Amor e Carência
Algumas pessoas se unem a outras por carência
afetiva ou por medo de ficar só. O amor é mascarado pela
necessidade de preencher um vazio deixado por motivos
ligados à infância ou ao passado espiritual da criatura.
Nesses casos, quando a carência é suprida e vem a
maturidade psicológica, um deles, ou os dois, estando em
crise, geralmente descobrem que não havia amor entre si.
Nem sempre quando o parceiro preenche as
necessidades sociais e culturais do outro, pode-se afirmar
que isso é amor. Casar ou unir-se a alguém pode ocorrer
por “imposição” cultural. Por vezes casa-se porque todo
mundo casa, porque os pais se casaram, os avós, o vizinho
e também por imaturidade psicológica.
Alguns procuram um parceiro para não ficarem sós,
por não saberem viver na solidão sexual ou emocional.
Necessitam de alguém para companhia, para sentirem-se
amparados e cuidados, para terem filhos, para não ficarem
sós na velhice.
Há também a procura do parceiro por necessidade
sexual, para permutar energias, para obter prazer,
descarregar seus desejos reprimidos. São diversos os
motivos pelos quais se procura um parceiro.
As decepções e abandonos sofridos na infância, as
perdas acumuladas e não elaboradas, podem fazer com
que as pessoas se liguem umas às outras, na expectativa da
satisfação inconsciente de solucionar aqueles conflitos.
A carência do amor está presente na criatura humana
e ela, muitas vezes, busca-o para satisfazer um outro nível
de necessidade. Alguma expectativa não atendida num
período de sua vida vai ensejar a necessidade futura.
Amar e ser amado é o desejo de toda criatura, porém
tal equação tem sido resolvida de forma dolorosa. É
realmente dolorosa uma existência sem amor. Intimamente
temos a necessidade de nos sentirmos unidos a alguém que
possa servir como catalisador de nossas emoções.
Necessitamos ser tocados, afagados, para nos sentirmos
vivos. Quem não sente falta de uma companhia nas horas
de solidão e de angústia? Principalmente uma companhia
amiga que nos devolva o que lhe oferecemos.
Se a solidão e a carência estão minando-lhe as forças
de forma persistente, investigue a fundo sua consciência
procurando descobrir em você, quais os aspectos que
podem ser transformados para facilitar seu encontro com o
outro.
Muitas vezes transformamos nossas vidas em
experiências de dores sucessivas por inabilidade para nos
relacionarmos adequadamente. O autoconhecimento e a
percepção de si mesmo favorecerão as mudanças que se
fizerem urgentes.
Se a saudade fizer aumentar a carência, não olhe
para o passado que não mais retorna, mas para o futuro
ditoso que nos aguarda, fruto do amor que dedicamos à
Vida.
A carência não resolvida pode nos levar à doença.
Pode permitir em nós a instalação de processos agressivos
ao corpo. O antídoto é o amor pelos que não têm amor. O
corpo é um vaso reflexivo do psiquismo que o usa.
Entendê-lo como caixa de ressonância nos permitirá
decifrar os mecanismos da mente que dela se utiliza.
A procura pela satisfação, a qualquer preço, das
carências instintivas, pode levar o indivíduo à obsessão e
insatisfação constantes. A carência em excesso conduz a
comportamentos desagradáveis, pois coloca sobre o outro
uma elevada exigência de provas de amor que acabam por
sobrecarregá-lo, ensejando o rompimento dos laços
afetivos.
Se você se encontra sob o signo da carência sexual,
não permita que sua união se dê por este motivo. Eleve seu
amor ao nível espiritual e ele acalmará sua sede instintiva.
A carência em ser amado, em ser querido por
alguém, pode ser satisfeita a partir do momento em que
nos dispomos a atender às necessidades de outros que se
encontram na mesma situação.
A carência, às vezes, decorre da posse que pensamos
ter sobre as pessoas. Não aprendemos a amar sem possuir,
sem libertar.
A dependência gerada pela satisfação superficial das
carências leva o indivíduo a perder seus referenciais e
limites. Toda dependência deseduca, como todo excesso
vicia.
Quando você se sentir só, sem um amor, sem nada
que lhe motive a vida, você estará carente do amor da
falta, que poderá mudar sua vida. Esse amor é aquele que
você precisa urgentemente destinar a algo ou alguém. Dê
amor que ele nunca lhe faltará.
A maior carência que temos é a de amar
verdadeiramente. Não a de sermos amados, mas a de
sabermos amar sem possuir. Ser amado sem amar
incomoda menos que amar sem ser amado, pelo nosso
estágio embrionário de evolução. Um dia saberemos amar
sem exigir amor.
A realização do amor não permite a instalação do
estado de carência naquele que ama.
Jesus, com seu amor, pode suprir a nossa
carência de amar.
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