Esporte muda vidas
O esporte para pessoas com deficiência já existe há mais de 100 anos. Os primeiros clubes desportivos para portadores de deficiência auditiva datam de 1888, em Berlim, na Alemanha.
A maioria das pessoas com deficiência
física não participa de esportes regularmente porque eles podem
aumentar as chances de problemas de saúde secundários, mas com a devida instrução esse risco é capaz de ser diminuído.
Segundo um estudo publicado no Scandinavian Journal of Medicine & Science in Sports, escolher o esporte adequado também aumenta a extensão da participação esportiva de pessoas com deficiência.
Aquelas que optam por participar de esportes adaptados possuem mais qualidade de vida e maiores índices de satisfação
se comparadas com indivíduos com deficiência que não estão envolvidos
nessa rotina. Essa é a conclusão de um estudo publicado no Disability and Health Journal. E alguns atletas brasileiros são provas disso.
Brasileiros exemplos de superação
Os atletas paraolímpicos brasileiros
são uma grande promessa para as Paraolimpíadas Rio 2016. Isso porque
eles fizeram bonito no Parapanamericano de Toronto, no Canadá, no qual o
Brasil foi líder no quadro de medalhas. Conheça alguns atletas que irão participar da competição e suas histórias de superação:
1. Cátia Oliveira, 24 anos
Atleta Cátia Oliveira é promessa paraolímpica no tênis de
mesa. Foto: Fernando Maia/Mpix/CBP
A atleta foi ouro e bronze no Parapan de tênis de mesa. Ela
era atleta de futebol e chegou a ser convocada para a Seleção Brasileira antes
de sofrer um acidente de carro que a deixou paraplégica. Há três anos teve
contato com o tênis de mesa para cadeirantes, esporte no qual virou promessa de
medalha para as próximas paraolimpíadas.
RIO 2016
Mesmo após a conquista do ouro, a mesa-tenista não se sente
preparada para vencer os Jogos Paralímpicos em terra brasileira. “Faz pouco
tempo que estou no esporte e tenho muito o que aprender. Eu ainda tenho muito
no que melhorar no quesito tático e psicológico. Que chegar na hora do
campeonato e me acalmar, porque eu tremi muito nesse Pan”, completa a
brasileira.
Cátia nunca desistiu de seu sonho de ser atleta de alto
nível, mesmo depois de um trágico acidente. Mesmo sem vontade em algum tempo da
sua vida, ela mudou o seu próprio destino e, em 2016, participará dos Jogos
Paralímpicos na cidade maravilhosa.
“Se você tem um objetivo e um sonho, faça de tudo para
tentar realizar. Eu tinha um sonho e ele deu uma apagadinha, mas renasceu. Hoje
estou conseguindo realiza-lo”, disse a atleta.
2. Pedro Paulo Neves, 37 anos
Pedro Paulo é recordista brasileiro e das Américas em salto
em distância. Foto: Reprodução/Andef
Medalhista de ouro em Toronto no salto em distância,
com marca de 5m11cm, o atleta Pedro Paulo estreou com o pé direito em
competições internacionais. Sua deficiência foi provocada por falta de oxigênio
ao nascer, o que ocasionou a paralisação do lado direito. Hoje ele é o
recordista brasileiro e das Américas em sua modalidade.
Sem dúvida uma das palavras que melhor define o esporte é superação. Para
serem campeões em qualquer modalidade os atletas devem se entregar ao
máximo, e vencer barreiras é justamente o que Pedro Paulo Neves tem
feito durante toda sua vida.
Nascido em Niterói, Pedro Neves tem uma atrofia no braço direito
devido à complicações em seu parto, mas isso não o impediu de entrar no
mundo esportivo. Em 1998, o brasileiro ingressou na Associação
Niteroiense dos Deficientes Físicos (Andef) e tem se dedicado à vida de
atleta desde então.
Terezinha Guilhermina, 37 anos
Terezinha Guilhermina já conquistou seis medalhas
paraolímpicas. Foto: Facebook, Reprodução
Um dos principais nomes do atletismo mundial com seis
medalhas paraolímpicas (três ouros, uma prata e dois bronzes), a mineira possui
uma deficiência congênita, a retinose pigmentar. Ela largou os estudos em
administração para se dedicar ao esporte.
Terezinha Guilhermina Sem dúvida para mim o esporte, em especial o atletismo, é essencial.
É a minha vida, a minha obra de arte. Eu diria que um artista, um
pintor, por exemplo, vive para pintar e o quadro que ele pinta é a sua
obra de arte. Quando estou na pista, é o meu palco, é onde tenho que
mostrar o que posso fazer de melhor. É onde faço o que mais gosto, com
todo o meu amor. Tento fazer com toda a minha alma para que todos vejam
que sou uma pessoa realizada dentro da pista. É como me sinto ali. É o
meu show. Cada um dá show do jeito que pode, o meu é correr (risos)
Daniel Dias, 27 anos
O nadador Daniel Dias é o maior medalhista do País, com 15
medalhas. Foto: Instagram, Reprodução
Daniel é um grande nome da natação. Ele nasceu com
uma má formação congênita dos membros superiores e perna direita, mas isso não
o afastou do mundo do esporte aos 16 anos. O atleta recebeu grande influência
da performance do atleta Clodoaldo Silva nas Paraolimpíadas de 2004, em Atenas.
É o maior medalhista do País, com 15 medalhas.
O atleta paraolímpico de natação, Daniel Dias, ganhou ontem (18/04)
pela terceira vez, o prêmio Laureus, que é considerado o Oscar do
Esporte. O nadador cristão, que também levou o prêmio em 2009 e 2012,
realizou uma grande temporada em 2015. Ele ganhou sete medalhas de ouro e
uma de prata no Mundial de Natação Paraolímpica. E também, oito
disputas nos Jogos Parapan – Americanos de Toronto, no Canadá.
O prêmio Laureus, que aconteceu em Berlim, na Alemanha, não contou
com a presença de Daniel, que estava participando de uma seletiva
paraolímpica. Mas ele gravou um vídeo que foi transmitido durante a
cerimônia: “Estou muito feliz por estar recebendo este grande e
importantíssimo prêmio pela terceira vez… Mas quero agradecer
primeiramente a Deus e a Academia Laureus por terem votado em mim. Muito
obrigado do fundo do meu coração”, falou o brasileiro.