Oferecer a outra face...
- Amanhã ele me paga! Não vai ficar assim! Que idiota eu sou! Por que não bati nele?
Júnior chegou gritando em casa, furioso. Certo de que a vingança era a melhor solução, começou a planejar o que faria no dia seguinte... Afinal, achava que as coisas não podiam ficar assim...
Seu pai, que havia percebido o desequilíbrio do garoto, puxou assunto, perguntando o que havia acontecido na escola.
Junior contou, então, que tinha sido agredido por Daniel, durante um jogo de Futebol.
O pai deixou o garoto desabafar, falando sobre humilhação, orgulho ferido e vontade de pagar na mesma moeda.
- Você já pensou que se der o troco, Daniel pode se sentir injustiçado, e entender que a sua reação foi exagerada, e querer vingança também? Violência gera violência, meu filho.
Sem entender, Júnior perguntou:
- Como assim? Estou no meu direito de devolver o que ele me fez!
- OLHA, Só porque alguns acham que violência é o caminho, não significa que essa seja a melhor atitude. Perante uma ofensa, três condutas são possíveis:
reagir com mais violência, fugir ou oferecer a outra face.Júnior chegou gritando em casa, furioso. Certo de que a vingança era a melhor solução, começou a planejar o que faria no dia seguinte... Afinal, achava que as coisas não podiam ficar assim...
Seu pai, que havia percebido o desequilíbrio do garoto, puxou assunto, perguntando o que havia acontecido na escola.
Junior contou, então, que tinha sido agredido por Daniel, durante um jogo de Futebol.
O pai deixou o garoto desabafar, falando sobre humilhação, orgulho ferido e vontade de pagar na mesma moeda.
- Você já pensou que se der o troco, Daniel pode se sentir injustiçado, e entender que a sua reação foi exagerada, e querer vingança também? Violência gera violência, meu filho.
Sem entender, Júnior perguntou:
- Como assim? Estou no meu direito de devolver o que ele me fez!
- OLHA, Só porque alguns acham que violência é o caminho, não significa que essa seja a melhor atitude. Perante uma ofensa, três condutas são possíveis:
- Mas, se eu não der o troco, vou passar por covarde...
- Será? Será, mesmo meu filho? Quem pensa assim não sabe que revidar é continuar a briga. O que você ganha com isso? Mais ódio. Muitas brigas são motivadas por pouca coisa, ou por coisas sem sentido, mas que crescem com o calor da discussão. Lembra do ditado: Olho por olho...? Assim todo mundo acabará cego!
Júnior conhecia o ditado, e achava correto devolver na mesma moeda. Mas a conversa estava fazendo com que ele percebesse a situação de uma maneira bem diferente.
- Fugir também não é a solução ideal, continuou o pai, porque transfere o ódio para uma situação futura. Muitos acham que violência é apenas socos e o uso de armas, mas, não é bem assim, a violência abrange muito mais: palavras e gestos podem ser violentos, e também os palavrões, que são lixo puro, jogado da boca de quem os falam.
Isso Junior já sabia. Há muito tempo que ele não dizia palavrão. E não gostava que falassem desse jeito perto dele. Ele queria agora saber sobre “oferecer a outra face”:
- Deixar ele bater nos dois lados da minha cara? E ficar imóvel? Nem pensar!
- Não, não é nada disso. Oferecer a outra face é mostrar que as coisas podem ser resolvidas de uma maneira diferente:
respeitar a opinião do outro, entender seus valores, compreender suas ações, perdoar a atitude desequilibrada.
Quem sabe o Daniel não teve realmente a intenção de te humilhar, e tudo não passou de um mal-entendido?
Aos poucos Júnior foi entendendo que a violência do mundo nasce na intimidade de cada um e que cada indivíduo é responsável por suas ações de violência ou de paz.
O pai explicou, ainda, que o oposto da violência é a mansuetude.
E que para ser manso, é necessário aprender a agir, ao invés de reagir, através de atitudes de paz, compreensão e tranquilidade.
Júnior achou difícil, mas prometeu a si mesmo que iria conversar com Daniel sobre o ocorrido, oferecendo, assim, a outra face, a face do entendimento e da amizade.
Claudia Schmidt
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