quarta-feira, 17 de abril de 2024

POEMA DIVINO.

  Pai nosso, que estás no céu, na terra, no fogo, na água e no ar. Pai nosso, que estás nas flores, no canto dos pássaros, no coração a pulsar; que estás na compaixão, na caridade, na paciência e no gesto de perdão.

Pai nosso, que estás em mim, que estás naquele que eu amo, naquele que me fere, naquele que busca a verdade. Pai nosso, que estás naquele que caminha comigo e naquele que já partiu, deixando-me a alma ferida pela saudade.
Santificado seja o Teu nome por tudo o que é belo, bom, justo e gracioso, por toda a harmonia da Criação. Sejas santificado por minha vida, pelas oportunidades tantas, por aquilo que sou, tenho e sinto e por me conduzir à perfeição.
Venha a nós o Teu reino de paz e justiça, fé e caridade, luz e amor. Reino que sou convocado a construir através da mansidão de espírito, reflexo da grandeza interior.
Seja feita a Tua vontade, ainda que minhas rogativas prezem mais o meu orgulho do que as minhas reais necessidades.
Ainda que muitas vezes eu não compreenda mais do que o silêncio em resposta às minhas preces, não Te ouvindo assim dizer: Filho aguarda, tua é toda a eternidade.
O pão nosso de cada dia me dá hoje e que eu possa dividi-lo com meu irmão. As condições materiais que ora tenho de nada servem se não me lembro de quem vive na aflição.
Pão do corpo, pão da alma, pão que é vida, verdade e luz. Pão que vem trazer alento e alegria: é o Evangelho de Jesus.
Perdoa as minhas ofensas, os meus erros, as minhas faltas. Perdoa quando se torna frio meu coração; quando permito que o mal se exteriorize na forma de agressão.
Que, mais do que falar, eu saiba ouvir. Que, ao invés de julgar, eu busque acolher. Que, não cultivando a violência, eu semeie a paz. Que, dizendo não às exigências em demasia, possa a todos agradecer.
Perdoa-me, assim como eu perdoar àqueles que me ofenderem, mesmo quando meu coração esteja ferido pelas amarguras e dissabores da ingratidão.
Possa eu, Senhor da Vida, lembrar de que nenhuma mágoa é eterna e de que o único caminho que me torna sublime é a humilde estrada da reconciliação.
Não me deixes cair nas tentações dos erros, vícios e egoísmo, que me tornam escravo de minha malevolência.
Antes, que Tua luz esteja sobre mim, iluminando-me, para que eu te encontre dentro de minh’alma, como parte que és de minha essência.
E livra-me de todo o mal, de toda violência, de todo infortúnio, de toda enfermidade. Livra-me de toda dor, de toda mágoa e de toda desilusão.
Mas ainda assim, quando tais dificuldades se fizerem necessárias, que eu tenha força e coragem de dizer: Obrigado, Pai, por mais esta lição!
*  *   *
Tudo o que nos cerca é poesia Divina. Há um traço de Deus em cada ser da Criação.
Busquemos por Ele no desabrochar das flores, no correr das águas, no canto do vento, no cintilar das estrelas.
Mas, acima disso, busquemos por Ele em nosso interior. Basta que, por um instante, fechemos os olhos e O sintamos: lá Ele está, dando rima aos versos de nossas vidas...

Redação do Momento Espírita.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 25, ed. FEP.
Em 9.9.201

segunda-feira, 15 de abril de 2024

Saiba como motivar seu filho a estudar

 

Saiba como motivar seu filho a estudar

Um bom rendimento escolar depende de vários fatores, e um dos mais importantes é o efetivo envolvimento das crianças e dos jovens. Reconhecidos por especialistas e profissionais da educação afirmam que os estudantes aprendem mais quando adquirem prazer pelos estudos.

papel da família é determinante para que o processo de ensino e aprendizagem seja bem-sucedido. Por essa razão, é necessário que compreendam a importância de uma educação de qualidade para a vida dos seus filhos — e, sobretudo, que saibam que isso vai muito além de tirar boas notas.

