se. Devemos respeitar os mais velhos.
Ela aceitou e caminhou, mancando, na frente dele. A professora que ainda existia nela não pôde desperdiçar o momento. Virando-se para ele, perguntou:
Quem lhe ensinou boas maneiras?
O homem respondeu rápido: A senhora, professora, na terceira série.
*   *   *
Todo professor é um semeador. Exatamente como na parábola narrada pelo Mestre Jesus, algumas sementes poderão cair à beira do caminho, serem pisadas e comidas pelas aves do céu.
Poderão cair sobre pedras e, por não terem raízes, após um tempo, fenecerem.
Ou então cair entre espinhos e por eles serem sufocadas. Mas as que caem em terra boa, crescem e dão frutos.
Como toda semente é única, uma dará frutos à proporção de trinta por um, outra cinquenta por um e outra ainda setenta e cem por um.
O importante é se saber que toda semente lançada ao solo, cedo ou tarde, frutifica. Por isso mesmo, todos somos convidados a semear a boa semente, sem a preocupação da colheita.
Às vezes, enquanto semeamos pode nos parecer que tudo é vão, mas os conceitos de honestidade, respeito, dignidade, que lançarmos ao solo da infância, algum dia se manifestarão.
Assim, não nos cansemos de ensinar e exemplificar. O tempo transcorrerá, muitas situações haverão de se modificar. Contudo, a boa semente permanece no coração e rende frutos.
*   *   *
A aparente inocência da infância oculta bagagens alicerçadas ao largo de séculos de existências.
Dessa forma, educá-la significa trabalhar para podar ou inibir a ação dos elementos perniciosos trazidos em sua intimidade.
Ao mesmo tempo, incentivar as conquistas felizes, maduras e nobres.
A infância bem educada dará ensejo à juventude bem estruturada, em termos gerais. Essa, por sua vez, propiciará o surgimento de uma sociedade de adultos honrados, honestos, fraternos.
Em resumo, um mundo melhor.
Redação do Momento Espírita com 
base em texto de autor ignorado.
Em 27.1.2015.



FILHA - MÚSICA DE RICK E RENNER





terça-feira, 23 de abril de 2019

A ARTE DE VIVER JUNTOS



TEXTO DO LIVRO

AMAR PODE DAR CERTO
Roberto Shinyashiki &
Eliana Bittencourt Dumêt



A ARTE DE VIVER JUNTOS
Quem trai seu amor por vaidade é um desconhecedor
da liberdade, dessa imensa, indizível liberdade que
traz um só amor
VINICIUS DE MORAES
Muitas pessoas formam um casal pensando que vão iniciar uma
grande brincadeira cujo objetivo maior é o prazer. A experiência mostra
que aqueles que pensam apenas no gozo são os que mais sofrem numa
relação. Depois de algum tempo vêm as insatisfações, as frustrações, as
cobranças, a rotina e o tédio. A pessoa se sente como um peixe apanhado
no anzol: tentou comer a minhoca e acabou virando comida de pescador!
Quando duas pessoas desejam se unir, devem criar um espaço no
qual possam desenvolver a capacidade de viver a dois, buscar soluções
criativas à medida que os obstáculos aparecem e aprender a desfrutar
todas as for mas de viver com amor.
Após a grande liberação sexual dos anos 60 e 70, ficou fácil para as
pessoas se encontrar e ter relacionamentos ocasionais, em que aliviam as
tensões, conhecem gente diferente e gozam de momentos agradáveis. Mas,
ao mesmo tempo, cada vez mais, elas sofrem com a "ressaca sexual" —
aquela sensação de vazio, culpa e insatisfação que acompanha tais
relacionamentos. A pessoa acorda de manhã e se pergunta: "Meu Deus, o
que estou fazendo nesta cama, ao lado desta pessoa?" Já dizia um poeta:
"Deitei ao lado de um corpo e acordei à beira de um abismo..."
A ressaca sexual aparece toda vez que se comete uma agressão
íntima contra si mesmo e, sem dúvida, é um aviso de que é preciso ser
mais cuidadoso. No passado, muitas pessoas experimentavam a "ressaca
moral" por ter transgredido uma regra aprendida na infância, como a
norma de que se deve ser fiel ao esposo ou praticar sexo apenas depois do
casamento. Mas hoje o que nos chama a atenção é a ressaca sexual, cada
vez mais experimentada por mulheres e homens que tiveram um grande
número de relações superficiais e passageiras.
Passada a euforia da "libertação sexual", as pessoas estão sentindo
falta de relações profundas e sólidas!
Estar com alguém plenamente é um caminho de crescimento, um
aprendizado de viver a dois; é a possibilidade de vencer o medo da
entrega e de se conhecer no mais íntimo.
Conviver com alguém que amamos é o mesmo que comprar um
imenso espelho da alma, no qual cada um dos nossos movimentos é
mostrado sem a mínima piedade. Ao mesmo tempo que conhecemos
melhor o outro, entramos em contato com nossas inseguranças também. E
aí começa o inferno... Em vez de encarar a verdade e de ver a imagem
temida do verdadeiro eu, tenta-se quebrar o espelho.
Como é possível quebrar esse espelho? Há muitas formas, porém as
mais freqüentes são: fugir da intimidade, culpar o outro, não assumir as
próprias responsabilidades na relação e desacreditar o amor.
Viver com alguém que se ama não é só uma oportunidade de
conhecer o outro, mas também a maior chance de entrar em contato
consigo mesmo. Apenas quando conseguimos nos enxergar por inteiro é
que percebemos o medo de nós mesmos e nos damos conta de que
precisamos evoluir para nos tornar pessoas melhores. Começamos, então,
a nos capacitar para o amor.
Um dia, perguntaram a um grande mestre quem o havia ajudado a
atingir a iluminação, e ele respondeu:

