quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Cuide bem de você!


Cuide bem de você!
Li em uma revista Bons Fluidos, de janeiro de 2002, um artigo que trata do momento de reflexão e planejamento que é o início de um novo ano. Dizia ele, porém, que grandes projetos pedem, antes de tudo, alguns passos importantes na busca de nosso bem-estar. Para isso, o artigo lista algumas atitudes importantes sobre as quais tive vontade de comentar, pois achei interessante e bastante atual.
Tirar um tempo para relaxar e não fazer nada
Sim, não fazer nada. Com essa vida corrida, com tempo escasso e tantas atividades estressantes parece até estranho falarmos em não fazer nada. Como assim? Impossível. Contudo, tirar o relógio e dar um tempo a nós mesmos é muito importante, a fim de colocarmos ideias e pensamentos em ordem e nos sentirmos melhores. Assim nos desaceleramos e nos renovamos. A ordem é descansar, relaxar e deixar todo estresse lá fora.

Fazer um check up
Estamos sempre adiando nossas consultas ao médico e não gostamos de fazer exames. Achamos sempre que estamos muito bem e vamos sempre adiando, deixando o tempo passar. Por que não começar o ano marcando aquela consulta de rotina ou tirar um tempo para um verdadeiro check up? Que tal verificar como estamos? A nossa saúde é essencial para o início de qualquer projeto. Cuidemos muito bem dela.

Aproximar-se da natureza
Quantas vezes nem reparamos num céu bonito ou em belas árvores, simplesmente porque estamos no meio de um transito intenso? Por que não nos ligarmos mais à natureza da qual fazemos parte? E se não temos tanto tempo, por que não aproveitar as horas vagas e fazer um pequeno jardim, plantar uma árvore, montar um vaso para casa ou colocar flores no vaso da sala? Seria uma boa e prazerosa forma de trazermos para perto de nós mais energia e beleza. Afinal, é da natureza que nos nutrimos, nos alimentamos, respiramos, nos refazemos e nos energizamos.

Alimentar-se bem
E como estamos nos alimentando? No nosso dia a dia acabamos por nos alimentar muito mal, comendo sanduíches, frituras, tomando refrigerantes e o pior, sempre com muita pressa. Não é impossível nos alimentarmos de forma mais saudável, saboreando os alimentos, sem pressa, e fazer do momento um verdadeiro prazer. É tudo uma questão de hábito e de acreditar que estamos ganhando em bem-estar. Comer é muito bom, e por que não melhorar esse momento do nosso dia?

Arrumar armários, descartar o desnecessário e renovar objetos pessoais
Se o que queremos é mudança e que o novo entre em nossas vidas, precisamos dar um fim ao que é antigo, sem uso e sem utilidade. Tudo aquilo que ocupa espaço, que não mais usamos, de que nem mais gostamos, precisa dar lugar a uma renovação material e de novas energias. Isso acaba por refletir em nossas vidas. Assim sendo, troquemos aquilo que é ultrapassado. Além disso, objetos pessoais que nos acompanham no dia a dia podem e devem se renovar. Que tal algumas peças novas de roupa, uma nova caneta ou uma agenda diferente para 2010? Que tal mais cor, mais beleza e, com isso, mais alegria?

Reconhecer nossos limites financeiros
Num mundo consumista como o nosso, se não pararmos para pensar, vamos comprando o que nos aparece na frente. Quem não gosta de comprar o que há de novo? O celular, o computador, o notebook, outro celular, trocar aquele móvel e... Bem, eu sempre penso: "Estou mesmo precisando disso? Tenho prioridades? O que quero hoje não posso comprar amanhã? Ou um pouco depois?" O que precisamos é usar um pouco da razão e sermos um pouco menos compulsivos. Assim não teremos problemas mais tarde. Simples!

