O beijo nunca é apenas um beijo, revela estudo
FONTE : Dr. Cristiano Nabuco
Você alguma vez já se perguntou: O que é um beijo?…
Não sei se você sabe, mas o ato de beijar é algo prevalente em praticamente todas as culturas e sociedades ao redor do globo. Além disso, há, entre nossos primos distantes, os primatas, algo muito similar ao beijo dos humanos.
Isso seria então uma forte indicação de que o beijo não somente teria surgido de maneira acidental, mas na verdade, seria um mecanismo biológico que tem uma função muito peculiar. Eu explico.
O estudo
Uma pesquisa feita pela Universidade de Oxford tentou responder a esta questão, ao acompanhar durante algumas semanas mais de 900 indivíduos através de entrevistas e questionários e, a partir disto, algumas conclusões foram levantadas a respeito do que um beijo realmente pode significar.
Uma delas afirma que o beijo tem um papel complementar ao ato sexual e, de alguma forma, nos dá acesso à intimidade da saúde física do parceiro – informação primordial para nossos antepassados que não tinham como avaliar de maneira “rápida” a saúde do cônjuge. Lembremo-nos que o hálito, por exemplo, pode carregar diversas informações a esse respeito, além de trazer traços de variações hormonais etc, servindo-nos de uma poderosa “pista” a respeito do outro.
Portanto, o beijo nos permitiria, de forma instintiva, “colher” informações imediatas a respeito da condição física da outra pessoa, ou seja, se ela seria (ou não) segura para nos acasalarmos.
Outra conclusão foi a de que o beijo cumpre uma função de melhorar a excitação e o envolvimento sexual, o que ajudaria a criar um maior desejo das pessoas permanecerem juntas por mais tempo.
Uma terceira observação, segundo os pesquisadores, foi a de que o beijo, na verdade, seria um misto dessas duas hipóteses anteriores.
Nas pesquisas feitas em Oxford, surgiu ainda uma descoberta bastante interessante. Notou-se que entre o grupo avaliado, quando questionados, as mulheres eram as que mais se lembravam da qualidade do beijo de seus parceiros. O fato de elas serem as mais impactadas pela gravidez (pois seu corpo é o que mais se modifica) talvez faça com que as memórias mais longevas de um beijo se tornem um dos elementos mais importante na escolha correta dos parceiros.
O beijo para elas, portanto, diferentemente dos homens, as ajudaria na escolha de quais parceiros seriam mais saudáveis, afetuosos e, principalmente, com maiores chances de permanecer ao lado delas, o que poderia indicar que eles as auxiliariam igualmente na criação dos filhos – um elemento potencial na sobrevivência da prole de nossos antepassados.
Segundo os pesquisadores, o beijo nos ajudaria a mensurar as perspectivas que um parceiro(a) romântico(a) apresenta em termos da duração de uma relação, ou seja, um bom beijo seria um eficiente indicador ao nos assinalar parceiros que virão a ser um bom investimento no longo prazo.
Entendo, entretanto, que o relacionamento humano não é algo que possa ser muito simplificado, pois o beijo seria, em minha opinião, apenas mais um dos mecanismos envolvidos no cortejo. Lembremos que atração física, beleza facial e questões sociais também estão fortemente envolvidas neste processo.
Outros dados interessantes levantados pelos pesquisadores é que, para indivíduos que não procuravam relacionamentos de longo prazo, o beijo era muito importante antes do sexo, mas não depois. Já para aqueles com tendências mais estáveis de relacionamento, o beijo foi tão importante antes como depois do envolvimento sexual.
Curioso notar que aqueles casais que afirmaram se beijar mais frequentemente também apresentavam melhores níveis de qualidade de relacionamento, todavia, isso não queria dizer que a vida sexual deles seria mais ativa do que a média estudada.
Conclusão
Portanto, beijar é um ato muito mais importante do que se pode pensar nas mais diversas esferas do relacionamento humano, ao carregar poderosos elementos de comunicação interpessoal. A este respeito, George Sand, importante novelista francês do século 19 já dizia: “o beijo é uma forma de diálogo”.
É muito provável então que nos dias de hoje, quando os relacionamentos aparentemente são mais fugazes, beijar várias pessoas em apenas uma noite seja uma das formas ainda carregada com os mecanismos mais primitivos de separar, na multidão, alguém que venha a se tornar um(a) bom(a) parceiro(a) no futuro.
Assim sendo, um beijo nunca é apenas um beijo.
Dizem alguns, inclusive, que talvez devêssemos reconsiderar a expressão “amor à primeira vista” para “paixão ao primeiro beijo”. A chamada “química” entre duas pessoas, portanto, possivelmente contém elementos (positivos) desta verificação corporal.
E você, o que pensa a respeito?… O que o beijo particularmente lhe significa?…
“Se combina o beijo, já é meio caminho andado” – Cazuza.
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