A seguir, vamos apresentar uma série de dicas valiosas para que você entenda como ajudar o seu filho na escola para que ele tenha um melhor desempenho nos estudos. Continue a leitura e saiba tudo sobre o assunto!

Entenda a importância da motivação nos estudos do seu filho

Estabelecer uma porta de diálogo com os filhos é uma chance para os pais compreenderem aspectos da personalidade que possam trazer dificuldades para o estudante. No entanto, isso também pode ser uma ótima oportunidade de animá-lo com os estudos.

Vale destacar que a palavra “motivação” deriva do termo em latim “motivus” que, por sua vez, significa “aquilo que move, que impele”, ou seja, para que o aluno queira realmente aprender, ele precisa de um motivo, de um objetivo. O estímulo para os estudos depende, assim, de um esforço de autoconhecimento e as conversas entre pais e filhos podem atuar nessa direção.

De modo a facilitar a incorporação das práticas pedagógicas ao cotidiano das crianças e dos jovens e contribuir para aumentar o interesse deles pelo ato de estudar, é fundamental que as escolas trabalhem em parceria com as famílias.

Para tanto, as instituições de ensino devem partir de duas premissas: cada estudante tem uma capacidade de entendimento diferente e todos precisam de um apoio constante para alcançar os seus objetivos.

Contudo, nem sempre o processo é fácil, pois ele implica um compromisso contínuo por parte dos pais e educadores. Por isso, é importante apurar uma visão a longo prazo, explicando os benefícios que um bom desempenho escolar pode proporcionar aos estudantes no futuro.

Descubra como motivar o seu filho a estudar

Como dito, a motivação é determinante no que diz respeito à performance educacional. Por essa razão, o seu filho deve ser estimulado a dar o seu melhor nos estudos de todas as áreas do conhecimento, e não só naquelas com as quais ele se identifica.

O apoio emocional da família é muito importante para a construção da autoconfiança e, consequentemente, para a conquista de bons resultados no que diz respeito ao aprendizado. Contando com a participação dos pais, o aluno terá mais chances de se destacar na vida escolar, superando o desânimo e quaisquer outros fatores que possam atrapalhar o desenvolvimento.

Veja a seguir algumas orientações importantes para que o seu apoio seja efetivo e eficaz!

Esteja disposto a ajudar

Demonstre sempre disposição para ajudar, pois alguns obstáculos não conseguem ser superados sozinhos. O estudante pode criar o sentimento de incapacidade, que prejudica o processo de motivação. 

Assim, acompanhe cada passo dos estudos e tente descobrir em quais aspectos o seu filho apresenta mais dificuldade. Com isso, ele sentirá mais segurança, percebendo que tem com quem contar.

Defina metas

Determine pequenas metas e tente demonstrar como elas são facilmente alcançáveis quando se tem empenho e dedicação. Dessa forma, a criança ou o jovem terá mais motivação para dar o próximo passo. 

É interessante propor, também, algumas recompensas em troca do bom desempenho. Só tenha cuidado e equilíbrio para que ele não se acostume a fazer as tarefas sempre esperando ganhar algo em troca.

Ofereça suporte emocional

Vale destacar novamente que o suporte emocional é fundamental para que o seu filho não se abale com pequenos fracassos. Portanto, deixe claro que você deseja ajudá-lo e mostre, desde a infância, que a persistência trará sucesso na vida escolar. 

O mais importante, nesse caso, é demonstrar que os obstáculos servem como estímulo para intensificar a dedicação aos estudos.

Estabeleça uma rotina

Nessa fase da vida, é comum que os jovens e as crianças se sintam um pouco perdidos diante de tantos compromissos. Essa agitação pode afetar o desempenho escolar. Os pais têm o papel de evitar ao máximo que isso ocorra. 