Nutrir amizades e cuidar bem das relações familiares
Estamos sempre com tanta pressa, que até esquecemos de ligar para aqueles amigos e marcar aquele encontro pelo qual, há muito tempo, esperamos, mas adiamos. Da mesma forma vamos deixando para amanhã o cuidado de manter o contato com nossos familiares, os mais próximos ou aqueles que estão mais distantes. E podemos fazer isso parando um pouco e reservando um tempo para algumas ligações. E quando o fazemos, percebemos como rever, conversar e trocar experiências é bom. Percebemos que os reencontros só nos fazem bem, pois os laços que nos unem aos amigos e familiares são verdadeiro suporte emocional que mantemos com eles durante toda a vida. Depende de nós tornar esses laços cada vez mais fortes.

Dedicar-se às questões coletivas
O bem que fazemos ao outro fazemos a nós em primeiro lugar. Vejamos o mundo com uma visão mais ampla. Façamos algum trabalho solidário, doemos algo de nós que pode ser tão importante a alguém ou ao coletivo. Participemos de alguma ação social ou simplesmente cuidemos do meio ambiente fazendo nossa parte naquilo que entendemos ser o correto: economizando água, energia ou cuidando do lixo. Reciclemos ideias e pensamentos, reciclemos atitudes. Isso é o que importa.

Fazer algo novo e diferente no dia a dia
Por que não sair da rotina escolhendo novas atividades que não são as comuns? Assistir a um filme de arte ou ouvir música clássica. Ler um livro de poesias ou ver uma exposição em um museu. Que tal mudarmos um pouco, dar vazão a ideias que nos vêm à mente? Cantar, escrever, desenhar, dançar, fotografar. Se pensamos em mudança, comecemos por mudanças em nossa forma de pensar e nos expressar, abrindo a mente para o que surpreende. O que você poderia fazer de diferente hoje?

Meditar ou falar com Deus
Independente de crença ou da concepção que cada um tem de Deus, temos certeza de que estamos ligados a algo maior que nos transcende e que nos alimenta espiritualmente. Meditar, orar, falar com Deus nada mais é que voltar para dentro de si mesmo num grande encontro com nosso "eu" mais profundo. Há uma centelha divina dentro de nós. Nesses momentos refletimos, recarregamos nossas energias, nossa criatividade e nossos corações. É um momento só nosso em que nos equilibramos, nos tornamos mais fortes e encontramos paz.

Libertar mágoas 
Quem quer começar ou recomeçar precisa também recriar-se, deixando mágoas e tristezas para trás. Esquecer o que nos faz mal é o início da renovação de nossos sentimentos, torna o coração mais leve e a mente livre para novas experiências. Libertar-se das tristezas é dar a nós mesmos a oportunidade de sermos realmente felizes.

Agradecer 
Mesmo que nem tudo seja fácil e que enfrentemos problemas, agradeçamos, porque sempre há algo de positivo em tudo que vivemos. Até mesmo os momentos mais difíceis são oportunidades importantes de aprendizado que serão experiência para toda uma vida. Agradeçamos pelo que temos de melhor: a saúde, a família, os amigos, a inteligência, enfim, nossa vida e nossa felicidade. 

Viver o presente
Não se apegue ao que se foi e não existe mais. É passado. Da mesma forma, não crie expectativas de um futuro que ainda não existe. Viva um dia de cada vez. Acorde todos os dias com o firme propósito de fazer daquele dia o melhor de todos: o dia de hoje. E viva-o da melhor forma que puder.

"A vida pede atitudes simples para termos mais alegria e bem-estar.

 Isso tudo quer dizer apenas: "Goste mais de si mesmo!" Essas pequenas mudanças de atitude tornam mais fáceis as grandes mudanças e os grandes projetos. Dessa forma, desejo que o maior projeto de vida tenha como resultado a felicidade. Seja feliz no ano que começa! Feliz 2019".

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Vida e Valores (Gratidão)


Vida e Valores (Gratidão)

Encontramos um ensino notável de Paulo de Tarso, o grande Apóstolo do Cristianismo nascente, quando disse: Dai graças a Deus por todas as coisas.
Esse ensinamento de Paulo, naturalmente enfoca a questão da gratidão.
Via o Apóstolo a importância de se agradecer.
Percebemos que esta não é uma praxe entre as criaturas humanas. Todos nós gostamos de receber. E como gostamos! Mas, a questão é na hora de agradecer.

