quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Amaldiçoar o próprio filho inconscientemente









Amaldiçoar o próprio filho inconscientemente

Fonte :Por Wilson Aquino (*)

Pode um pai ou uma mãe amaldiçoar o próprio filho? Mesmo consciente do amor que sente por ele a ponto de dar a própria vida para salvá-lo? Amaldiçoá-lo de forma que o impeça de crescer profissionalmente? Amorosamente? Enfim, de prejudicá-lo por toda vida? A resposta, infelizmente, é SIM! E pior: Essa maldição nem sempre é consciente. É sutil, sorrateira. Se disfarça de “educação rigorosa”, de “falar a verdade”, ou simplesmente por que os pais não se dão conta do poder e força das palavras dirigidas aos filhos no cotidiano ou em momentos de raiva, de explosão.
Expressões como: “... mas você é um incompetente mesmo!” ,... filho, você é um tapado...” , “Você NUNCA vai aprender...” , “Você é burro!”, “Você é uma infeliz”, “Você não presta mesmo!”, “Você nunca será alguém na vida...”, “Você nunca vai aprender nada na vida!”, “Você é uma tonta!”, “Você não respeita ninguém!” e tantas outras parecem fazer parte da “cultura educacional familiar” em lares brasileiros.
Muitos homens e mulheres, formados, casados e com filhos, têm dificuldade de relacionamento (amoroso, profissional, social...) e não se dão conta do por que dessa angústia, ansiedade e impossibilidade de se manterem relaxados e focados no crescimento profissional e pessoal. São muitos os que se debatem na vida e aqueles que podem, recorrem à terapia, mas nem sempre obtêm sucesso.
Isso porque o problema está alojado muito mais fundo. Está no espírito ferido! No espírito rotulado, amaldiçoado lá atrás pelos próprios pais.
A igreja tem papel fundamental nesse processo de cura. Basta o indivíduo seguir apenas dois mandamentos básicos: “Amar a Deus acima de todas as coisas” e “Amar ao próximo como a nós mesmos”. Com esse alicerce o processo de cura torna-se mais fácil.
Temos testemunhado e ouvido inúmeros casos de pessoas que estavam simplesmente “travadas” na vida por conta de maldições inconscientes que os próprios pais plantaram em suas vidas. Se deram conta disso quando “nasceram de novo” , por intermédio do batismo religioso e do fortalecimento em Deus.
Soube recentemente de um homem que não conseguia ter paciência com os próprios filhos e no trabalho e na rua tinha explosões de violência que não conseguia controlar. Era uma raiva muito grande que vivia entrando em erupção


. E isso o prejudicava enormemente em todos os ambientes. E assim foi até que um dia, num seminário (Veredas Antigas) para casais numa igreja, ele trouxe à tona um episódio – do qual não se lembrava, estava esquecido em seu interior – ocorrido quando tinha apenas 8 anos de idade. Alguns amiguinhos dele haviam dormido em sua casa e como ele tinha problema de urinar na cama, seu pai, no dia seguinte, na mesa do café, diante de todos, inclusive dos amiguinhos, disse em alto e bom som apontando para o filho: “temos aqui um mijão...”
Isso bastou para ferir aquela criança para o resto da vida e provocar os atos de violência e irreverência social e familiar. E como um milagre, a partir do momento que ele relembrou desse episódio, colocando-o para fora, mesmo achando-o “insignificante”, era a raiz de todo o mal que estava plantado em seu espírito. A partir desse dia passou a mudar seu jeito de ser. Passou a ser mais tolerante e deixou de “explodir” como antes.
Há que se observar sobre esse episódio, que o pai não tinha intenção alguma de simplesmente ferir o filho. Ele achava que dessa forma ajudaria o filho a não mais urinar na cama.
Assim como esse pobre homem, quantos outros não estão por aí, espalhados, perdidos em nosso meio, precisando da mesma ajuda? Cabe a cada um de nós fazermos a nossa parte e procurarmos, de fato, ajudar o próximo da melhor maneira possível. Amando e perdoando. Somente assim teremos filhos melhores educados e, consequentemente, um mundo melhor para viver.
Aos pais cabe ajudar a desenvolver nos filhos a autoconfiança, encorajamento e elogiá-los com sinceridade. Precisam mostrar que estão interessados no que fazem e demonstrar amor e preocupação por eles.
Na Bíblia, inúmeras passagens enfatizam esse dever, essa responsabilidade. Efésios (6:4) é direto e objetivo: “Pais, não tratem os seus filhos de um jeito que faça com que eles fiquem irritados. Pelo contrário, vocês devem criá-los com a disciplina e os ensinamentos cristãos”. Amém!
*Wilson Aquino é jornalista e Professor

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