Portanto, defina horários para cada atividade, determinando uma rotina em que haja tempo para estudar e se divertir nas horas vagas. Além disso, seja rigoroso no monitoramento e cumprimento desses horários, para que o seu filho crie o hábito de estudar no período estabelecido.

Reconheça os momentos de esforço

Reconhecer o esforço feito pode ser muito positivo para o desenvolvimento do seu filho. Busque parabenizá-lo pelas conquistas, mesmo que sejam pequenas, e comemore cada vitória em família. 

Contando com apoio, compreensão e interesse dos pais nesse momento, o estudante vai valorizar mais os resultados e continuar se dedicando com ainda mais empenho para alcançar seus objetivos.

Entenda como incentivar os estudos em casa

Atualmente, o ensino a distância é uma realidade para muitos. Ainda que esse não seja o caso do seu filho, estabelecer uma rotina de estudos em casa é de fundamental importância para garantir a apreensão dos conteúdos ensinados em sala de aula.

No entanto, fatores como excesso de distrações, falta de contato pessoal, dificuldade com a organização, entre outros, podem tornar a tarefa de estudar em casa ainda mais difícil (e desinteressante) para as crianças e para os jovens.

Levando isso em consideração, oferecemos alguns conselhos a seguir para você ajudar o seu filho a desenvolver o interesse nos estudos feitos dentro de casa.

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Descubra o que funciona

Sabemos que nenhuma pessoa é igual a outra e isso vale também para o aprendizado, ou seja, cada pessoa aprende de uma forma diferente. Não existe uma fórmula mágica que vai fazer com que o estudante encontre motivação para os estudos do dia para a noite. Por isso, cabe aos pais descobrirem com os filhos, o horário, a ordenação e a maneira de estudar que funciona para ele.

Forneça um espaço exclusivo

Um dos elementos que influem de maneira decisiva na qualidade do aprendizado é a infraestrutura oferecida ao aluno, seja na escola ou em casa. Assim, é fundamental disponibilizar um espaço exclusivo e adequado para os seus estudos. Todo o material necessário deve estar ao seu alcance, bem como o ambiente deve ser o mais confortável e silencioso possível.

Afaste os elementos de distração

Ninguém consegue aprender sem concentração. Logo, os elementos de distração tais como celulares, computadores e televisão devem ser desligados ou afastados. Se o seu filho estiver estudando pelo computador, certifique-se de que aquela é a única tela acessível naquele momento. O excesso de informações faz com que o estudante não consiga focar em nenhum assunto e sem foco não há aprendizado.

Participe do processo

Nas escolas, as discussões e o contato constante com os colegas tornam o ensino muito mais interessante. Além disso, os estudantes podem assimilar melhor o conteúdo ao ensinarem seus companheiros de turma. Assim sendo, participar de algumas atividades educativas com o seu filho ou mesmo pedir para que ele explique algo a você pode ser uma ótima maneira de encorajá-lo a aprender mais.

Saiba qual é o papel da escola na motivação do aluno

As instituições de ensino têm um papel fundamental na motivação de seus alunos. Desse modo, os professores devem oferecer um aprendizado significativo, que estimule a socialização em relação ao mundo externo, fazendo com que compreendam e exerçam a cidadania.

Os docentes podem estimular o interesse pelas disciplinas, despertando o comprometimento com os estudos e as tarefas escolares, planejando e organizando suas aulas da melhor forma. Deve-se considerar, também, que o aprendizado de habilidades e capacidades facilita o alcance dos objetivos escolares.

Nesse sentido, as escolas têm a responsabilidade de desenvolver, além do pensamento lógico e da criatividade, meios para que os estudos possam ocorrer de forma atraente e eficaz. Para tanto, é preciso entender como os alunos aprendem e quais são as suas necessidades e metas. Assim fica mais fácil direcioná-los e orientá-los para desenvolver uma aprendizagem de qualidade.