Parece que as pessoas que fazem as coisas para nós, que nos atendem de alguma forma, no nosso juízo profundo, não fazem mais que sua obrigação, quando não é verdade.
Aí começamos a encontrar espetáculos tenebrosos de ingratidão. Espetáculos de ingratidão que começam, muitas vezes, dentro de nossa casa, dentro do lar.
Quantas vezes, conversando com psicanalistas, com psicólogos, eles falam das reclamações, das queixas de muitos filhos referentemente aos seus pais.

É muito difícil encontrar filhos que não tenham queixas de seus pais. Nada obstante vale pensar que os pais também teriam queixas dos seus filhos, mas porque os amam, os toleram.
Desse modo, vemos com muita estranheza a ingratidão dos filhos pelos pais. Muitos alegam que sua mãe têm defeitos A, defeitos B; outros dizem que seu pai tem esse ou aquele defeito. Um diz que sua mãe não liga para ele, não lhe dá importância, outro diz que sua mãe o abafa.
Outros falam que seus pais nunca os abraçaram, nunca os beijaram. Outros falam que seus pais são muito exigentes, que o pai é muito cobrador.

E nós ficamos pensando. Naturalmente aqueles que reclamam tanto dos pais, seja do pai, seja da mãe, nunca se detiveram para pensar que, por mais complicado seja o pai, seja a mãe, eles têm uma virtude pela qual se tem que ser perpetuamente agradecido.
Sim. Foram eles que nos deixaram nascer, para que tivéssemos essa vivacidade que temos hoje, para que tivéssemos essa liberdade que temos hoje, para que pudéssemos ser como somos hoje. Devemos a eles, com todos os defeitos que eles possam ter.
É natural pensar que quem não consegue agradecer ao seu pai, à sua mãe que lhe deram a vida física, que lhe concederam a oportunidade do corpo físico, da vida na Terra, dificilmente agradecerá aos outros, aos estranhos. Aquele que não agradece a seus pais, não agradece a ninguém.
Alguns dizem: Mas eu não amo a minha mãe. Outros afirmam: Mas eu não amo meu pai, essa é uma outra questão.

Analisando tudo isso, dentro do enfoque reencarnacionista, podemos bem admitir que, na maioria das vezes, os filhos e os pais são Espíritos antagônicos, Espíritos que tiveram experiências não muito felizes em outras existências e que, por isso, quando chegam no mesmo lar, debaixo do mesmo teto, a Divindade propõe que eles se acertem. Essa inconsciência relativamente ao passado, esse esquecimento que o passado nos impõe na nova vida, é para que nós nos acertemos e não para que criemos problemas com a questão da ingratidão.
É por isso que vale a pena pensar que a gratidão é uma virtude de quem consegue amar, mas também de quem consegue raciocinar.
Mesmo sabendo que não sentimos amor pela pessoa que nos atende, mas ela nos atende. Então, precisamos ser-lhe gratos.
Verificando essa dificuldade dentro dos lares, quando muitos filhos são ingratos para com seus pais, ficamos a pensar o que eles encontrarão pelos caminhos afora, o que a vida lhes reservará. Porque se a gente não é capaz de dedicar esse sentimento de agradecimento pela vida, pelo corpo físico, pelas oportunidades, pelo lar, pela escolaridade que tivemos, mesmo pelas lutas que nos conferiram valor, quem não consegue agradecer isto, como vai agradecer outras coisas?

A gratidão, sem dúvida, é a nossa demonstração de amadurecimento, é a nossa demonstração de maturidade diante da vida.
Todas as pessoas que nos fazem bem, que nos ajudam a crescer, acima de tudo é quem nos deu o corpo físico, são dignas do nosso agradecimento.
Agradecer é servir a vida, é uma forma de ser feliz.
*   *   *
Somente quando conseguimos agradecer a pai e mãe é que estendemos essa gratulação a outras pessoas, porque os amigos mais próximos são eles, nossos pais.
Às vezes, encontramos o hábito ruim, que vem se implantando mesmo dentro dos lares, que é o hábito de não se ensinar aos filhos a agradecer.
As relações dos nossos filhos começam com os servidores domésticos, com as empregadas domésticas. Porque são empregadas domésticas, passa pelo imaginário geral que essas pessoas não devem receber agradecimento. Como não?

