Quantas descobertas guardam a infância, um período que vai do nascimento até a adolescência. Embora curto, se trata de uma fase muito importante para o aprendizado que será levado para toda a vida. Os primeiros passos, as primeiras palavras, as emoções que se revelam, tantas coisas novas, aos poucos tudo vai ganhando forma, até que a criança vá se tornando cada vez mais independente e passe a compreender melhor o mundo ao seu redor. Muitos se recordam dessa época com saudade, outros nem tanto, tudo depende das experiências vivenciadas no passado, se tiverem sido positivas ou negativas. Mas sem dúvida, o conhecimento adquirido nos primeiros anos de vida, se refletirão na vida adulta, desde a forma como enxergamos o mundo como caminhamos em direção aos nossos ideais. E não há como lembrar ou falar sobre a infância, sem associarmos a esse universo especial das crianças, o papel da família, dos pais ou responsáveis por seu processo educativo, que envolve cuidar, proteger, educar e transmitir os melhores valores. Na visão espírita, a família assume uma função de grande importância na evolução dos espíritos que reencarnam como filhos ou dentro do mesmo circulo de convivência determinado. Cabe aos pais a missão de dirigi-los no caminho do bem, semelhante a jardineiros que devem oferecer cuidados para que o jardim possa crescer e florescer.Esclarece a questão 383 de O Livro dos Espíritos sobre a utilidade para o espírito passar pela infância. “ Encarnado, com o objetivo de se aperfeiçoar, o Espírito, durante esse período, é mais acessível às impressões que recebe, capazes de lhe auxiliarem o adiantamento, para o que devem contribuir os incumbidos de educá-lo”.Destacando a infância como um momento especial da existência, Allan Kardec publicou um artigo na Revista Espírita, em fevereiro de 1859:
“A infância tem, ainda, uma outra utilidade; os Espíritos não entram na vida corpórea senão para se aperfeiçoarem, se melhorarem; a fraqueza da juventude toma-os flexíveis, acessíveis aos conselhos da experiência, e daqueles que devem fazê-los progredir; é, então, que se pode reformar seu caráter e reprimir seus maus pendores; tal é o dever que Deus confiou aos seus pais, missão sagrada pela qual terão que responder”. São muitas as reflexões que se pode fazer sobre o valor da infância, que deve ser cuidada e preservada para que o mundo possa ser um lugar melhor, mas encerramos com as palavras Jesus sobre o valor da pureza de coração que encanta: “Deixai que venham a mim as criancinhas e não as impeçais, porquanto o Reino dos Céus é para os que se lhes assemelham. Digo-vos, em verdade, que aquele que não receber o Reino de Deus como uma criança, nele não entrará.” — E, depois de as abraçar, abençoou-as, impondo-lhes as mãos. (Marcos, 10:13 a 16.)