RECALQUE
FONTE : Por Heloísa Noronha, do UOL, em São Paulo Jeff/UOL
Recalque é muito mais do que uma palavra da moda para alfinetar rivais.
Trata-se de um termo que reúne conceitos amplos para a psicologia e vai além da
inveja.
De acordo com especialistas, o recalcado é alguém que precisou, em algum momento da vida, abafar certos desejos e emoções.
E, a partir de então, tenta eliminar do inconsciente vontades que, muitas vezes, são consideradas inaceitáveis para ele.
Assim, quando a pessoa recalcada se depara com alguém liberando um desejo que ela considera difícil de realizar, a maneira de lidar com isso é censurando, criticando e reprimindo o outro.
São homens e mulheres frustrados, com dificuldade de entrar em contato com os próprios sentimentos, e que encontram no próximo uma maneira de extravasar isso.
Veja, a seguir, as características mais extremas dos r
Recalcados e descubra se tem algum perto de você.
OU SE VOCÊ SE ENCAIXA NESTE PERFIO
PESSOAS QUE ACHAM QUE TODO MUNDO MORRE DE INVEJA DELAS:
apesar de acharem que todo mundo está de olho em seu sucesso, na verdade, são
as pessoas recalcadas que se incomodam demais com os outros. Segundo o
psicólogo Elidio Almeida, a maioria das pessoas acha que a inveja é um
sentimento ruim. Então, é mais fácil ver alguém projetar a inveja que sente nos
outros, já que se trata de um sentimento difícil de admitir até para si mesmo,
do que aceitar o que sente. "E como o recalcado quer que o percebam, uma
maneira de chamar a atenção é dizer como os demais o consideram especial, digno
de destaque, já que é alvo de inveja",
: SENTIR DIFICULDADE DE ACEITAR CARACTERÍSTICAS ALHEIAS
QUE A PESSOA GOSTARIA DE TER:
essa é a base do recalque: o desejo do indivíduo
é suprido por outra pessoa, o que incomoda muito. Para a psicóloga Lourdes de
Paula Gomes, diretora da FACIS (Faculdade de Ciências da Saúde de São Paulo), a
dificuldade em admitir o brilho, a beleza, a inteligência ou quaisquer outras
qualidades do outro está ligada à baixa autoestima e a sentimentos de menos
valia. "E também a um alto grau de competitividade. O resultado vem na
forma de atitudes mesquinhas e controladoras, já que o recalcado não consegue
ser generoso consigo nem com os outros", diz Lourdes Jeff/UOL
ARRUMAR DEFEITOS NOS OUTROS OU ENALTECER OS QUE REALMENTE EXISTEM:
depreciar
amigos e colegas, enfatizando seus defeitos e dificuldades, é a forma que
pessoas recalcadas, que acreditam muito pouco em si mesmas, encontram para se
sentir valorizadas. É como se dissessem, nas entrelinhas: "Olha como o
fulano é limitado, enquanto eu sou brilhante". Há uma grande necessidade
de ser valorizado através da depreciação do outro. "O que os recalcados,
lamentavelmente, não consideram é que todo o esforço e energia psíquica que
investem para diminuir os outros poderia ser usada para adquirir repertório
para também conseguir ter as qualidades que gostaria", diz o psicólogo Elidio
Almeida
IMPLICAR OU SER SEMPRE "DO CONTRA":
exemplo típico são os
encrenqueiros das redes sociais, que adoram contrariar só para provocar uma
briga. Ser o antagonista em todas as situações sugere uma dificuldade do
indivíduo de lidar com as pessoas com as quais se relaciona. "Quem
contraria sem motivo, na maioria das vezes, só o faz para conseguir atenção
para si mesmo. É uma pessoa que prefere aparecer negativamente a não ser
lembrada", diz a psicóloga Lourdes de Paula Gomes, diretora da FACIS (Faculdade
de Ciências da Saúde de São Paulo). Trata-se de uma forma dolorosa de se
promover, como se o recalcado não pudesse lançar mão de suas habilidades para
se relacionar sem ter que desempenhar esse papel polêmico. Os recalcados são
muito autocríticos e, frequentemente, têm uma imagem ruim de si mesmos
QUERER SEMPRE PARECER MELHOR DO QUE O INTERLOCUTOR:
"Quem gosta de contar
vantagem, geralmente, são aquelas pessoas com baixa autoestima, que precisam
parecer mais interessantes", declara a psicóloga Andrea Lorena. São
indivíduos frustrados que necessitam da aprovação do outro para se sentirem
satisfeitos consigo mesmos. "Muitas vezes, a pessoa recalcada, que quer
parecer melhor do que os outros, está lançando mão de uma defesa psíquica para
encobrir suas inseguranças", afirma a psicóloga Cristiane Moraes Pertusi,
doutora em Psicologia do Desenvolvimento Humano pela USP (Universidade de São
Paulo)
TER DIFICULDADE DE RECONHECER O SUCESSO ALHEIO:
"Muita gente sente que o
sucesso alheio significa que estamos fracassando. Na verdade, quase nunca há
relação entre esses fatos. Várias pessoas certamente ganhariam muito mais se
tomassem o sucesso alheio como referência para sua escalada", fala o
psicólogo Elidio Almeida. O recalque caminha de mãos dadas com a inveja. Por
não se conformar com o fato de que outra pessoa tem aquilo que ele deseja, o
recalcado critica e diminui as conquistas alheias, quando poderia se dedicar a
buscar estratégias para conseguir aquilo também J
TENTAR CAMUFLAR A AUTOESTIMA BAIXA: na opinião do psicólogo Elidio Almeida,
hoje em dia, as pessoas são cobradas de tamanha forma que muitas se esforçam
para exibir um padrão de sucesso, autoestima e automotivação, muitas vezes
inalcançáveis. "Infelizmente, não são poucos os que realmente sofrem ou
não estão em condições e contextos mais adequados para viver plenamente esses
sentimentos. Aí terminam se obrigando a camuflar a realidade das suas emoções,
o que só traz mais sofrimento", fala o especialista. Segundo a psicóloga
Cristiane Moraes Pertusi, doutora em Psicologia do Desenvolvimento Humano pela
USP (Universidade de São Paulo), camuflar autoestima baixa pode ocorrer de
diferentes formas: diminuindo a outra pessoa, tecendo criticas em excesso,
realizando atividade pelos outros e não permitindo que o outro se desenvolva.
"É o caso de chefes inseguros que podam os funcionários mais
eficazes", diz
Imagem 9/11: USAR BENS MATERIAIS E SÍMBOLOS DE STATUS PARA
PARECER MELHOR DO QUE OS OUTROS: sintoma clássico de outra palavra da moda:
ostentação. "É importante ter em mente que bens materiais e símbolos de
status mostram muito mais a condição de como você está no mundo do que como
você é. O estar reflete a aparência, a superfície, enquanto o ser tem a ver com
a essência, a profundidade de suas ações e de seus valores", afirma a
psicóloga Lourdes de Paula Gomes, diretora da FACIS (Faculdade de Ciências da
Saúde de São Paulo). Um exemplo dado pelo psicólogo clínico João Alexandre
Borba? é o do sujeito que possui um carrão e debocha de quem tem modelos mais
simples. "É um clássico caso de recalque, pois, muitas vezes, o que
ostenta o carrão gostaria de não se preocupar tanto com a opinião dos
outros", diz
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