Por fim, a missão do colégio deve ser a de oferecer oportunidades para o exercício pleno da cidadania para toda a comunidade educativa. Como espaço de reflexão nas diversas áreas do saber humano, a escola tem o dever de contribuir para a criação de um mundo mais harmonioso, compreendendo as dificuldades e acolhendo as diferenças.

Confira como os pais podem ajudar os filhos na escola

Assim como a instituição de ensino tem um papel central na educação das crianças e dos adolescentes, os pais também devem oferecer suporte para que o processo de aprendizagem seja o mais proveitoso possível. Os familiares podem prover tanto apoio aos estudos quanto apoio emocional, que é extremamente fundamental para a melhora do desempenho escolar. 

Para isso, os pais devem acompanhar diariamente os alunos e perguntar se há alguma dúvida ou dificuldade em relação ao que está sendo estudado. Caso o estudante esteja passando por algum desafio, vale a pena dialogar com a coordenação e avaliar quais são as melhores estratégias para superar a situação.

Há outras maneiras de auxiliar os filhos na escola que contribuem significativamente para a melhora do rendimento nos estudos. Acompanhe a seguir e confira mais dicas sobre o assunto.

Incentive o seu filho a gostar de ler

O hábito da leitura traz diversos ganhos para o desenvolvimento cognitivo e intelectual do estudante. A partir da leitura, a criança e o adolescente passa a compreender melhor o mundo ao seu redor, além de respeitar mais as diferentes culturas e visões de mundo. 

Por isso mesmo, incentive o seu filho a gostar de ler desde pequeno, para que a ação se torne um hábito em sua vida. Com o tempo, ele vai passar a se interessar cada vez mais e a ter preferências de gêneros literários diferenciados. É um fato que quem lê mais, escreve e compreende melhor o mundo. Sempre que possível, dialogue com o pequeno e fale sobre como tal atividade auxilia e potencializa os estudos.

Ofereça os recursos necessários

Os pais têm o dever de oferecer os recursos necessários para o bom desenvolvimento educativo. Se for possível, reserve um ambiente exclusivo em casa, silencioso, tranquilo e sem distrações para que o aluno tenha foco e motivação nos estudos.

Além disso, prover os materiais didáticos necessários, como cadernos, livros e dispositivos digitais, é fundamental para que ele possa fazer anotações e pesquisas sobre os temas das disciplinas de estudo.

Converse sobre o que foi aprendido diariamente

Outra maneira de auxiliar diretamente a criança e o adolescente é conversando diariamente sobre o que foi aprendido. Isso é fundamental para ter um acompanhamento efetivo do processo de aprendizagem e, também, para perceber se o seu filho está tendo alguma dificuldade.

Com isso, os pais podem buscar por ajuda externa, como um reforço escolar ou, até mesmo, conversar com a coordenação da escola. Entendendo mais sobre a rotina do estudante, fica mais simples encontrar uma solução para resolver potenciais problemas que podem atrapalhar o seu desempenho.

Dê o exemplo

Igualmente importante é dar o exemplo em casa, convidando a criança e o adolescente a ler um bom livro, ver um filme educativo ou, até mesmo, realizar alguma brincadeira intelectual de forma prazerosa e divertida. As atividades extracurriculares fora da escola são essenciais para manter o estudante sempre motivado e curioso.

Mas para que isso, de fato, dê certo, é importante que os pais se esforcem e sejam um exemplo para os pequenos. Talvez, seja preciso transformar alguns hábitos dentro de casa, sempre pensando no melhor para o avanço do seu filho.

Conte com a tecnologia

Hoje, a tecnologia está mais do que presente na educação das crianças e dos adolescentes: o recurso já é parte essencial do processo de ensino. Com a tecnologia, o aluno pode aprender mais rápido, de forma efetiva e ágil.

Assim, os pais podem investir e oferecer dispositivos móveis para facilitar os estudos, tanto dentro quanto fora da escola. Só é importante conversar com o pequeno sobre a importância do uso correto dos equipamentos, impedindo que se tornem uma distração prejudicial ao aprendizado.

