quarta-feira, 17 de abril de 2019

O AMOR EM TEMPOS DE DESAMOR

O AMOR EM TEMPOS DE DESAMOR




Sobre os reflexos causados pela falta de empatia

No sensível filme francês “O fabuloso destino de Amélie Poulain” (se ainda não assistiu, assista!), uma frase soa como uma dolorosa verdade: são tempos difíceis para os sonhadores.
E esses são dias complicados principalmente porque estamos divididos. Não, não estou falando sobre o processo de impeachment que vem ocorrendo no Brasil. Essa divisão é muito mais antiga e muito mais abrangente.
Falo, sobretudo, da falta de empatia e de racionalidade. Falo do individualismo, cada vez mais presente no ser humano, que hoje fecha seus olhos diante das crianças nas ruas, da fome e da solidão. Falo dos engravatados, em seus carros importados e suas salas com ar-condicionado, pregando a meritocracia após uma vida inteira de benefícios.
Falo das pessoas que expressam o seu ódio sem nem mesmo entender o que está acontecendo. Informam-se apenas pelas manchetes, apenas por um veículo de comunicação e conhecem apenas um lado da história. Ainda assim ficam felizes ao ver que o policial matou mais um ou que a população fez justiça com as próprias mãos.
A mídia, por sua vez, faz questão de alimentar esse ciclo de ódio. Convoca a população a se revoltar, mas não explica direito quais são os motivos para que ela se revolte. Há quem percebe que tem algo errado nessa história, mas também há quem apenas absorve a informação, como um robô programado para acreditar em tudo que vê, em tudo que lê, em tudo que ouve...
O comportamento agressivo é tão espaçoso que não deixa uma lacuna sequer para o diálogo. Não há como argumentar com quem espalha o ódio. Se você discordar de sua opinião será duramente agredido. Em um dia de “sorte”, a agressão pode ser apenas verbal. Nos outros dias, certamente virá acompanhada da agressão física.
E há quem feche os olhos para tamanhos absurdos. Existe quem atribua isso a um falso vitimismo, e há quem diga que o mundo está ficando chato. Claro! Para quem é egoísta e sempre esteve no poder, desprezando minorias, vê-las ganhando força pode ser um pouco assustador.
Até mesmo o amor parece ter se tornado egoísta. Quando casais se separam (ok, eu entendo que o motivo pode ser doloroso), ao invés de cultivarem uma boa lembrança ou simplesmente deixarem para trás, iniciam um jogo de vingança em que o vencedor é aquele que mais humilhar e expor o ex-parceiro.
E não se trata somente do amor romântico. Também tem faltado aquele amor em que uma pessoa olha para a outra e vê ali um ser humano, repleto de complexidades, histórias, formação cultural e valores. Hoje há má vontade para entender as razões e ideologias. As pessoas consideram mais fácil apenas ofender quem não pensa como elas. E assim, dia a após dia, o desamor nos distancia, nos torna frios e fecha os nossos olhos para tantos problemas.
Pode parecer uma utopia ou até mesmo uma infantilidade, mas o amor realmente pode salvar o mundo. Trata-se de ações que devem ser praticadas todos os dias, abrangendo respeito, empatia, abertura ao diálogo e solidariedade, acrescento mais caridade. Boas ações e bons sentimentos (assim como essa onda de ódio) são contagiosos. Só espero que mais gente esteja disposta a ser o cais dos aflitos, e não mais caos.




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