CRIANÇA, SOL E CALOR
Quando o assunto é segurança das crianças no verão, a pediatra Juliana Alves Barreto Ribeiro* enfatiza que a exposição ao sol sem os devidos cuidados é um dos principais riscos, juntamente com a desidratação. A regra vale para os passeios na praia, clube, parques e te outros ambientes externos.
“Devemos lembrar que, sem proteção adequada, o sol começa a danificar a pele a partir de 15 a 20 minutos de exposição. O kit básico que não podemos esquecer antes de sair de casa inclui boné (ou chapéu de abas largas ou visores), camiseta, protetor solar (ou bloqueador) e guarda-sol”, afirma. “É fundamental evitar longos períodos em locais que refletem a luz, como, por exemplo, a água do mar, da piscina e a areia da praia”.
Juliana alerta que não é permitido o uso de protetor solar em crianças menores de 6 meses. Portanto, os banhos de sol devem ser breves, variando de 10 a 15 minutos por dia com incidência nas pernas e braços. A partir dos 6 meses, as crianças já devem utilizar produtos com fator de proteção de 30 FPS ou mais e o tempo de exposição pode ser aumentado para 30 minutos diários, no máximo. O ideal é que os pais consigam intercalar períodos de sol e sombra.
“O protetor ou bloqueador deve ser aplicado na criança 30 minutos antes da exposição ao sol, com atenção especial às áreas mais sensíveis, como orelhas, nariz, parte de trás do pescoço e ombros. A operação deve ser repetida a cada duas horas”.
Os lábios também não devem ser negligenciados e a pediatra indica usar o filtro solar labial com FPS 30. “Limite a exposição nos horários antes das 10 horas e após as 16 horas, período em que a intensidade dos raios ultravioleta é menor. As roupas com fator UV são uma segurança extra, mas nunca devem substituir os protetores ou bloqueadores solares”.
De acordo com a pediatra, os quadros de desidratação costumam ser frequentes no verão. “O calor promove maior transpiração da pele e eliminação de água e sais minerais. Por isso, a reposição de líquidos é extremamente importante por meio da oferta de água com frequência. Sucos de frutas cítricas, como limão e laranja, são proibidos, pois podem queimar a pele e produzir manchas escuras”.
Nessa época do ano, as refeições de crianças e adultos devem ser de fácil digestão e incluir muitas frutas, verduras, legumes e preparações grelhadas. “Evite frituras e condimentos em excesso. Ao comer fora de casa, fique atento à procedência dos alimentos, assim como, o acondicionamento adequado”.
Juliana lembra que na hora de viajar de carro, as crianças devem ser acomodadas em cadeirinhas certificadas pelo INMetro e adequadas para o peso. “Mantenha as crianças sempre sob vigilância para levar das férias apenas as boas lembranças”.
*Juliana Alves Barreto Ribeiro (CRM 112.646) é médica com especialização em Pediatria e Neonatologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo