sexta-feira, 1 de maio de 2015

CARINHO DESDE A INFÂNCIA


CARINHO DESDE A INFÂNCIA
Criança boa é aquela que está limpa, alimentada e sem machucados, certo? Errado. Não basta apenas cuidar do bem-estar físico de seu filho, já que seu desenvolvimento psicológico e emocional também depende muito de suas ações e é vital para um crescimento saudável.
O diálogo e as manifestações de afeto são necessários desde cedo. A psicóloga Ana Pozza afirma: "A criança precisa se sentir pertencente à sua família e ela conseguirá isso através do diálogo, do amor, cuidado ecarinho. Uma criança que pertence a uma 
família permeada por diálogo e afeto, torna-se um adulto afetivo e maduro, pois aprende desde cedo a ouvir e falar adequadamente, torna-se mais seguro e aprende valores fundamentais, como o respeito".
É importante ter em mente que os valores e toda a carga cultural, emocional e comportamental da criança são dados pelos pais, pelos familiares e pelos demais adultos que convivem diariamente com ela. Tudo isso é transmitido por meio do diálogo e do afeto. Isso fica prejudicado quando os filhos recebem uma criação mais fria, na qual eles não se sentem acolhidos, amparados, amados, cuidados e observados.
"A criação dos filhos passa por uma mistura de afetividade e assertividade: ao mesmo tempo em que a criança sente que é amada, ela também deve ser estimulada à autonomia. Umacriança que não recebe afeto dos seus pais, pode se tornar insegura com o tempo, exigente, antipática ou distante. Uma educação mais fria pode gerar um adolescente distante, que não confia em seus pais para pedir orientação e compartilhar a vida, ou que os enfrente demais", afirma a psicóloga.
Sendo assim, a falta de carinho pode causar sérios problemas de comportamento, chegando a deixar a criança agressiva. Por outro lado, excesso de afeto e cuidado, sem qualquer estímulo à autonomia, num processo de superproteção, pode tornar a criança infantilizada e insegura.
Lembre-se que a comunicação não é apenas verbal, principalmente com as crianças que ainda nem aprenderam a falar. Tudo o que os pais fazem comunica algo aos pequenos e a forma como os pais tratam um ao outro indica à criança como ela deve se portar. Conversar com a criança, explicando as situações, falando sobre sentimentos, respondendo suas indagações ou contando histórias inventadas, por meio de leituras ou oralmente, são formas excelentes de estimular a inteligência emocional dela.
Algumas atitudes simples podem fazer toda a diferença para seu filho. Por exemplo:
- Ao passear com seu filho, converse sobre o que estão vendo, para onde estão indo.
- Fale sobre os diversos sentimentos do dia a dia. "Quando a criança diz "você é chata" enquanto a mãe tenta impor limites, ela pode responder: "todo mundo tem um pouco de chato e mesmo assim eu amo você" diz a psicóloga.
- No parquinho ou em alguma festa, as crianças podem apresentar certa timidez e não tomar a iniciativa de se aproximar das outras. Os pais podem emprestar a voz ao filho, ir com ele até as outras crianças e apresentá-las.
- É importante mostrar interesse pela infância e pelo momento que a criança está passando, no qual cada detalhe é imensamente importante. Pergunte sobre o dia ou a escola, conte situações sobre a sua infância e ensine algumas coisas por meio de fantoches ou bonecos, dando vida a eles e interagindo com seu filho.
- Nunca bata na criança, deixe as regras claras e converse. Se, ainda assim, ela insistir em fazer birra, deixe-a chorar sozinha e diga que, assim que ela se acalmar, vocês vão conversar.
Evite a incoerência de ir contra as próprias regras, permitindo que os pequenos consigam as coisas quando e como quiserem por meio de teimosia. E não compita com eles a respeito da hierarquia. Quem dá as regras são os pais, adultos. "Quando ocorre um caso de desrespeito, esta mãe deve comunicar ao filho o ato que cometeu, seja quando não cumpriu o que ela mesma prometeu ou quando ela mesma o violentou, através da agressão física, verbal ou emocional", conta Ana.

Manere nas exigências. Os filhos, geralmente, se esforçam bastante para serem bons e satisfazerem as expectativas dos pais, sendo assim, aceitos em seu meio. Expectativas em excesso podem provocar alto nível de tensão nas crianças, que acabam prejudicadas em seus talentos. "As expectativas podem gerar um peso difícil para a criança carregar, ficando ansiosa, tensa, agressiva", explica a profissional.
E tenha em mente que sua rotina não pode atrapalhar seu relacionamento com seus filhos. Por mais que o tempo em que os pais vão trabalhar e deixam a criança na escola ou com cuidadores seja necessário, é importante que quando estiverem em suas companhias possam aproveitar cada momento, conversar, brincar e se entrosar cada vez mais.
Uma criança que sente que é amada, orientada, estimulada a trocas e diálogos e respeitada em sua singularidade, acaba por ser mais feliz e cresce como um adolescente menos conflituoso, tornando-se um adulto maduro e responsável. Do mesmo modo que você adora recebercarinho dos pequenos depois de um dia cansativo de trabalho, eles também vão amar receber o seu depois de um dia todo sem sua companhia.
Juliany Bernardo 
VIDA EM SOCIEDADE
Há duas tendências muito fortes no ser humano: uma para buscar a autonomia, a auto-suficiência, a independência; e outra para fazer parte e pertencer a uma unidade maior.
Essa unidade maior pode ser definida como a família, a nação, uma ideologia, ou seja, um universo maior que tenha um significado importante. Dessa forma o indivíduo se desenvolve, ultrapassa sua individualidade e busca a integração com os outros.
Para se desenvolver de forma equilibrada, a pessoa precisa se comprometer, se adaptar, ceder. Tudo isso não é muito fácil, pois sempre haverá conflitos entre o eu e o outro, entre o querer tudo para si e precisar fazer algo para o outro. A vida em sociedade fica mais fácil quando entendemos que dependemos uns dos 
outros para viver melhor, e que juntos somos mais fortes.
Os seres humanos não vivem juntos apenas por escolha, mas porque a vida em sociedade é uma necessidade. Se alguém, por livre vontade, se isolasse numa ilha, com todos os recursos para sobrevivência, em pouco tempo sentiria falta de companhia e sofreria com a solidão, por não ter com quem compartilhar idéias, dar e receber afeto. Poderia até mesmo enlouquecer. Portanto, as pessoas satisfazem suas próprias necessidades vivendo em sociedade.
Quando a auto-estima - a visão que a pessoa tem de si mesma - é positiva, o relacionamento em sociedade torna-se mais fácil, mais saudável e mais satisfatório. O inverso também é verdadeiro, isto é, um bom relacionamento social alimenta a auto-estima positiva.
Para manter um bom relacionamento com as outras pessoas são necessárias algumas condições básicas: sermos autônomos, assertivos, confiantes e termos auto-estima elevada. Sem essas condições, atribuiremos aos outros a causa das dúvidas, fraquezas, incertezas e desconfianças que temos a respeito de nós mesmos.
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Em sociedade o eu e o outro sempre se relacionam, e as necessidades sociais vão sendo estabelecidas. Elogiamos e somos elogiados; compreendemos e somos compreendidos; amamos e somos amados; vemos e somos vistos; valorizamos e somos valorizados. Até as frustrações são mútuas: rejeitamos e somos rejeitados; causamos dor no outro e ele em nós; discriminamos e somos discriminados. O certo é que para o bem e para o mal, querendo ou não, o outro é parte de nossa vida e nossa vida é parte do outro.
Muitas pessoas se queixam de que a sociedade define muitas regras e que sem elas a vida poderia ser melhor. A verdade é que cada um deve definir seu limite, respeitar a sua individualidade e também a do outro. Aí surge a pergunta: isso também não é uma regra?
A necessidade de nos mantermos unidos a outros seres humanos não é um capricho ou um desejo individual, é uma questão de sobrevivência orientada pelo instinto e referendada pela razão.
Aproveite para crescer, melhorar e aperfeiçoar-se como ser humano. Assim, você estará sempre motivado para praticar o bem e para o bem-estar de si mesmo e de todos os que convivem com você em sociedade.

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