Claro que elas estão recebendo um salário para nos servir, para nos ser úteis, no entanto, toda criatura se sente feliz, gratificada, quando lhe agradecemos.

É por isso que vale a pena agradecer a toda criatura que, de alguma forma, nos atende.
O servidor doméstico pôs a comida à mesa: Muito obrigado, Fulano. Retirou o nosso copo, o nosso prato: Obrigado, FulanoPorque a criatura pode fazer com má vontade. 
Se aprendemos a agradecer, ela terá gosto em nos servir, gosto em nos atender. E, nessas relações todas que estabelecemos uns com outros, não podemos perder de vista a questão energética, a questão vibratória. 
Aquela criatura que sabe que nós a estamos desdenhando, vibra mal com relação a nós, faz as coisas vibrando negativamente. Será capaz de impregnar aquilo que nos serve, aquilo com que nos atende. E não custa dizer à nossa servidora doméstica: Fulana, Beltrana, por favor, traga-me um café. Fulana, Beltrana, muito obrigado. Não custa, é uma palavra a cada momento em que nos sintamos agraciados.
Quantas vezes entramos num restaurante, chamamos o garçom de moço ou garçom, não lhe sabemos o nome, nem temos interesse em saber, e o tratamos como se ele não fizesse mais do que a obrigação ao nos servir.
É verdade, ele recebe salário para nos servir, mas, como pessoas amorosas, como pessoas que buscam a paz no mundo e querem ajudar com aquilo que lhes é mais fácil, não nos custaria agradecer ao garçom que nos serve à mesa.

Com toda certeza, cada vez que ele vier à mesa para nos servir, ele terá um sorriso, terá alegria, terá aquela satisfação em colocar no nosso prato, no nosso copo aquilo que estamos solicitando.
A grande questão é trabalharmos, energeticamente, as relações, sabedores do quanto o indivíduo se sente feliz quando recebe um agradecimento.
O balconista, quem é que agradece ao balconista? Ele não faz mais que a obrigação, ele está recebendo para isso, esse é o discurso que nós usamos.
Mas é tão bom quando alguém nos atende e, depois de termos feito o balconista descer todos os produtos para que nós verificássemos qual deles iríamos levar e, às vezes, não levamos, depois daquele sacrifício todo nós dizermos: Muito obrigado, você foi muito gentil.
Quantas vezes essa criatura, que está do outro lado, atendendo no balcão, espera uma palavra de alguém, diante das crises humanas que está vivendo.

Há algum tempo, saindo do aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, dirigindo o carro, estava com um amigo e passei pela jovem que cobrava a entrada do estacionamento. Parei o carro e entreguei-lhe o tiquet, ela me disse o valor e, por trás dessa moça registrei uma presença espiritual.
Era um senhor de cabeça branca, com ar preocupado, e dizia-me assim: Mexa com ela, brinque com ela, ela é do Ceará. 

Naquele momento, olhei aquela jovem entristecida, aborrecida, e disse-lhe: Olá, cearense. Ela abriu um sorriso.
Como é que o senhor sabe que eu sou do Ceará? Eu digo: Pelo seu jeito. E ela ficou feliz, agradecida.
Eu lhe disse: Muito obrigado, embora ela estivesse ali para atender a todo mundo que fosse pagar o estacionamento.

Agradecer não deveria ser uma obrigação, deveria ser uma alegria, um dever nosso de fraternidade.

Por isso, desde os tempos apostólicos, Paulo de Tarso nos ensinou com relação a Deus: Dai graças a Deus por todas as coisas e, quando agradeço o meu próximo, estou agradecendo a Deus que o colocou no meu caminho.



FONTE: Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 139, apresentado
por Raul Teixeira,
  sob coordenação da Federação Espírita do Paraná.
Programa gravado em abril de 2008.
 Exibido pela NET, Canal 20,
Curitiba, no dia 15 de março de 2009.

Em 13.07.2009.


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