"Um cachorro"
Os discípulos, surpresos, quiseram saber o que havia acontecido, e o
mestre contou: "Certa vez, eu estava olhando um cachorro, que parecia
sedento e se dirigia a uma poça d’água. Quando ele foi beber, viu sua
imagem refletida. O cachorro, então, fez uma cara de assustado, e a
imagem o imitou. Ele fez cara de bravo, e a imagem o arremedou. Então,
ele fugiu de medo e ficou observando, distante, durante longo tempo, a
água. Quando a sede aumentou, ele voltou, repetiu todo o ritual e fugiu
novamente. Num dado momento, a sede era tanta que o cachorro não
resistiu e correu em direção à água, atirou-se nela e saciou sua sede. Desde
esse dia, percebi que, sempre que eu me aproximava de alguém, via
minha imagem refletida, fazia cara de bravo e fugia assustado. E ficava, de
longe, sonhando com esse relacionamento que eu queria para mim. Esse
cachorro me ensinou que eu precisava entrar em contato com a minha
sede e mergulhar no amor, sem me assustar com as imagens que eu ficava
projetando nos outros’

segunda-feira, 22 de abril de 2019

sentimento de culpa

Entenda o sentimento de culpa 

excessiva segundo à psicologia

O sentimento de culpa é um dos piores sentimentos que podem
 afetar os seres humanos.
Você já questionou o motivo de algumas pessoas conquistarem tudo o que almejam, enquanto nada dá certo para outras? É claro que o comportamento e a iniciativa são fatores relevantes, mas o que realmente difere essas pessoas é o quanto elas se sentem merecedoras. Pessoas que carregam culpa e não se sentem merecedoras, inconscientemente destroem tudo em suas vidas.
O sentimento de culpa é um dos piores que pode afetar o ser humano, uma vez que mantém o indivíduo preso ao passado. Durante a infância, aprendemos que devemos sentir culpa e vergonha ao cometer um erro. Esse aprendizado persiste até a vida adulta, e cada erro traz mais sofrimento e culpa.
Este sentimento de culpa traz uma carga negativa de crenças, afetando todos os pensamentos do indivíduo e influenciando como ele pensa a respeito de si mesmo. Ao invés de buscar alternativas e possibilidades, a culpa faz com que você fique apenas se lamentando e se sentindo mal. Como consequência, o indivíduo não aprende com seus erros e fica apenas repetindo as mesmas atitudes.

A origem da culpa

Durante a gestação, a mãe sente todas as emoções de forma alternada e desproporcional, variando entre medo, tristeza, raiva, ansiedade e solidão. O bebê também sente e registra todos esses sentimentos e emoções, passando a sentir culpa por causar dor à sua mãe. Dessa forma, a culpa se torna uma ligação entre mãe e filho. As experiências de vida podem intensificar esse sentimento, gerando ainda mais culpa e dor.

Como parar de se culpar tanto?

Aprenda a lidar com erros

Aprenda a lidar com erros e aceite que você é imperfeito. Você deixa de amar alguém apenas porque essa pessoa errou? Tenha em mente que você não é mais aquela criança que tinha que ser perfeita e não podia errar para ser amada: todas as pessoas erram, e nenhum erro é intencional.

