quarta-feira, 11 de outubro de 2017

PAI SEJA SEMPRE O PAI


A definição do psicólogo Guy Coreant é bem oportuna: “o pai é o primeiro outro que a criança encontra fora do ventre da mãe”
www.programatoquesdemae.com.b

Assim que um bebê nasce, os cuidados ficam concentrados na mãe, ela ainda é vista como a figura central, em torno da qual os filhos gravitam. Ainda hoje, na maioria das vezes, a estrutura familiar permanece pouco alterada, concentrando na mãe o dever do “cuidar” e no pai o dever de “ajudar”.
A própria licença paternidade de 5 dias, demonstra que tradicionalmente o pai é visto como aquele que “ajuda” a mãe e não aquele que também é fundamental para garantir os cuidados básicos a esse bebê.
No entanto, a participação e o envolvimento do pai no cotidiano dos filhos em tudo, como alimentação, higiene, lazer e educação, favorece a criação do vínculo entre o trinômio mãe-bebê-pai para a vida toda e favorece também a chamada PATERNIDADE PARTICIPATIVA.
Uma paternidade mais participativa começa com o envolvimento dos pais no planejamento dessa gestação, no momento do parto, na participação de todas as decisões, e vivendo toda a riqueza de todos os momentos juntos. Somente dessa forma, o pai exerce o seu lugar.
Agora, trago 12 reflexões sobre a importância da paternidade participativa:

 1 A importância de romper com o patriarcado:
O patriarcado é entendido como uma organização social que super. valoriza a figura do pai, como aquele que possui o poder, é aquele que sustenta, que provém, que decide. Os conceitos que sustentam o sistema patriarcal criam a ideia de superioridade e autoritarismo em relação à esposa e aos filhos no âmbito da família e da sociedade. Quando se perpetuam algumas práticas, pensamentos e atitudes, se legitima uma noção ultrapassada de superioridade. Romper essa cultura é uma luta árdua e diária.


 2 A necessidade de lutar contra dados historicamente aceitos e culturalmente repassados:
“Quase metade dos artigos sobre a psicologia de crianças e adolescentes publicados entre 1997 e 2005, por exemplo, não fazem qualquer referência ao pai. Antes de 1970, quando os pais não podiam entrar nem na sala de parto, menos de 20% das pesquisas a respeito do vínculo parental levavam o pai em conta”. Esses dados são chocantes e explicam por que a figura do pai é sempre vista como secundária.

 3 A importância de ponderar sobre a Licença paternidade de 5 dias:
a legislação trabalhista brasileira só reforça a ideia de que a mãe é a cuidadora e, o pai, o provedor, portanto, a mulher deve permanecer com o bebê enquanto o homem deve voltar ao trabalho. Essa licença deve ser alterada para no mínimo 2 meses, colaborando assim para que o pai seja também visto como figura central.

4 A necessidade de desenvolver a paternidade ativa:
reflexiva, envolvida e responsável. O pai não ajuda a mãe. Ele é responsável tanto quanto a mãe.


5 Ponderando o pensamento: “a maternidade começa quando se está grávida, mas a paternidade só começa quando o bebe nasce”:
sempre ouvi essa frase e nunca concordei com ela. A paternidade começa quando o homem deseja ser pai! A paternidade começa quando ele planeja essa gestação, quando ele sonha com essa criança, e idealiza “como será quando for pai” e, quando ele vive a riqueza e a beleza de se envolver em todos os momentos da vida do seu filho.


 6 Um segredo é aproximar o pai dos cuidados desde o nascimento:
toda mãe busca informações sobre os cuidados que devem ter com seus filhos. O pre-natal de qualidade favorece muito e os cursos para gestantes oferecidos por hospitais e lojas também ajudam muito a disseminação de informações e vai ajudando a mãe a se sentir mais segura. Foi assim comigo. Eu planejei minha filha com meu marido, nós desejamos ser pais. Quando eu estava grávida, ele me acompanhava em todas as consultas do pre-natal, fizemos curso de gestantes juntos, lemos muito em diversas fontes: revistas especializadas, sites, blogs e nos inscrevemos em um site que informava semana a semana como estava acontecendo a evolução da gestação, enfim, e eu participei de diversos eventos, como rodas e workshops. Nós amamos viver os 9 meses, enquanto esperávamos juntos nossa tão sonhada Maria Luísa. Mas nós mães sempre achamos que sabemos mais e esse é um grande erro. Outro erro é perder a paciência com nosso marido porque ele faz algumas coisas do jeito dele. O pai realmente faz DIFERENTE da mãe, mas isso não significa que estão erradas, elas são apenas formas diferentes de se fazer a mesma coisa e a criança precisa dessa diversidade, pois futuramente em muitas situações da vida dela, como na escola, por exemplo, a criança se deparará com essa diversidade e saberá melhor lidar com essas situações.

