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Pelo menos uma parte da humanidade sente vontade (ou necessidade) de melhorar. Tornar-se uma pessoa melhor, mais amável, divertida. Ou responsável, organizada, focada, sonhadora.
Pelo menos uma parte da humanidade sente vontade (ou necessidade) de melhorar. Tornar-se uma pessoa melhor, mais amável, divertida. Ou responsável, organizada, focada, sonhadora.
O motivo pode ser
qualquer um, o fato é que todos temos algo para mudar e ansiamos por isso.
Mas, melhorar-se requer
antes de tudo se conhecer e esse sim é um empreendimento longo, que exige
paciência e muita coragem.
Podemos começar aos
poucos, identificando aquilo em nós que mais incomoda e tecer reflexões a respeito
disso.
Não precisa se forçar a
melhorar, culpar-se quando não conseguir e achar que é a pior pessoa do mundo
quando perceber que continua cometendo os mesmos deslizes.
O tal “amar a si mesmo”
é fundamental porque é justamente nesses momentos que precisamos olhar para nós
e ter compaixão.
Entender nossos erros,
mas sem anulá-los. Compreender a nós mesmos tal qual fazemos com as pessoas que
amamos.
Esses dias estive
refletindo sobre o que é uma missão de vida. Acredito firmemente que não
estamos neste mundo a toa.
Viemos para nos
aperfeiçoar na “arte de viver” e nos tornarmos pessoas melhores.
Os acontecimentos nos
levam a esse despertar, cedo ou tarde. Cada um no seu tempo, na sua conjuntura.
Mas todos estamos aqui com propósitos.
E quando esse propósito
começar a se tornar indispensável, os sinais começam a aparecer.
Vem de dentro a
urgência pelas mudanças. A gente pensa, às vezes, que é temporário, mas
quando percebe não tem mais volta.
É como o processo
de metamorfose da lagarta. Quando entramos no casulo só há
uma forma de sair dele: indo em frente e se transformando.
Todos que se identificam hoje com esse processo podem se sentir
perdidos, fora de lugar e assustados.
Quando o assunto é a “reforma íntima” é muito fácil falar, mas a
prática é extremamente delicado. Exige amor por si, renúncias, foco, fé em Deus
(seja qual for o seu) e certeza da temporalidade das coisas.
Quando entramos em processo de transformação pessoal é importantíssimo
saber que nada daquilo é permanente. Tudo vai passar. As dúvidas, o caos, o
medo. E quando passar virão certezas, paz e mais amor.
Não faz muito tempo eu acreditei que meu propósito nessa vida
envolvesse principalmente as outras pessoas.
A gente sempre acha que
se tornar uma pessoa melhor começa por fazer o bem aos outros, envolver-se em
trabalhos voluntários e ser bonzinho com todo mundo.
Nosso orgulho sempre quer ser o centro das atenções.
Mas pelo menos eu hoje
acredito que meu verdadeiro propósito é pessoal. É comigo o acerto de contas.
Os reparos serão feitos
em mim e não no colega do lado. Os discursos bem preparados são para mim e não
para uma plateia. A grande transformação virá e será vista talvez por quase
ninguém, a não ser eu mesma.
Passamos tempo demais
nessa vida alimentando nosso ego,
acreditamos que somos “coisa demais“. Até mesmo nossa relação com a divindade é
chula quando acreditamos que somos a voz de Deus para a vida do outro e não para
a nossa.
Hoje, o melhor que
posso identificar nesses anos já vividos é essa descoberta: meu maior
empreendimento é me conhecer. Não da boca pra fora, mas de verdade.
Hoje sei que só serei feliz, terei
plenitude e paz quando de posse do autoconhecimento for
capaz de identificar meus pontos falhos e aí sim iniciar os reparos.
É trabalho para a vida toda. Nunca
estaremos terminados, já que somos obra-prima de Deus. Mas quanto mais
avançarmos, mais estaremos livres do medo, que é grande rival do amor.
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