O valor de cada um
Narra uma lenda indiana que um homem foi contratado para levar água do córrego à residência do seu amo, todos os dias.
A sua tarefa consistia em encher um grande recipiente com a água cristalina.
Para isso, lhe forneceram dois potes, amarrados com cordas a um pedaço de madeira especial, que ele carregava aos ombros, um de cada lado.
Todas as manhãs, mal rompia o dia, lá estava ele enchendo os potes de barro, caminhando pela estrada e realizando o seu trabalho com muita alegria.
Passados alguns meses, o trabalhador observou que um dos potes rachou. Assim, no trajeto do córrego até a casa do seu senhor, muita água se ia perdendo pelo caminho, de forma que em vez de chegar com dois potes cheios, ele chegava com somente um e meio.
Numa manhã, o servidor foi surpreendido pela fala do pote rachado que lhe perguntou porque ele não o substituía por um novo. Ele estava rachado. Perdia muita água. Não servia mais.
O homem, entusiasmado, lhe respondeu:
De forma nenhuma considero você inutilizado para o trabalho. Você talvez não tenha se dado conta mas vai sempre pendurado do meu lado direito.
O fato de você ir derramando água pelo trajeto, fez-me perceber que a terra daquele lado ficou umedecida, mais verde.
Então, vendo a terra assim tão disposta, arranjei algumas sementes de flores e as semeei. Se você prestar atenção, verificará que do lado direito há um canteiro de flores belas, perfumadas e coloridas.
Graças à sua rachadura, transformei o caminho em um jardim agradável.
Mas o pote voltou à carga.
Contudo, o seu amo está sendo lesado e não deve estar gostando nada do seu desempenho. Você foi contratado para levar dois potes cheios de água, e chega somente com um e meio.
Novamente, o homem respondeu, feliz:
Ao contrário. Cada dia meu amo mais aprecia o meu trabalho e a minha dedicação. Desde que as flores começaram a surgir, na sua profusão de qualidades e encantos, passei a colher algumas.
Levo-as com cuidado e as deposito no vaso da mesa da sala do meu senhor.
Ele se delicia com o perfume. E já o surpreendi, mais de uma vez, a acariciar as pétalas das flores, encantado.
* * *
À semelhança do pote rachado, alguns de nós nos sentimos inúteis na vida. Parece-nos que não somos importantes a ninguém, que nada de útil ou bom fazemos.
Mas não é verdade. Pensemos em quantas vidas influenciamos com a nossa presença. Pensemos no que, mesmo com nossos poucos recursos, podemos realizar a bem de quem vive à nossa volta.
Quem dispõe de voz, pode usá-la para cantar uma canção e alegrar o dia. Quem dispõe de braços, pode estendê-los na direção do outro e agasalhá-lo nos dias da adversidade, como um colo de mãe protege o filho.
Quem tem pernas saudáveis, pode direcioná-las no caminho da carência e aliviar dores escondidas em casebres, barracos e ruas.
Quem tem um coração que ama, pode modificar o mundo, começando pelo seu local de trabalho, seu lar, sua rua, sua comunidade.
Redação do Momento Espírita, com base em conto
narrado por Divaldo Pereira Franco, noIV Simpósio Paranaense de Espiritismo,
em 22.8.1999, em Curitiba, Paraná.
Em 24.7.2019.
narrado por Divaldo Pereira Franco, noIV Simpósio Paranaense de Espiritismo,
em 22.8.1999, em Curitiba, Paraná.
Em 24.7.2019.
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