A vida tem como causa o amor de Deus.
Deus fez o ser humano à sua imagem e semelhança,
por e com amor. A essência do ser humano é o amor de
Deus. A evolução da criatura humana é sua própria e
imprescindível descoberta do amor. Do amor que é, cujos
adjetivos e definições pouco ou nada lhe acrescentam.
Amar a Deus, auto-amar-se e amar ao próximo no
mundo são os caminhos do crescimento na Terra. Não há
ninguém esquecido, sem amor, na obra da criação.
A existência e a harmonia do Universo refletem o
amor de Deus. Nada está fora Dele. Nada pode existir sem
Sua imanência. O ser humano não é causa criadora na
natureza, mas transformadora.
Amar a Deus é redundância, pois não se conseguiria
não amá-Lo. Deus É, e o ser humano Dele se origina.
O amor dedicado a um objetivo nobre e que venha
em favor da coletividade, é o amor que se dedica a Deus.
A verdadeira adoração a Deus, isto é, a manifestação
do amor da criatura ao Criador, é doar-se no trabalho em
favor do Bem e da Vida.
Amar a si mesmo é amar o humano. Ama-se a Deus
através da colaboração com o aperfeiçoamento de Sua
obra.
Nada se iguala ao prazer de doar e de realizar a obra
de Deus na Terra. Conhecer-Lhe o objetivo é o verdadeiro
sentido de se viver.
Em que pese o ser humano ainda prender-se ao
materialismo que parece exteriormente dominante, ele não
perderá jamais o endereço do amor de Deus que o incita
ao crescimento espiritual. Sua trajetória representa uma
escada ascensional na direção do Amor Maior, onde ele se
realiza.
O amor de Deus se revela em todos os fenômenos da
Natureza. Nada escapa à Sua Inteligência e Perfeição.
Toda Sua obra é fundamentada no amor cujo sentido se
verifica na harmonia do Universo.
Muitas vezes nos deixamos levar pela descrença e
apelamos a Deus buscando uma solução para as mazelas e
sofrimentos da vida. Quando não alcançamos respostas
satisfatórias, costumamos imprecar contra Ele. Não
percebemos que as respostas que precisamos escutar são
dadas na consciência e, sempre, nos conduzem à reflexão
íntima e à valorização da Vida.
As tentativas de se colocar palavras e ações humanas
como originárias diretamente de Deus, sempre
redundaram em prejuízo ao crescimento da humanidade. O
ser humano, inadvertidamente, tenta materializar a
presença de Deus na Vida e na consciência, sem perceber
que tal exigência é fruto de Sua presença arquetípica no
inconsciente. Essa presença é traduzida como uma
necessidade intrínseca de realização da essência divina.
Deus não nos fala por palavras, escritos ou
fenômenos particulares. Sua “fala” ao ser humano se dá
em toda a obra da criação, pelas finalidades superiores e
pelos objetivos a ela destinados.
Amar a Deus é trabalhar pela Sua obra. É descobrir
Seus objetivos e construir sua vida naquele sentido. Amar
a Deus é viver em sociedade, sem necessitar isolar-se da
participação na construção e aperfeiçoamento de Sua obra.
É conviver com seus pares participando da Vida, sem dela
ausentar-se, sob pretexto algum. Viver a Vida é amar a
Deus.
Amar a Deus é amar toda expressão da natureza,
toda a criação, tudo o que existe. Em todas as coisas,
mesmo as mais abomináveis, há sempre uma expressão
divina inacessível ao olhar superficial.
O amor é a viva expressão de Deus no coração
humano. As várias nuances do amor representam a
diversidade dos tipos humanos. Sua variabilidade está na
mesma proporção das singularidades humanas. Não há um
amor igual ao outro. O amor existe em função de Deus e
Ele nos fez criaturas singulares.
18O amor a Deus é o amor da esperança e da confiança
na Sua manifestação e presença em toda a Natureza.
A oração, revestida na fé e na confiança em Deus,
constitui-se numa das formas de amá-Lo. É através dela
que renovamos as esperanças e a confiança em Deus.
Quem tem o hábito de orar fortalece seus laços de ligação
com o Criador da Vida.
Jesus, por amor a Deus, tornou-se Um com
Ele.