Sinta-se merecedor

Quantas vezes você duvidou de um elogio que recebeu, não se sentiu merecedor de um presente ou até mesmo do amor de alguém? Saiba acreditar, receber e agradecer por cada coisa que chega até você, se conectando cada vez mais com a energia do 

Troque a culpa por responsabilidade

Perceba a diferença entre ser culpado e ser responsável. A responsabilidade é uma escolha que traz emoções positivas, faz com que você se perceba como potente, ativo e motivado. A culpa, por sua vez, é uma emoção negativa que paralisa e faz com que você fique voltado para o passado.
xxxxxxxxxxxx
merecimento.

Troque a culpa por responsabilidade



Você sabe lidar com sentimento de culpa?

 O sentimento de culpa surge quando alguém se arrepende por alguma atitude que tomou ou quando não aceita os seus defeitos, erros, fraquezas e até mesmo a sua insignificância na condição de ser humano.
Este sentimento atinge com mais força as pessoas que possuem uma espécie de delírio de grandeza e querem ser perfeitas. Afinal, elas se pressionarão mais e terão dificuldades em admitir os seus erros.
E você, será que sabe lidar com o sentimento de culpa? Preparamos um post em que, juntos, iremos discutir isso. Fique conosco e confira!

O que é culpa?

Há uma pesquisa bem interessante de um estudioso chamado Lewis (1971) que diz que o sentimento de culpa é quando nos julgamos negativamente ao acreditarmos que não conseguimos viver de acordo com os nossos próprios padrões ou padrões impostos pela sociedade.
Sabe quando a gente passa por uma situação e, ao nos arrependermos por qualquer motivo, queremos sair correndo porque estamos envergonhados?
Outras vezes, em vez de vir o sentimento de vergonha – ou junto a ele – aparece aquela sensação de raiva de si mesmo e/ou da situação, junto com pensamentos do tipo: “Por que eu fiz isso?”.  
Assim como as diferentes emoções que sentimos, a culpa tem uma função adaptativa, ou seja, ela é própria da natureza humana. Há uma região no nosso cérebro chamada Sistema Límbicoque é responsável por todos os nossos julgamentos morais e também pela sensação de culpa e vergonha.
É quando sentimos aquele misto de preocupação e remorso que faz com que repensemos sobre as nossas atitudes depois que elas foram tomadas.
Os psicopatas, por exemplo – que também são conhecidos como sociopatas – não sentem o remorso de ter feito algo ruim para um outro por não ter empatia.
Há pesquisas que mostram que há uma certa disfunção na região límbica dessas pessoas que não é ativado o sentimento de culpa.
Ao contrário, eles consideram-se como os juízes deles mesmos, não levando em conta o julgamento do outro ou sentimento de vergonha por alguma atitude que tomou.
Portanto, se você sente culpa por algo que fez ou deixou de fazer, pense pelo lado positivo: você está no grupo da maior parte dos seres humanos! Saiba que quem sente culpa tem maior capacidade de empatia e conexão com o outro.
Considerando-se seres humanos com um desenvolvimento psicológico saudável, é natural que tenhamos esses sentimentos, muitas vezes seguidos por remorso, raiva e vergonha, pois eles nos direcionam para a nossa própria evolução pessoal.
E também é importante que eles permaneçam em nós pelo tempo que for necessário para que possam nos servir como um aprendizado.
A pesquisadora Brené Brown (2012) descreve que a culpa é considerada saudável quando nos move em direção a pensamentos e comportamentos positivos.
Com ela, podemos criar novas alternativas e saídas para sair daquela situação desconfortável que já aconteceu – e na grande maioria das vezes, não temos controle pois está no passado.
Este tipo de reflexão saudável nos prepara para novas rotas e evitamos que tomemos as mesmas atitudes que tragam novamente o sentimento de culpa. É a sensação de “lições aprendidas” e “vida que segue”.
Por outro lado, a culpa torna-se preocupante quando pensamentos e comportamentos são direcionados de uma maneira que parece não se chegar a lugar nenhum, a não ser à autodestruição.
Ao cometer um erro, ao invés de pensar “Me desculpe, eu cometi um erro”, a culpa tóxica nos leva a dizer “Me desculpe, eu sou um erro” (Brown, 2012). É aí que o alerta vermelho aparece…

Quando a Culpa se torna preocupante?

