terça-feira, 22 de setembro de 2015

DIA DA ÁRVORE






Aproveitamos a data especial para falar de um espaço que merece ser valorizado e que está a sua espera. Agora mesmo

TEXTO DA REVISTA BONS FLUIDOS

"Eu sou de todo mundo e todo mundo me quer bem. Eu sou de ninguém. Eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também.” A canção dos Tribalistas, composta por Marisa Monte, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes, toca a alma da praça. Imparcial e aberta. Acolhedora como a natureza, ela aceita quem quiser entrar. Área livre para dar um tempo, enquanto o verde faz sua parte em prol de nosso estar bem. Esqueceu como é? Então talvez seja a hora de calçar um par de sapatos confortáveis e voltar para lá.
Experimente
O sabor de nostalgia é comum aos frequentadores das praças. Mesmo quem não viveu esses tempos pode guardar em algum canto a memória coletiva do coreto e do footing – passeio comum do fim de tarde, quando as moças iam em uma direção e os moços na outra só para cruzarem os olhares. Falar de praça também é ficar com água na boca ao se lembrar da pipoca, que acabou de estourar, ou do algodão-doce, que derrete macio. Ou ainda o pé de pitanga, de jabuticaba, de amora, que deixa o ar e o chão coloridos. A sensação de colher as frutas no pé só se equipara ao sabor da diversidade. Tem gente para quem praça tem um gosto doce e salgado. Isolamento do barulho da cidade, mas também o encontro com pessoas diferentes. É um pouco de tudo.
Conviva
Por definição, este espaço público urbano deve ser livre de edificações e propiciar a convivência e a recreação. Embora ninguém esteja com isso em mente, sempre que surge a oportunidade a conversa flui gostosa. O motivo pode ser o sol ou não, a aula de tai chi chuan, o chazinho para a cólica do bebê. A socialização, de qualquer forma, acaba zelando pelo espaço. Praças abandonadas vão sendo revitalizadas. Árvores maltratadas podem ser amparadas.
Contemple
Se você pensa em um banco toda vez que alguém fala em praça, é porque já provou a sensação de ficar sentado ali sem ter que dar satisfação para ninguém. Só olhando o jardim e deixando o verde fazer sua parte. Há quem diga que as praças são templos a céu aberto. Concentram uma energia que acalma e convida os solitários a permanecerem em silêncio. Bom espaço sempre que sempre que se precisa colocar os pensamentos e as emoções no lugar. Banco, árvores frondosas e um momento de sossego. Precisa mais? A praça remove o estresse.
Conheça
A história de Rosely Brancaglione já ficou famosa. Um dia, passeando por uma praça próxima a sua casa, na Vila Madalena, em São Paulo, ela ficou chateada por não saber o nome de quase nenhuma árvore. Entrou em contato com o Departamento de Botânica da Universidade de São Paulo e o especialista José Ruben Pirani a ajudou a fazer a identificação das espécies. Daí surgiu o projeto que emplacou cuidadosamente as árvores. Graças a ela, quem passa pela pracinha sabe o que é uma sibipiruna, uma casuarina, um pé de jambo...
Comprometa-se
Uma praça pode revitalizar a cidade. Mas o que pode revitalizar a praça? Um teatro. Era o que sentia Ivam Cabral quando escolheu a praça Roosevelt, no centro de São Paulo, para instalar a Cia. Os Satyros. “Quando chegamos, em 2000, o lugar era dominado pelo tráfico e pela prostituição. Mas acreditávamos no poder de o teatro interferir no entorno e mudar a paisagem”, conta. A história da praça violenta vai mudando. Agora está mais para praça da criação.
21/09/2015 - 13:00

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