Agora que você já sabe como ajudar o seu filho na escola, saiba que participar dos estudos da criança e do adolescente é essencial para aumentar o desempenho. Caso os familiares não deem atenção a isso, o aluno pode desenvolver ainda mais dificuldades e ter atrasos significativos em seu desenvolvimento. 

A dica, portanto, é estar sempre atento e, sob qualquer sinal desafiador, intervir para auxiliar o estudante. Tenha em mente que não é apenas a instituição de ensino que tem o dever de cuidar da educação, mas sim o trabalho conjunto com os pais. Assim, o seu filho terá mais chances de potencializar o processo de aprendizagem e ter, consequentemente, melhores resultados no ensino.

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Aprendendo a aprender':

 

Aprendendo a aprender': 3 técnicas indicadas por cientistas para qualquer pessoa melhorar nos estudos

  • Paula Adamo Idoeta - @paulaidoeta
  • Da BBC News Brasil em São Paulo
caderno de exercícios

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Neurociência nos dá pistas de como o cérebro absorve melhor a informação, o que pode nos tornar melhores aprendizes

A volta às aulas às vezes é encarada com desânimo por muitos alunos, diante das dificuldades em aprender conteúdos difíceis ou se preparar para exames importantes, como o Enem.

Mas será que há jeitos mais eficientes de estudar e de aprender, diferentes daqueles a que recorremos sempre?

Um livro recém-lançado no Brasil coloca isso em discussão. Aprendendo a Aprender para Crianças e Adolescentes - Como se Dar Bem na Escola (editora Best Seller) foi feito por três pesquisadores: a PhD Barbara Oakley, professora de Engenharia na Universidade e Oakland (EUA) e pesquisadora de psicologia cognitiva, o PhD Terrence Sejnowski, especialista em neurociência e neurobiologia computacional, e Alistair McConville, diretor de aprendizagem e inovação em uma escola britânica.

Oakley é a criadora de um curso online gratuito de mesmo nome ("Aprendendo a aprender") que foi um dos mais populares da plataforma Coursera em 2018, com mais de 1,7 milhão de pessoas inscritas. A pesquisadora ensina a tirar melhor proveito da forma como o cérebro registra informações, com base em evidências científicas.

A experiência vem dela própria: como má aluna de matemática e ciências na escola, Oakley se dedicou a aprender essas disciplinas mais tarde na vida porque percebeu que com elas poderia melhorar suas perspectivas profissionais. O caminho para isso, diz, foi se tornar uma "boa aprendiz" e "mudar seu cérebro".

A seguir, a BBC News Brasil seleciona técnicas sugeridas por ela e os demais pesquisadores do livro, que podem ser úteis para alunos de qualquer idade — e em qualquer tipo de estudo.

1. Empacou em um exercício?

Nosso cérebro, diz Oakley, trabalha de dois jeitos diferentes, que se complementam no aprendizado: o modo focado (quando estamos prestando atenção a um exercício, a um filme ou ao professor, por exemplo) e o modo difuso (quando o cérebro está relaxado).

Menino demonstrando frustração ao estudar

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Se você empacar em um exercício ou atividade, dê tempo a seu cérebro - seja com uma pausa de cinco a dez minutos, seja alternando entre exercícios

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Logo: As Estranhas Origens das Guerras Culturais
As Estranhas Origens das Guerras Culturais

Adaptação de premiado podcast da BBC ‘Things Fell Apart’, de Jon Ronson.

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"Acontece que o cérebro precisa alternar entre o modo difuso e o focado para aprender de forma efetiva", explica a cientista. Ou seja, relaxar a mente muitas vezes permite encontrar soluções para problemas — é o motivo pelo qual às vezes temos boas ideias durante caminhadas ou depois de uma boa noite de sono, quando o cérebro entra no modo difuso.

