O sentido do casamento
Por:
Pe. Paulo M. Ramalho - Publicado no Portal da Família em 07/02/2019
Eis a ideia para POSAMOS
refletirem ao longo da semana: “o
sentido do casamento”.
Nunca me esqueço das
palavras de um santo, chamado Josemaria Escrivá, a respeito do casamento. Ele
disse que o casamento é um caminho para os esposos alcançarem a santidade. E aí
falava que os esposos, quando se casam, são como pedras brutas, que com se
melhoram da convivência vão sendo lapidados
até que, no final, aparece a pedra preciosa que estava lá dentro.
Penso que essa ideia é
fantástica para entender o sentido do casamento. É verdade que o casamento tem
várias finalidades: a formação de uma família, a procriação de filhos, o viver
ao lado da pessoa a quem se ama, o preenchimento do nosso desejo de amar e ser
amado etc. Mas esse sentido do casamento como lapidação de uma pedra bruta
ilumina poderosamente o vínculo matrimonial.
Por quê? Porque aponta
o casamento para algo muito elevado e porque faz entender as dificuldades que o
cercam.
Em primeiro lugar,
aponta para algo muito elevado. O casamento é mais do que viver ao lado da
pessoa a quem se ama. É mais do que o desejo de formar uma família, de ter
filhos, que algumas vezes não vêm. É um caminho que nos conduz à santidade, à
perfeição humana e espiritual, que faz vir à tona a pedra preciosa que há em
cada um de nós. É um caminho que nos prepara para ir ao Céu, pois no Céu só
entram as pedras preciosas. Lá não entram pedras brutas. Não é maravilhoso
pensar que viver ao lado de quem se ama vai nos preparando para um dia nos
tornarmos uma joia preciosa e podermos entrar no Céu? O casamento é um caminho,
visto de outra forma, para atingirmos o amor perfeito. Ninguém nasce tendo o amor
perfeito. Esse amor, que é o amor de Jesus Cristo, que é o amor sem condições,
o amor incondicional, é algo que se alcança à base de muita lapidação. E no Céu
só entram pessoas que atingiram o amor perfeito.
Um parêntesis: a
doutrina cristã nos ensina que quem morre merecendo o Céu e não atingiu a
perfeição, o amor perfeito, passará pelo Purgatório para acabar de ser
lapidado.
Em segundo lugar, essa
ideia de São Josemaria Escrivá nos ajuda a entender os roces, todas as
dificuldades que há no casamento. Por que elas existem? Existem porque são elas
que vão ajudando os esposos a se lapidar, a se tornar melhores, a crescer na
capacidade de amar, a evoluir espiritualmente. Se elas não existissem, a pedra
bruta que somos nós não seria lapidada. Ficaríamos estagnados espiritualmente.
Pensar nisso dá força
ao casal para continuar adiante no casamento. Hoje a mentalidade é de busca
egoísta da felicidade. Sob essa mentalidade, não se entendem as dificuldades.
Um casamento que tenha um pouco de dificuldade é um casamento que não deveria existir.
Com essa mentalidade, o compromisso matrimonial torna-se extremamente volátil.
E o resultado é que as pessoas hoje se encontram tristes. Isso ocorre porque o
que se busca atualmente é uma felicidade pouco elevada, pouco espiritual, e
muito egoísta.
Vamos espalhar essas
ideias. Vamos ajudar as pessoas a entender com mais profundidade o sentido do
casamento. Vamos ajudar as pessoas a elevar o casamento a uma dignidade
altíssima. Vamos ajudar as pessoas a ver nas dificuldades do casamento uma
ocasião maravilhosa de santificação.
Uma semana abençoada a
todos!
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