terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

COMPORTAMENTO = Viemos Para Nos Aperfeiçoar E Nos Tornarmos Pessoas Melhores



Como Desarmar O Chilique De Um Filho Com Uma Pergunta

Eu não li todos os livros de psicologia infantil, nem fiz nenhum curso de como evitar/interromper/acabar com o chilique de um filho. Mas por conta de uma experiência pessoal relacionada à minha filha de 5 anos, eu quero muito dividir com vocês uma “fórmula” que aprendi recentemente para a gente conseguir mudar o rumo das coisas com os filhos que insistem em fazer drama por qualquer coisa.
Antes preciso contar uma história. Minha filha entrou na alfabetização por aqui, chamada de Kindergarten, e estava um pouco ansiosa, sempre repetia que não ia dar conta nas primeiras semanas de escola, ficando um pouco nervosa. E esse comportamento acabou se desdobrando em casa: ela aumentou as situações de fazer drama para qualquer coisa, mesmo as mais simples. Por indicação da escola, procuramos uma psicóloga infantil para algumas sessões, para que a Alice pudesse falar sobre o que estava sentindo e assim as coisas poderiam se acalmar.
Dentre as várias dicas que a psicóloga Sally Neuberger deu, uma eu achei fantástica, apesar de bem simples, e é exatamente por isto que eu quero contá-la aqui.
A psicóloga me explicou que precisamos fazer a criança se sentir respeitada, no sentido de darmos valor ao que elas estão sentindo. E assim, na hora de uma crise, seja porque motivo for, uma criança a partir dos 5 anos de idade precisa ser atendida no sentido de pensar e achar a resposta sobre o que está acontecendo com ela. Esta nossa valorização sobre o que ela está passando e ao mesmo tempo o fato de incluí-la na solução da questão desmonta a criação de caso.

De forma mais objetiva: quando um chilique começar – seja porque o braço da boneca saiu do lugar, seja porque está na hora de dormir, seja porque o dever de casa não saiu do jeito que ela queria, seja porque ela não quer fazer uma tarefa – seja o motivo que for, podemos fazer a seguinte pergunta para a criança, olhando nos olhos dela e com bastante calma: “Isto é um problema grande, um problema médio ou um problema pequeno?”
Aqueles momentos pensando a respeito do que está acontecendo à sua volta, sinceramente, pelo menos aqui em casa, se tornaram mágicos. E todas as vezes que faço a pergunta e ela responde, a gente dá um jeito de resolver o problema a partir da percepção dela de onde buscar a solução.
Um pequeno, sempre é rápido e tranquilo de resolver. Algum que ela considera médio, muito provavelmente será resolvido mas não na mesma hora e ela vai entender que há coisas que precisam de algum desdobramento para acontecer. Se um problema for grave – e obviamente que grave na cabeça de uma criança não pode ser algo a ser desprezado mesmo que para a gente pareça bobo – talvez seja preciso mais conversa e atenção para ela entender que há coisas que não saem exatamente como a gente quer.
Eu poderia dar vários exemplos onde tenho usado esta perguntinha nos últimos tempos. Um deles foi na hora de escolher a roupa para ir a escola (aqui não tem uniforme) e muitas vezes minha filha faz aquela cena para escolher a roupa, especialmente agora em que é preciso usar roupa de frio. Pra resumir: ela queria uma calça, a preferida dela estava lavando, começou o chororô e eu firme: Alice, isso é um problema grande, médio ou pequeno? Ela, sem graça, olhando para mim, falou baixinho: “Pequeno”. E eu mais uma vez expliquei que já sabíamos que problemas pequenos são fáceis de resolver.
Pedi sugestão de como resolveríamos aquele problema pequeno (aprendi que é importante dar tempo para ela pensar e responder) e ela: “Escolhendo outra calça”. E eu acrescentei: “E você tem mais de uma calça para escolher”. Ela sorriu e foi buscar outra calça. Dei meus parabéns por ela ter resolvido o próprio problema porque, claro, valorizar a solução é uma parte imprescindível para fechar a história.

Eu não acho que existe milagre na criação dos filhos. Outro dia estava pensando o quanto é uma verdadeira saga essa missão de colocar gente no mundo: atravessar todas as fases, trilhar caminhos que às vezes nos fazem cair em emboscadas, ter a humildade de voltar atrás para resgatar outra trilha. Este texto é sinceramente uma vontade grande de compartilhar uma luz que apareceu na minha estrada de mãe e eu espero de coração que sirva pra você também.
(Fabiana Santos é jornalista, casada, mãe de Felipe, de 11 anos, e de Alice, de 5 anos. Eles moram em Washington-DC. As respostas de “problema pequeno” estão ganhando de disparada e agora Alice até ri envergonhada com o início de um chilique sem sentido. Já teve vezes dela ser sincera em dizer: “Acho que isso nem é um problema, mamãe”).


“Para uma verdadeira transformação, o primeiro passo é se autoconhecer. Autoconhecimento ou conhecimento de si, em um sentido mais profundo não é absorção de informações. Este processo tem a função primordial de nos movimentarmos para um saber próprio, de modo a proporcionar construções e desconstruções. Deste modo, este conhecimento traz à luz muitas questões que muitas vezes passavam despercebidas (ou que não queríamos admitir), visto que na maioria das vezes, não desenvolvemos ainda um alto grau de intimidade conosco para alavancar nosso aprimoramento pessoal”
autoconhecimento é um processo transformador, o maior investimento que podemos fazer por nós mesmos, pois quando nos conhecemos, não reagimos impulsivamente aos nossos processos internos e à vida, mas desenvolvemos uma conexão consciente com nosso “eu” e com o mundo externo.