Então, se você empacar em um exercício ou atividade, mesmo tendo entendido a explicação inicial (o que é fundamental para seguir adiante), Oakley diz que é preciso dar ao cérebro a chance de sair do modo focado e entrar no difuso, seja com uma pausa de cinco a dez minutos para fazer outra coisa, seja alternando entre exercícios.

"Quando você estiver empacado em um exercício de matemática, o melhor a fazer é mudar o foco e estudar um pouco de geografia. Assim, você conseguirá avançar quando voltar à matemática", sugere Oakley.

"Se você sempre fica empacado em uma disciplina, comece por ela quando for estudar. Assim, consegue alternar com outras tarefas ao longo do dia (e dá ao cérebro a chance de alternar). Não deixe o mais difícil para o fim, pois você já estará cansado e sem tempo para a aprendizagem difusa."

A propósito, enquanto Oakley defende a alternância de atividades para manter o cérebro eficiente, ela é contra o multitasking — fazer muitas coisas ao mesmo tempo, por exemplo, ficar no WhatsApp enquanto estuda. "É um erro. Só conseguimos focar em uma coisa por vez", diz ela. "Quando mudamos o foco de atenção, perdemos energia mental e nosso desempenho piora."

2. Costuma deixar estudos e tarefas para a última hora?

A estratégia que os especialistas sugerem para evitar a procrastinação requer um despertador (ou qualquer outro tipo de temporizador) e uma "recompensa":

- Desligue todas as distrações (celular, TV etc.) e marque o temporizador para 25 minutos. Concentre-se na tarefa o máximo que puder, sem alternar com outra. Não pare para comer e rejeite interrupções;

cérebro aprendendo

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Estudo de última hora não dá ao cérebro a chance de consolidar o aprendizado - e a tendência é você esquecer tudo o que estudou

- Depois dos 25 minutos, dê a si mesmo uma recompensa (como assistir a um vídeo engraçado, ouvir uma música, brincar com o cachorro etc.) por cinco ou dez minutos. O anseio pela recompensa vai ajudar o cérebro a manter o foco nos 25 minutos de estudo. Isso vai colocá-lo em modo difuso e o ajudará a descansar, para então retomar o aprendizado com mais eficiência.

A sugestão é fazer esse procedimento quantas vezes forem úteis ao longo do dia para manter a motivação.

Explicar a um amigo ou escrever pontos-chave do aprendizado também ajudam o cérebro a guardar informações.

Mas talvez você se pergunte: para que estudar na segunda-feira se a prova é só na sexta? Oakley explica que deixar tudo para a última hora atrapalha o cérebro na hora de aprender.

Aprender, na prática, consiste em criar novas (ou mais fortes) correntes cerebrais. Quanto mais nos dedicamos a coisas novas, mais criamos correntes no cérebro. Quanto mais praticamos essas coisas e acrescentamos complexidade ao aprendizado, mais fortes e compridas ficam essas correntes.

Se você deixa o estudo para a última hora, não dá tempo para o seu cérebro fortalecer as correntes cerebrais — ou seja, para aprender de fato. O cérebro precisa, inclusive, de noites de sono para "ensaiar o que aprendeu durante o dia".

"Tempo e treino trabalham juntos para ajudá-lo a consolidar as ideias no seu cérebro. Se o tempo é curto, você não consegue criar novas estruturas no cérebro e ainda perde energia preocupando-se com isso", agrega Oakley.

"Quando aprendemos algo novo, precisamos revisar logo, antes que as espinhas dendríticas e as conexões sinápticas (termos técnicos que se referem à atividade em nossos neurônios durante a aprendizagem) comecem a desaparecer. Se elas desaparecerem, temos de começar o processo de aprendizagem todo novamente."

3. Esquece facilmente o que leu e aprendeu?

É comum a gente entender o conteúdo em aula, mas esquecê-lo quando vai estudá-lo em casa. Ou sublinhar o texto de um livro, mas mesmo assim não guardar na cabeça o que está escrito nele.

