Fonte http://casuloborboleta.blogspot.com
O ciúme é uma das emoções mais potentes e comuns a todos os seres
humanos. Todos nós já sentimos ciúmes numa ou noutra fase da nossa vida, por
isso não serão necessárias grandes definições. Na sua essência, consiste no medo
de perder para outra pessoa alguém que amamos.
Para as pessoas que afirmam não
sentir ciúmes, os especialistas alegam que estarão a enganar-se a si próprias
ou então que estarão a fugir e a negar a vivência do amor em si. O ser humano tem o
desejo inato de possuir os outros, principalmente aqueles que ama e considera
importantes para a sua existência. Isto acontece desde a mais tenra idade e irá
acompanhar-nos, em maior ou menor escala, até ao último sopro da nossa vida.
Por surgirem de uma forma instintiva,
os ciúmes não devem ser negados ou reprimidos. Contudo, pela sua pesada
carga irracional, devem ser objecto da nossa atenção e trazidos para o
consciente. O facto de não reprimirmos essa emoção não significa que a aceitemos.
Na realidade, na medida certa, os
ciúmes podem até trazer uma componente positiva ao relacionamento. Ao tomarmos
consciência que não queremos perder a pessoa que amamos, os ciúmes podem
contribuir para que cuidemos do relacionamento. Obviamente, cuidado não
significa domínio nem controlo da outra pessoa. Tratar os outros como uma propriedade sua ou
como uma extensão da sua pessoa não é saudável nem recomendável.
Quem sente ciúmes tem pensamentos e
sentimentos negativos em relação à ameaça de perda de algo que é para si
importante. Geralmente os ciúmes não são uma emoção simples, pelo facto de serem
acompanhados por uma panóplia de outras emoções tais como medo, insegurança,
ansiedade, desconfiança, raiva, humilhação, desgosto, depressão. Em suma, um
cocktail altamente destrutivo quando desgovernado e se não for devidamente
controlado pela razão. Enquanto que algumas pessoas conseguem
gerir bem as emoções, dificilmente exteriorizando o que sentem, outras não possuem
essa capacidade e necessitam expressar esse turbilhão de sentimentos através de palavras, acções
ou comportamentos.
Existem poucos relacionamentos
amorosos que não sejam abalados, num momento ou noutro, pelos ciúmes de um dos
elementos do casal e até mesmo de ambos. Não raro, terão levado à ruptura de relações e até mesmo ter sido os
ingredientes base de crimes passionais.
Se pensa que não é possível controlar
os ciúmes, saiba que na verdade podemos e devemos fazê-lo. A bem da nossa sanidade mental e dos
relacionamentos em si.
Para começar, a melhor coisa a ter em
atenção será procurar não fazer filmes. Quem é ciumento tem a tendência de
deixar que a sua imaginação corra mais veloz do que o vento, aceitando como
realidade coisas que até podem nem o ser. Uma pequena palavra ou gesto pode desencadear os filmes mais loucos na
sua cabeça. Como evitá-lo? Quem o explicou melhor terá sido Richard Bandler,
através da seguinte citação:
“...Por que esperar até que o seu
marido tenha uma aventura com outra mulher? Imagine-o tendo um caso agora,
neste instante. Visualize-o a cortejar outras mulheres,
a oferecer-lhes flores, por que não imaginar ainda mais e vê-los já à entrada
de um hotel? Sinta crescer dentro de si um ciúme doentio.
E depois, sinta-se tão mal que assim que ele pise a entrada da porta, o vá receber com gritos e palavrões. Afaste-o de si, e faça com que o vosso relacionamento seja tão mau que ele tenha mesmo que ir procurar outra pessoa para ter paz e ser feliz. A solução está em criar imagens positivas. Veja-se a si própria a ter uma aventura com o seu marido. Desfrute todas as sensações agradáveis produzidas por esse relacionamento amoroso. E quando ele chegar a casa, faça com que ele queira fazer tudo aquilo de bom com você...”
E depois, sinta-se tão mal que assim que ele pise a entrada da porta, o vá receber com gritos e palavrões. Afaste-o de si, e faça com que o vosso relacionamento seja tão mau que ele tenha mesmo que ir procurar outra pessoa para ter paz e ser feliz. A solução está em criar imagens positivas. Veja-se a si própria a ter uma aventura com o seu marido. Desfrute todas as sensações agradáveis produzidas por esse relacionamento amoroso. E quando ele chegar a casa, faça com que ele queira fazer tudo aquilo de bom com você...”
Identificou-se com a passagem
anterior? Não se esqueça nunca que nem tudo o que parece o é e que por vezes a
nossa mente se encarrega de ser o nosso pior inimigo.
Geralmente, os ataques frequentes de ciúmes são também desencadeados por
uma baixa auto-estima. É necessário que aprenda a acreditar em si próprio e nas
suas potencialidades. Nesse contexto, para que se sinta seguro de si, cultive tudo o que
esteja ao seu alcance para que se sinta bem na sua pele. Cuide de si e do seu
bem-estar. Potencie os seus pontos fortes e liberte-se de todos os hábitos que
o enfraqueçam. Aumente
os seus conhecimentos e a sua cultura geral. Mime-se e presenteie-se a cada
pequeno sucesso que obtenha. É necessário que se respeite e se faça respeitar e
que acredite que é um ser humano único.
Para trazer o problema ao consciente, poderá colocar-se as seguintes
questões assim que sente os ciúmes aflorar:
- Por que estou a sentir estes ciúmes? O que os
provocou?
- Como posso comunicar o que sinto ao meu
parceiro? Em que medida ele me poderá ajudar?
- O que posso fazer para amenizar estes ciúmes?
Para finalizar, compreenda a
importância de cuidar do relacionamento e de fazer tudo o que esteja ao seu
alcance para o fortalecer. Confiança e comunicação são essenciais. Fale
abertamente acerca de coisas que o incomodam e da forma como se sentiu. Apoie o
outro e faça planos para o futuro em conjunto. Fomente a partilha e a cumplicidade. Não
encare o relacionamento como um dado adquirido: reconquiste e seduza
permanentemente o outro, como nos tempos de namoro. Sobretudo, faça por se
divertir e por aproveitar todos os momentos. Agindo desta forma, não terá
sequer tempo para ser ciumento.
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