Através deste processo, nos é permitido conhecer e trabalhar nossos conflitos e resistências, ou seja, as nossas sombras, bem como conhecer e desenvolver os nossos recursos, possibilidades e potencialidades, aumentando, desta forma nossa autoestima, nos tornando mais fortes para encarar as adversidades da vida, gerando sentimento de autossatisfação, que é condição sine qua non para nossa felicidade e autorrealização profunda, o que é muito diferente do sentimento de euforia que o mundo nos oferece.

Em outras palavras, através do autoconhecimento, “nos encontramos e nos acolhemos na unicidade e complexidade que nos é própria, para a partir deste ponto de partida ser oportunizada a conscientização e consciencialização dos conteúdos subjacentes aos nossos estados afetivos e emocionais”; para rever valores e crenças e consequentemente nos posicionarmos como pessoas ativas e responsáveis diante de nós e da vida.
Neste processo concluímos que não somos os papéis sociais que exercemos, nem a percepção das pessoas a nosso respeito.

Do mesmo modo, não somos a identificação engessada que criamos de nós mesmos, o que geralmente tem função de máscara protetora e escudo de defesa para nos agarrarmos a uma imagem idealizada.
Geralmente a imagem que idealizamos para nós não corresponde integralmente a quem de fato somos.
Esta vem à tona diante de experiências catalisadoras que nos colocam frente a comportamentos automáticos e emoções disfuncionais que precisam ser prontamente trabalhadas.
O problema é que muitas vezes culpamos os outros e não admitimos que é uma questão nossa.

(Autora: Soraya Rodrigues de Aragão)
(Fonte: 
alquimiadavida.org)
* Texto reproduzido com autorização da administradora









Viemos Para Nos Aperfeiçoar E Nos Tornarmos Pessoas Melhores

Pelo menos uma parte da humanidade sente vontade (ou necessidade) de melhorar. Tornar-se uma pessoa melhor, mais amável, divertida. Ou responsável, organizada, focada, sonhadora.
O motivo pode ser qualquer um, o fato é que todos temos algo para mudar e ansiamos por isso.
Mas, melhorar-se requer antes de tudo se conhecer e esse sim é um empreendimento longo, que exige paciência e muita coragem.
Podemos começar aos poucos, identificando aquilo em nós que mais incomoda e tecer reflexões a respeito disso.

Não precisa se forçar a melhorar, culpar-se quando não conseguir e achar que é a pior pessoa do mundo quando perceber que continua cometendo os mesmos deslizes.
O tal “amar a si mesmo” é fundamental porque é justamente nesses momentos que precisamos olhar para nós e ter compaixão.
Entender nossos erros, mas sem anulá-los. Compreender a nós mesmos tal qual fazemos com as pessoas que amamos.
Esses dias estive refletindo sobre o que é uma missão de vida. Acredito firmemente que não estamos neste mundo a toa.

Viemos para nos aperfeiçoar na “arte de viver” e nos tornarmos pessoas melhores.
Os acontecimentos nos levam a esse despertar, cedo ou tarde. Cada um no seu tempo, na sua conjuntura. Mas todos estamos aqui com propósitos.
E quando esse propósito começar a se tornar indispensável, os sinais começam a aparecer.
Vem de dentro a urgência pelas mudanças. A gente pensa, às vezes, que é temporário, mas quando percebe não tem mais volta.
É como o processo de metamorfose da lagarta. Quando entramos no casulo só há uma forma de sair dele: indo em frente e se transformando.

Todos que se identificam hoje com esse processo podem se sentir perdidos, fora de lugar e assustados.
Quando o assunto é a “reforma íntima” é muito fácil falar, mas a prática é extremamente delicado. Exige amor por si, renúncias, foco, fé em Deus (seja qual for o seu) e certeza da temporalidade das coisas.
Quando entramos em processo de transformação pessoal é importantíssimo saber que nada daquilo é permanente. Tudo vai passar. As dúvidas, o caos, o medo. E quando passar virão certezas, paz e mais amor.
Não faz muito tempo eu acreditei que meu propósito nessa vida envolvesse principalmente as outras pessoas.

A gente sempre acha que se tornar uma pessoa melhor começa por fazer o bem aos outros, envolver-se em trabalhos voluntários e ser bonzinho com todo mundo.
Nosso orgulho sempre quer ser o centro das atenções.
Mas pelo menos eu hoje acredito que meu verdadeiro propósito é pessoal. É comigo o acerto de contas.
Os reparos serão feitos em mim e não no colega do lado. Os discursos bem preparados são para mim e não para uma plateia. A grande transformação virá e será vista talvez por quase ninguém, a não ser eu mesma.
Passamos tempo demais nessa vida alimentando nosso ego, acreditamos que somos “coisa demais“. Até mesmo nossa relação com a divindade é chula quando acreditamos que somos a voz de Deus para a vida do outro e não para a nossa.
Hoje, o melhor que posso identificar nesses anos já vividos é essa descoberta: meu maior empreendimento é me conhecer. Não da boca pra fora, mas de verdade.
Hoje sei que só serei feliz, terei plenitude e paz quando de posse do autoconhecimento for capaz de identificar meus pontos falhos e aí sim iniciar os reparos.
É trabalho para a vida toda. Nunca estaremos terminados, já que somos obra-prima de Deus. Mas quanto mais avançarmos, mais estaremos livres do medo, que é grande rival do amor.

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