 7 O envolvimento paterno no desenvolvimento intelectual, emocional e social das crianças:
estudos mostram que crianças que se sentem amadas pelos pais, possuem a autoestima comparativamente mais alta e possuem menores riscos de desenvolver problemas mentais ao longo da vida. Muitos pesquisadores sugerem que um pai cuidadoso é tão importante quanto uma mãe amável para o bem-estar da criança no longo prazo.


8 A importância da brincadeira com o pai no desenvolvimento cognitivo da criança:
mãe e pai brincam de maneira diferente, pode ver. Mãe é extremamente mais zelosa,  pega com mais delicadeza, as brincadeiras são mais delicadas mesmo. Veja um pai brincando com seu filho, são brincadeiras mais ativas, de jogar para cima, de correr, enfim, isso também tem seu valor, entende? São maneiras diferentes de brincar e consequentemente elas desenvolverão lugares diferentes do cérebro por ter acesso a desafios diferentes.
9 A criação de uma conexão duradoura com crianças e adolescentes ajuda a formar adultos felizes, seguros e equilibrados:
a presença do pai nas diversas fases da criança ajuda a deixa-la mais segura e confiante. Quando essa criança passa pelo turbilhão emocional e hormonal que é a adolescência com uma família estruturada, ela se sente mais confiante para lidar com os desafios que seu cérebro em desenvolvimento está buscando se adaptar.

 10 A manutenção do diálogo não significa tentar um relacionamento de igualdade:
algumas muitas pessoas ainda são criadas com o pensamento “mando porque posso, obedeça porque tem juízo”, e isso é puro medo de perder o controle da situação. Acredito que muito se deve a confusão conceitual entre autoridade e autoritarismo. Devemos romper com esse paradigma, estimulando um diálogo com nossos filhos. E o pai não perderá a imagem de autoridade diante do filho, pelo contrário, estará estimulando uma relação profunda de companheirismo, amizade sem perder de vista a importância dos limites.

11 A presença dos pais deixa marcas na personalidade e na formação da identidade:
um pai presente em momentos especiais, simples ou casuais é determinante para a formação de sua identidade. A verdade é que os dias passam, as crianças crescem e saber que você deixou nelas marcas para toda a vida, de lembranças únicas, não tem preço.

12 Os estragos da alienação parental:
finalizo este post lembrando um assunto espinhoso, mas super necessário de se refletir. Nem todo relacionamento é um mar de rosas, mas seja por qual razão você teve um filho, a última pessoa que deve sofrer por uma decisão errada é seu filho. Privar um filho do amor de um pai é um dos maiores crimes que podemos fazer contra um ser humano. Portanto, pais não abandonem seus filhos. Dar comida só não basta. Tem que se envolver, ele é seu, é parte de você. E mãe, mesmo com toda raiva, com todo ódio desse homem, não misture as coisas. Não fale mal do pai na frente do filho, (e vice-versa), é uma violência a chamada alienação parental. Isso deixa a criança confusa, triste e desequilibrada. Pense no seu filho e nos ganhos de compartilhar essa criação.
Pai, você é extremamente importante para seu filho.
Não deixe ninguém te fazer pensar diferente disso. O seu filho precisa de você, precisa do seu amor, da sua presença, do seu colo.
Pai, seu filho precisa do seu olhar, do seu toque, da sua presença.
Seu filho precisa sentar e conversar com você, precisa do seu aconchego, do seu cheiro, do seu colo.
E você, pai, precisa pegar seu filho no colo e sentir o olhar mais apaixonado e desprovido de interesse do mundo!
Você pai, vai amar viver esse amor. Você terá um amor incondicional. Você ganhou um amigo, uma amiga, você ganhou um abraço carinhoso, um beijo estalado, você ganhou um presente de Deus para sempre. Aceita que é só seu.
Todos juntos por uma paternidade mais consciente. Por um QUERER ser pai. Por um ESCOLHER ser pai. Todos juntos por um pai mais presente, mais envolvido. Por um pai inesquecível, e mais amado!
Com carinho,
Vivi Andrade.


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