A culpa só se torna preocupante quando nos traz a sensação de que estamos paralisados. É como se a pessoa que se arrepende voltasse todos os seus pensamentos para um ideal constante de negatividade.
Pensamentos do tipo: “Como eu fui estúpido(a)!” ou “Você nunca vai conseguir mudar mesmo” são alguns exemplos de autodepreciação que, se fixados apenas neles, não trarão nenhum tipo de reflexão ou benefício para uma evolução pessoal.
Ao invés de impulsionar a pessoa para frente, esses pensamentos a impedem de aceitar qualquer consideração positiva sobre si mesmo.
É claro que, em maior ou menor grau, em algum momento de nossas vidas, nós já nos sentimos culpados dessa maneira. A questão é nos policiarmos para não ficar em um ciclo que nos deixa estáticos e ainda gera muita angústia e muito sofrimento.
Há alguns estudos que investigam os motivos que levam algumas pessoas a não conseguirem enxergar uma “luz no fim do túnel” para sair dessa “sensação paralisante”.
Um dos possíveis fatores é o grande medo de se sentir vulnerável. A vulnerabilidade aumenta ainda mais a chance da sensação incômoda de vergonha surgir.
É por isso que ficar continuamente remoendo uma situação que já passou é uma forma do ser humano proteger-se de mais uma vez experimentar essa mesma sensação.  
Lewis (1971) comenta que os indivíduos que continuamente remoem o passado possuem medo do descontrole. Seguem a ideia do “não posso jamais errar” como um imperativo de vida – às vezes de forma inconsciente.
É como se a sensação de “estar vulnerável” trouxesse um enorme vazio e para isso, cria-se a ilusão de alcançar expectativas impossíveis – imaginárias ou irreais.
Uma delas, por exemplo, é a constante busca de alcançar o ideal de “perfeição” e, para isso, precisa estar “sempre certo”. Ora, a vida é formada por uma série de acontecimentos que não podemos controlar!
E que bom! Porém, para essas pessoas o diálogo autocrítico é tão forte que para escapar da culpa, buscam encontrar uma justificativa do erro em qualquer lugar (seja no outro ou na situação em si), mas jamais poderão admitir para si mesmo que errou.
Em alguns casos, essa forma de se autodepreciar pode ser tão forte que pode até mesmo causar uma auto agressão.
A raiva sobre si, por exemplo, pode levar uma pessoa a ingerir grandes quantidades de álcool ou drogas como uma forma de amenizar a sensação de vulnerabilidade e falta de controle sobre a vida.
Outros ainda podem desenvolver doenças emocionais tais como a depressão. Nesses casos, as pessoas que apresentam essa culpa, continuamente pensam “Eu sou um fracasso” e não “Eu errei dessa vez, mas vou me policiar para que nas próximas eu não cometa o mesmo erro”.
Esse tipo de mentalidade voltada para um perfeccionismo prejudicial está altamente ligada a uma dor interior. Elas sofrem e isso é um fato.
Sabemos que todos nós já experimentamos uma situação que sofremos por nos arrepender de algo que fizemos ou deixamos de fazer.
A diferença entre cada um de nós está na forma como lidamos com esse sentimento. E essa forma de lidar é aprendida e construída ao longo da nossa vida: desde a nossa infância até os dias de hoje.

Como surge o Sentimento de Culpa?

