A VINGANÇA
Jules Olivier assina essa mensagem sobre “um dos últimos resíduos dos costumes bárbaros, que tendem a desaparecer dentre os homens”, que é a vingança, institucionalizada pela ignorância das leis divinas e pela imperfeição intelectual e moral do homem, no seu orgulho e no seu egoísmo.
Ela se constitui em “um índice seguro do atraso dos homens que a ela se entregam e dos Espíritos que ainda podem inspirá-la.”
O espírita, pelos conhecimentos que tem, jamais deve acolhê-la em seu coração e em sua mente, pois ela é, exatamente, o contrário do perdão, condição sine qua non do amar ao próximo como a si mesmo. Quem ama, perdoa sempre, e quem se exercita no perdão está desenvolvendo o amor ao próximo.
Quando sentir, dentro de si, o desejo de vingar-se de alguém - o espírita não é perfeito - no sentimento negativo da raiva, do ódio, dê uma parada, busque olhar-se como se fosse outra pessoa, e ore: - Perdão, meus Deus, ajudai-me a libertar-me desses sentimentos primitivos e negativos que ainda trago dentro de mim. Não os quero, desejo aprender a perdoar agora e sempre.
O autor comenta que o sentimento da vingança está, quase sempre, acompanhado da falsidade e da vileza que seria comportamento ou ato vil, degradante, indigno. , assumindo, muitas vezes, por razões diversas, uma atitude hipócrita, dissimulando os maus sentimentos que sente e o estimulam ao revide.
Calunia por traz, com insinuações, em voz baixa, espalhando boatos e mentiras, como quem não quer falar mal, dissimulando estar sendo amigo de quem o ouve, a fim de afastar do adversário seus amigos e parentes.
Ou então, ataca o adversário, citando fatos, falsos ou verdadeiros, de sua vida ou de seus familiares, que nada têm a ver com o do momento, para desmerecê-lo e humilhá-lo aos olhos dos outros. Ao invés de defender-se, ataca para desmoralizar.
“Ah! O covarde que se vinga, e dessa forma é mil vezes mais criminoso que aquele que vai direto ao inimigo e o insulta face a face!”
A vingança é um sentimento tão negativo, que impede quem o sente de perceber, não só as necessidades do outro, como as suas próprias necessidades espirituais, de amar e ser amado, pois este ser, busca vingar-se até dos que amam, da maneira como podem amar, mas que já é o amor em desenvolvimento.
O desejo de vingança leva o vingador a alegrar-se com os sofrimentos alheios e com sua participação em provocá-los, impedindo o desenvolvimento dos sentimentos da piedade, da compaixão, da abnegação, do amor. Quer dizer a pessoa VIGATIVA NÃO TEM DENTRO DE SE ESTES SENTIMENTOS, A...
É de fato, prova cabal do atraso espiritual de quem a sente e a alimenta. Necessita, pois, da compaixão, do perdão, das preces de todos os que assim a percebem, assim como Jesus ensinou e exemplificou.
O autor, que não sabemos quem é, escreve de maneira tão incisiva, tão determinada, sobre esse mau sentimento, que julgamos correto terminar com suas palavras: “Para traz, portanto, com esses costumes selvagens! Para traz com esses hábitos de outros tempos! Todo ser humano que pretendesse ter, ainda hoje, o direito de vingar-se, seria indigno de figurar por mais tempo na falange que tomou por divisa o lema: Fora da caridade não há salvação. Mas, não, não me deterei em semelhante ideia, de que um membro da grande família TERRENA possa jamais ceder ao impulso da vingança, mas, pelo contrário, ao do perdão.”
Leda de Almeida Rezende Ebner
Julho / 2010
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