É que quando não praticamos o conteúdo, não focamos profundamente ou não damos tempo para ele ser assimilado, as conexões entre os neurônios do cérebro relacionadas àquele conhecimento podem facilmente desaparecer.

Jovem fazendo exercício de matemática

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Olhou a solução de um exercício de matemática e acha que entendeu o conceito? Então pratique-o. Apenas ler a solução não vai consolidar o entendimento no seu cérebro

"Não se engane: quando você apenas lê suas anotações, a informação não entra na cabeça", diz a autora.

Para isso, Oakley ensina uma técnica chamada de "recordar ativamente", que significa trazer ideias-chave de volta à mente.

Funciona assim: leia com calma o texto e anote, na margem ou em outro papel, uma ou outra ideia que você achar crucial no texto. Agora, o mais importante: depois de ler alguns trechos, tire os olhos do livro e veja se consegue lembrar, sem olhar, as ideias-chave que anotou. Repita-as na sua mente ou em voz alta.

Depois, tente lembrar a mesma informação em horários e lugares diferente — outra forma interessante de fixar a informação na nossa cabeça.

"Pesquisas mostram que recordar ativamente durante estudos garante resultados melhores na prova", diz o livro. Isso porque "a técnica não apenas coloca a informação na memória, como constrói o entendimento".

Dicas finais:

- Antes de dormir, faça anotações ou repense sobre o que aprendeu no dia. "Isso abastece seus sonhos e sua aprendizagem", diz o livro;

- Olhou a solução de um exercício de matemática e acha que entendeu o conceito? Então pratique-o. Apenas ler a solução não vai consolidar o entendimento no seu cérebro;

- Não estude com a TV ligada. O som captura parte da sua atenção, mesmo que você não esteja efetivamente prestando atenção na tela. A mesma ideia vale para o celular, que "rouba" as correntes cerebrais que deveriam estar focando nos estudos;

- Dormir bem (constantemente, e não só no fim de semana) ajuda a consolidar o que você já aprendeu e a abrir espaço para aprendizados novos;

Jovem dormindo com livro

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É durante o sono que o cérebro consolida o que aprendemos durante o dia

- Exercício físico faz novos neurônios crescerem, além de proporcionar momentos ótimos para estimular o modo difuso do cérebro, essencial ao aprendizado;

- Comida saudável e nutritiva, como frutas e vegetais, melhora a capacidade do cérebro de aprender e recordar.

Barbara Oakley diz que sempre tivemos interesse em melhorar nosso aprendizado — a diferença é que agora conseguimos usar a neurociência a nosso favor.

"Durante séculos, tivemos pouco conhecimento sobre como o cérebro realmente aprende", diz a pesquisadora por e-mail à BBC News Brasil. "Com a neurociência moderna, isso mudou. Por exemplo, podemos ver o que está acontecendo no cérebro, (mostrando que) reler e sublinhar são tão ineficientes se comparados com técnicas ativas, como relembrar, que promovem crescimento neural. Quando você entende como seu cérebro trabalha durante o aprendizado, é muito mais fácil usá-lo de modo mais eficiente e evitar técnicas que não funcionem."

Mas ela lembra que isso não dispensa um esforço individual.

"Como o bom aprendizado é geralmente mais difícil, nossa tendência às vezes é cair nas 'ilusões de aprendizado', de fazer as coisas do jeito fácil. Por exemplo, reler a página de um livro e achar que pegamos as ideias principais, mas não pegamos. Ou olhar a solução de um exercício e achar que entendemos como resolvê-lo, mas não entendemos. (...) Se você souber como usar seu cérebro com mais eficiência, vai economizar muito tempo, evitar muita frustração e expandir seus horizontes de aprendizado — até mesmo para matérias para as quais você acha que não tem aptidão."

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FAMILIA : Família é uma Árvore de Amor

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