Muitos pesquisadores estudaram a forma como surge o sentimento de culpa em nós. Alguns seguem uma linha dinâmica enquanto outros tendem a ser mais comportamentais.
Independente da teoria, sabe-se que o desenvolvimento da culpa inicia-se na nossa infância a partir das relações que construímos ao longo do tempo com os nossos pais/cuidadores, professores, amigos, entre outros.
Cada uma dessas relações moldam a maneira como a criança vai aprender e interpretar cada ação que toma diante do mundo.
Aqueles comportamentos que uma menina desenvolve e que não atendem às expectativas de um adulto, por exemplo, podem ser interpretados com repressões e caras feias.
A forma como cada criança lida com a sensação de ansiedade diante de situações como essa, faz com que a personalidade dela seja desenvolvida, assim como a culpa.
Imagine uma situação em que um menino com 5 anos de idade derrama o leite no tapete da sala, acidentalmente. Há duas maneiras da mãe reagir.
A primeira delas é olhar para o filho e, mesmo cansada ou chateada, a mãe diz: “Que coisa feia, mas não se preocupe, acontece!
Vamos limpar juntos, mas da próxima vez tente ser mais cuidadoso!”. A segunda maneira é a mãe, com raiva e muito cansada, falar para a criança: “Como você é desastrado! Toda vez é a mesma coisa e parece que você não presta atenção!”.
Veja que no primeiro exemplo, a mãe demonstra que a situação está errada, mas transmite uma certa segurança ao filho.
Com isso, o menino tem mais chances de entender que cometeu um erro e refletirá para que nas próximas vezes seja um pouco mais cuidadoso com o leite.
Já no segundo exemplo, a mãe está cansada e não consegue separar a sua raiva da situação. Se em vários momentos ela permanecer com a mesma reação, há mais chances do filho entender que é realmente um desastrado.
É claro que isso é apenas um exemplo que ilustra a maneira como a culpa se desenvolve em nós e na maneira como lidaremos com ela em diferentes situações no mundo.
Lembre-se que diversos outros acontecimentos ao longo da nossa vida vão moldar a forma como enfrentamos e enxergamos as situações que nos afetam.
Não há um único fato que resulta na forma como lidamos com a culpa, mas uma série de acontecimentos que, de forma complexa e interligada, formam a maneira de enfrentarmos e enxergamos como somos hoje e como enfrentar as situações.

Como lidar com a Culpa?

Antes de responder a essas perguntas, vamos a um conceito de uma teoria da Psicologia chamada de Terapia Cognitivo Comportamental (TCC).
Quanto mais nos engajamos em certos pensamentos, aumentamos a chance deles permanecerem em nossa rotina. Há muitas pesquisas comprovando o fato de pensamentos tornarem-se hábitos.
Embora muitas vezes possamos achar que determinados pensamentos fazem parte da nossa personalidade, sabe-se que temos a competência de mudarmos os nossos pensamentos e, em consequência, os nossos hábitos.
O nosso cérebro tem uma grande capacidade de “flexibilidade ou plasticidade”, ou seja, quanto mais nos engajarmos em novos pensamentos e comportamentos, maior a força de criar novas conexões no cérebro.
Como resultado, maior a probabilidade de mudarmos os nossos pensamentos e isso influenciará na forma como nos enxergamos o mundo.  
Romper com o ciclo da culpa preocupante e que nos paralisa requer a vontade de estar aberto para um exercício constante de autorreflexão e uma certa dose de otimismo – mesmo que no momento esteja pequeno.
Começar a mudar os seus próprios pensamentos e comportamentos diante de situações de culpa contribui para o desenvolvimento da inteligência emocional.
A superação desse ciclo, além de promover uma melhor autoestima e capacidade de expressão, aumenta a nossa capacidade de empatia com o outro e consigo mesmo.
Assim, reduz a vulnerabilidade, a raiva e em última análise nos ajuda a viver uma vida mais satisfatória. Com isso em mente, veja algumas dicas para saber como lidar quando a culpa aparece.  

Observe os seus pensamentos e como você reage a eles

Antes de começar, é preciso entender o que acontece. Quando a culpa vier à tona, pare e observe: como você reage a esse sentimento? Quais pensamentos vêm à sua mente?
Quais situações que despertam esse sentimento de culpa? Se preferir, faça uma lista com duas colunas. Na primeira, coloque os pensamentos e na segunda, os seus comportamentos e as suas reações.
Antes de começar a pensar em alternativas, desenvolva a capacidade de observar de forma atenta como esse sentimento desagradável aparece.
Mesmo quando a culpa não aparecer, repare os seus pensamentos diante de diferentes situações por 2 minutos/dia.
Com o tempo, esse exercício vai te ajudar a conhecer e estudar os conflitos emocionais, ajudando a investigar o porquê de você se sentir dessa maneira.

Compreenda que você é um ser imperfeito

Para começar a lidar com este sentimento, é necessário, antes de tudo, identificar e assumir o sentimento de grandeza e entender que a vida não está completamente sob nosso controle: não há problema nenhum em errar.
Desse modo, é preciso compreender que os seres humanos são seres que, por natureza, são imperfeitos. Os erros acontecem inevitavelmente e, a nós, cabe somente entender o porquê de termos errado e procurar não cometer os mesmos erros.

Procure conhecer a origem do sentimento

Como uma forma de autoconhecimento, é importante conhecer a origem do sentimento de culpa. Para isso, faça perguntas a si mesmo: o que me faz sentir culpado?
Quais são os momentos em que isso acontece?
Responda a essas perguntas fazendo uma lista, em que as as culpas vivenciadas por você serão elencadas uma a uma. Isso pode lhe ajudar a conhecer e estudar os conflitos emocionais gerados pelo sentimento de culpa e começar a investigar o porquê de você se sentir dessa maneira em dadas situações.

