Educação - 21/06/2010
PALAVRAS
"Você já
pensou sobre a força das palavras? Na força negativa e positiva? Sim, afinal,
as palavras podem libertar e oprimir, alegrar e entristecer, fazer viver e
fazer morrer, aliviar e angustiar, rir e chorar, incentivar e esmorecer, amar
e odiar e assim tantas coisas mais.
Estava
pensando sobre
estas coisas e, coincidentemente, encontrei um texto da escritora Lya Luft.
Ela, entre outras coisas, afirma que a palavra faz parte da nossa essência:
com ela, nos acercamos do outro, nos entregamos ou nos negamos, apaziguamos,
ferimos e matamos. Com a palavra, liquidamos negócios, amores.
Uma
palavra confere o nome ao filho que nasce e ao navio que transportará vidas
ou armas.
“Vá”, “Venha”, “Fique”, “Eu vou”, “Eu não sei”, “Eu quero, mas não posso”, “Eu não sou capaz”, “Sim, eu mereço” - dessa forma, marcamos as nossas escolhas. Viemos ao mundo para dar nomes às coisas: dessa forma nos tornamos senhores delas ou servos de quem as batizar antes de nós.
Palavras
podem ofender mais do que a realidade:
Vivemos
nesses enganos, nesses desencontros, nesse desperdício de felicidade e afeto.
O MODO DE DIZER
Havia
certa vez uma jovem muito bonita que tinha dois pretendentes: um deles era reservado e
mais calado e o outro era muito extrovertido e brincalhão. Este último sempre
falava das belezas da moça e de quanto ele a queria para todos que encontrava
na cidade, de modo que ela se tornara muito conhecida. Por fim, um dia, a
jovem se casou. Com quem? Com o jovem reservado que não ficava falando dela
para todo mundo.
Na saída
da igreja perguntaram ao vaidoso:
- O que
aconteceu? Não dizias que ela era tão bonita e formidável...
Ao que o jovem falou: - O problema é que enquanto eu falava PARA ela, o outro falava COM ela.
Quantas
vezes você já escutou pessoas falarem: - É, falou bonito, mas falou sem vida.
Ou: - Façam o que eu digo, mas não façam o que eu faço. Infelizmente, esta é
a realidade de grande parte das palavras que nós ouvimos diariamente.
O MOMENTO CERTO
Há
cerca de 15 anos assistia a um programa de shows musicais quando o
apresentador interrompeu o programa para anunciar a morte de uma pessoa
daquela cidade. Assim que acabou de noticiar a morte e a missa de corpo
presente, falou o seu jargão pessoal: - Mas que beleza!
É
importante prestar atenção e ter “presença de espírito” para sabermos falar
a palavra certa no momento certo e do modo certo. Muitos casais falam
besteiras em momentos de raiva e acabam dificultando ainda mais o
relacionamento.
Há
ainda outra situação: quando a palavra mais forte é o silêncio.
Quantas vezes falamos demais, falamos besteiras, falamos o que não sabemos,
falamos para a pessoa errada, no momento errado e da forma errada. Com
absoluta certeza, escutar e silenciar são artes que precisamos aprender e
exercitar.
No
entanto, nem
sempre podemos silenciar. Existem momentos em que a nossa palavra é
importante. Uma amiga certa vez me confidenciou que sentia uma grande
necessidade de falar com o marido, pois havia se ofendido por uma atitude
dele. Ficou acordada até às 5 horas da manhã, quando conseguiu ter a coragem
para acordar o marido e abrir seu coração. Depois de uma conversa de uma
hora, estava na hora de levantar para ir ao trabalho, mas o coração estava
aliviado.
Vou citar
outro exemplo, já
bastante conhecido, do casal de idosos. Durante 35 anos o marido dormiu do
lado esquerdo da cama e a esposa do lado direito. Certo dia os dois
estavam conversando e a esposa falou: - Nestes 35 anos em que estamos
dormindo juntos, preferiria ter dormido do outro lado da cama. O marido
respondeu: - Engraçado, eu também prefiro dormir do outro lado. Por que
não conversamos isso antes?
AS PALAVRAS NO RELACIONAMENTO
Maria
Helena Matarazzo,
escritora, afirma que conversar gostoso sobre as coisas do dia-a-dia é
fundamental no relacionamento. Falar sobre o que você fez hoje, o telefonema
da sua mãe, a política, o trabalho, os acontecimentos diários faz parte de um
bom relacionamento.
PARA REFLETIR
1.
Quais são as palavras que mais saem da sua boca? São palavras de amor, de
irritação, palavras ditas só por falar, palavras que apoiaram,
ridicularizaram...
2. Como você transmite as palavras? Com humildade ou com arrogância? 3. Por que as palavras são importantes para o relacionamento?" |