Já pensou quão bom seria se você colaborasse para salvar cerca de 12 vidas a cada ano? É muito provável que a sensação de dever cumprido faria ainda mais parte da sua rotina. E, sabe? Você tem essa chance doando sangue! Isso porque, cada doação de sangue pode ajudar até quatro vidas. Ou seja, se você doar a cada três meses, pode ajudar a manter vivas até doze pessoas, além, é claro, da gratidão de suas famílias.
O sangue é insubstituível e sem ele é impossível viver. O sangue doado é utilizado em diversas situações: para pessoas com doenças hematológicas variadas, câncer, pessoas que se submetem a cirurgias eletivas de grande porte e para emergências. E se você se entusiasmou com o tema, o Blog da Saúde te dá ainda mais motivos para ser solidário. Confira a conversa com Flavio Francisco Vormittag, coordenador de Sangue e Hemoderivados, do Ministério da Saúde.
1. Porque é tão importante doar sangue regularmente?
Não há um substituto para o sangue, a doação é a responsável por garantir a reserva de sangue que será utilizada para fins diversos. Pessoas com doenças crônicas, tais como a talassemia e a doença falciforme, pessoas com vários tipos de câncer, assim como aquelas que se submetem a transplantes e cirurgias de grande porte ou se acidentam necessitam de transfusão de sangue. O sangue doado pode ir para pessoas em qualquer uma destas situações.
2. Qual a maior motivação para doação de sangue?
O brasileiro sempre se mobiliza para a doação de sangue quando é necessário. Entretanto, em geral, a mobilização acontece quando ele conhece uma pessoa que precisa de sangue. O Ministério da Saúde vem investindo para que essas doações aconteçam de forma espontânea, habitual e regular, independente das características individuais e de o doador conhecer ou não a pessoa que precisa de sangue, só desta forma os bancos de sangue conseguirão manter os estoques adequados de todos os componentes todos os dias.
3. Quais são os critérios para doação?
- Ter idade entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos (menores de 18 anos devem possuir consentimento formal do responsável legal);
- Pesar no mínimo 50 kg;
- Estar alimentado. Evite alimentos gordurosos nas 3 horas que antecedem a doação. Caso seja após o almoço, aguardar 2 horas;
- Ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas;
- Apresentar documento de identificação com fotografia, emitido por órgão oficial. (Carteira de Identidade, Carteira Nacional de Habilitação, Carteira de Trabalho, Passaporte, Registro Nacional de Estrangeiro, Certificado de Reservista e Carteira Profissional emitida por classe).
4. E depois da doação, o que é preciso fazer?
É importante, depois da doação, continuar se hidratando, tomando água ou suco. É necessário também evitar atividade física no dia da doação.
5. Qual o intervalo entre doações?
A frequência máxima de doações de sangue total é de 4 doações para o homem e de 3 doações para a mulher em 12 meses. O intervalo mínimo entre doações deve ser de 2 meses para os homens e de 3 meses para as mulheres.
6. Quanto tempo dura o processo de doação de sangue?
Em média são 40 minutos entre o candidato se cadastrar até a efetiva doação.
7. Quanto tempo leva para o organismo repor o sangue doado?
A reposição do volume de plasma ocorre em 24 horas e a dos glóbulos vermelhos em até 4 semanas. Entretanto, para o organismo atingir o mesmo nível de estoque de ferro que apresentava antes da doação, são necessárias 8 semanas para os homens e 12 semanas para as mulheres. Esses são os intervalos mínimos entre as duas doações de sangue. Se mantidos estes intervalos a doação de sangue não prejudicará o doador.
8. É necessário estar em jejum para doar sangue?
Não, pelo contrário, o candidato a doação deve estar alimentado - evitar alimentos gordurosos nas 3 horas que antecedem a doação. Caso seja após o almoço, aguardar 2 horas.
9. O que é feito com o sangue doado?
O sangue total coletado é centrifugado e pode produzir até 4 componentes diferentes: Concentrado de Hemácias (CH), Concentrado de Plaquetas (CP), Plasma Fresco Congelado (PFC) e Crioprecipitado (CRIO). Cada um desses componentes pode ser utilizado como produto terapêutico em pacientes diferentes.
10. O que é o sangue raro?
O sangue raro é um sangue com característica específica pouco frequente na população e algumas vezes, pode ser uma característica familiar. A frequência de doadores com sangue raro é menor que 1 para cada 1.000 pessoas.
11. Se houver alteração no resultado dos exames com o sangue que doei?
O doador será comunicado em caso de alteração nos resultados dos exames realizados para orientação e/ou coleta de nova amostra e esclarecimento dos resultados.
12. O uso de medicamento pode impedir alguém de doar sangue?
Dependendo do medicamento pode, por isso é importante buscar o hemocentro mais próximo, conhecer as condições básicas para a doação e ser sincero na entrevista que antecede a doação. É por meio desta entrevista realizada pelo profissional treinado que o candidato saberá se pode ou não realizar a doação sem nenhum prejuízo para ele ou risco para os pacientes que receberão os componentes produzidos com a doação.
13. Existem doenças que impedem a doação e sangue?
Sim, por exemplo: HIV, Hepatite (após 11anos de idade), Malária, Doença de Chagas, Câncer e outras. É importante ir ao hemocentro mais próximo para tirar todas as dúvidas.
Vamos esclarecer algumas mentiras e verdades sobre a doação?
• Posso doar sangue menstruada?
Sim pode doar sangue.
• Doar sangue engrossa ou afina o sangue?
Não engrossa e nem afina.
• Doar sangue engorda ou emagrece?
Não engorda e nem emagrece
• Doar sangue vicia?
Não vicia.
• Quem está fazendo regime para emagrecer pode doar sangue?
Para doar sangue, tem que estar em bom estado de saúde. Essa avaliação é feita pelo profissional na entrevista que antecede a doação.
• Grávidas podem doar sangue?
Não.
• Quem fuma pode doar sangue?
É recomendável um intervalo sem fumar de pelo menos 2 horas antes e depois da doação.
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O que é a doação de sangue?
A doação de sangue é um gesto solidário de doar uma pequena quantidade do próprio sangue para salvar a vida de pessoas que se submetem a tratamentos e intervenções médicas de grande porte e complexidade, como transfusões, transplantes, procedimentos oncológicos e cirurgias.