Entenda a diferença entre responsabilidade e culpa

É necessário também entender a diferença entre responsabilidade e culpa, pois ambos são muito diferentes e, assim, possuem consequências distintas.
Responsabilidade é reconhecer que você é o responsável pelos seus atos, enquanto culpa é o sentimento que provém do fato de alguém querer que as coisas aconteçam sempre como ele quer.
Ou seja, você sempre será responsável por suas ações, entretanto, não cabe a você culpar-se caso algo que fez venha a dar errado.

Desenvolva maior compaixão consigo mesmo

É fácil falar, mas difícil fazer… será? Comece a desenvolver um diálogo interno no sentido de começar a aceitar mais a sua própria humanidade, ou seja, reconheça que, como todos os humanos, você tem falhas e fraquezas. Naturalmente, você comete erros e sofre com eles. Pense que você não está sozinho.
Todos nós sentimos o mesmo. Desenvolver a compaixão como um antídoto para a culpa requer paciência e compromisso.

Expanda seu vocabulário consigo mesmo

Pode parecer um pouco estranho no começo, mas uma maneira de começar a pensar em algo diferente, é começar a expandir e cultivar um grupo de palavras novas de autoaceitação. No diálogo interno, você pode dizer a si mesmo: “Sinto muito pela sua dor” ou “Não há problemas em se sentir o que você sente agora”.
Quando estamos abertos ao próprio diálogo de sensibilidade consigo mesmo, reconhecemos e aceitamos as mágoas provocadas por situações traumáticas que aconteceram no passado, por exemplo. É preciso reconhecer que você agiu de acordo com as suas possibilidades naquela situação.

Procure a ajuda de um profissional especializado

Em alguns casos, é muito difícil conseguir enxergar e sair do ciclo paralisante da culpa. Enxergar novas saídas às vezes pode parecer impossível. O psicólogo, um profissional especializado, poderá lhe dar a orientação adequada para te auxiliar a seguir um percurso de autorreflexão e agir diante do problema.

Escreva uma nova história

A partir de um diálogo interno de auto aceitação, com o tempo, você irá perdoar-se por seus sentimentos, pensamentos ou suas ações de autoagressão.
Entender que aconteceu algo ruim no passado e começar a criar uma nova história a partir de hoje, é uma alternativa que você pode querer seguir.
Não é esquecer o que aconteceu, ao contrário: é reconhecer o erro e aprender com a situação. Pegue um papel em branco e comece a escrever uma nova história.

Não guarde o sentimento de culpa

O sentimento de culpa é muito forte e jamais deve ser guardado dentro de si. Isso porque ele é o único responsável por causar doenças emocionais. As consequências podem ser graves e incluem: depressão, tratar mal os outros, estar continuamente encontrando culpados para tudo, vício em drogas e isolamento.
Frente a isso, o sentimento de culpa, quando identificado, deve ser tratado da melhor maneira possível a fim de não causar maiores danos à pessoa.

Como tratar o sentimento de culpa?

A melhor maneira de tratar o sentimento de culpa, fazer com que ele não se estenda e prejudique a sua qualidade de vida é através da consulta com um psicólogo.
Isso porque, através do auxílio de uma pessoa especializada, você terá a orientação e o aconselhamento adequados para se entender melhor e tratar de uma vez por todas esse perigoso sentimento.
Com essas dicas, você com certeza conseguirá interpretar melhor as causas e as consequências do sentimento de culpa, bem como identificar a maneira como agir frente a esse problema.



Gostou do nosso texto? Você sofre ou conhece alguém que sofra por conta do sentimento de culpa? Então por que não nos deixa um comentário? Queremos ouvir o que tem a dizer!


Denise

Denise

Atuo como psicóloga clínica e organizacional há 10 anos.

Acredito muito em equilíbrio entre vida pessoal e profissional, assim como em promoção e qualidade de vida.

O meu objetivo na psicoterapia é ajudar você a se conhecer melhor, compreender seus pensamentos e comportamentos para que possa fazer escolhas mais saudáveis para a sua vida.

Caso não encontre um horário em minha agenda ou queira conversar sobre valores, entre em contato comigo que vamos achar uma forma de viabilizar o seu atendimento: (11) 97416 5536 ou denisemonteiropsicologia@outlook.com.

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