Cobras venenosas ou peçonhentas? Conheça mais sobre
as serpentes do Brasil
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Segundo o Instituto Butantan, atualmente o Brasil tem 370 espécies
diferentes de serpentes, Dessas, apenas 60 são peçonhentas, sendo menos de 15%
do total.
Dentre as cobras
peçonhentas, existem quatro gêneros diferentes no Brasil: Surucucu, Cascavel,
Coral, e Jararaca. Essa última representa sozinha 85% dos acidentes com esse
animal.
Qual a diferença entre cobra peçonhenta e venenosa?
Apesar de muitos
usarem os adjetivos peçonhenta e venenosa como sinônimos, existe uma diferença
entre os dois tipos.
Acontece que todas
as cobras possuem glândulas produtoras de veneno. Em 2013, uma pesquisa na
Universidade de Queensland, mostrou que mesmo as cobras que matam pela
constrição têm veneno, porém, algumas os tem em menor quantidade, e não possuem
um mecanismo inoculador.
Já a cobra
peçonhenta é a que tem algum mecanismo para injetar o veneno no organismo de
outros animais, como os dentes ocos por onde passa o veneno dentro.
As cobras
peçonhentas também não fogem do perigo quando se sentem ameaçadas, elas atacam.
Já as cobras
venenosas são as que produzem substâncias tóxicas, mas que não possuem um
aparelho inoculador, como dentes ou ferrões.
Os 4 tipos de
cobras peçonhentas no Brasil
Coral
(Leptomicrurus)
Esse grupo é
popularmente conhecido como cobra-coral, coral verdadeira ou coral, e é
responsável por apenas 1% dos acidentes no Brasil.
Apesar disso, elas
são consideradas as mais venenosas entre as serpentes peçonhentas brasileiras.
Essas cobras têm um
tamanho relativamente pequeno. São conhecidas pelo suas cores brilhantes e pelo
fato de existirem dois tipos delas, com características muito parecidas. Porém,
a coral verdadeira é peçonhenta, e caso a pessoa picada não seja socorrida, pode
falecer em poucas horas.
Identificar uma
cobra coral verdadeira da falsa é uma tarefa difícil, visto que elas são muito
parecidas, inclusive nas cores.
Uma das
características que as distingue é que ao se sentir ameaçada, a verdadeira não
foge. Apesar dessa espécie não dar bote, ela se enrola e espera o momento exato
para morder sua presa e injetar o veneno.
Enquanto isso, ao
se sentir encurralada, a coral falsa costuma fugir.
Outra
característica marcante desse tipo de cobra é que esse é o único grupo que não
possui fosseta loreal, que é um buraco que fica entre o olho e a narina da
cobra.
A fosseta funciona
como um sensor de calor para que esses animais possam identificar outros que
estejam próximos.
Cascavel
A cascavel é
responsável por 7% dos acidentes com cobras no Brasil. Porém, é o grupo que
apresenta maior taxa de mortes, com 1,8% dos casos.
Ela é considerada a
2ª mais peçonhenta das serpentes brasileiras, e pode ser encontrada no cerrado
do centro do Brasil, nas regiões áridas do Nordeste e em campos abertos no Sul,
Sudeste e Norte.
Sua característica
mais marcante é o chocalho que tem na ponte de sua causa, formada por vários
guizos. A cascavel pode atingir 1,6 metros de comprimento, e seu veneno é capaz
de paralisar os músculos e causar insuficiência renal.
Surucucu
Esse grupo é
responsável por cerca de 2% dos acidentes causados por cobras.
Um dos motivos pelo
baixo número é pelo fato da Surucucu viver em áreas de floresta densa, como na
região Amazônica. Além disso, esse serpente já esteve na lista de animais
ameaçados de extinção.
A espécie mais
venenosa desse gênero é a Surucucu pico-de-jaca (Lachesis muta). Essa Surucucu
é a maior serpente peçonhenta das Américas, e pode ultrapassar de 4 metros de
comprimento. Suas presas também são grandes, chegando a 2,5 cm ou mais.
Jararacas
(Bothrops)
As Jararacas são
responsáveis por mais de 85% dos acidentes com cobra no Brasil.
Ao todo são 20
espécies pertencentes a esse gênero, e eles normalmente vivem em regiões com
mata.
Esse tipo de cobra
tem um veneno que causa necrose nos músculos, inchaço, dor e hemorragia. Após a
picada, a pessoa deve receber o soro antiofídico em menos de quatro horas.
A Bothrops
Neuwiedi, também conhecida como Jararaca-cruzeira, é uma das mais perigosas da
sua espécie, sendo extremamente venenosa. Geralmente ela é encontrada em
Rondônia, Pará, Amazonas e Mato Grosso.
Cobras venenosas
As cobras não
peçonhentas podem até produzir veneno, porém não possuem inoculares para
injetá-lo em suas presas. Apesar disso, essas cobras podem ser bem perigosas,
não só para pequenos animais, mas também para humanos.
Jiboia (Boa
Constrictor)
É a segunda maior
espécie de serpente do Brasil, medindo de 2 a 4 metros. Essa espécie se
alimenta de aves, lagartos e roedores, e pode ser encontrada na Mata Atlântica,
no cerrado e na caatinga.
Essa cobra mata por
constrição, se enrolando na suas presas e as esmagando.
Sucuri (Eunectes
Murinus)
Essa cobra mede de
6 a 10 metros, sendo a maior cobra brasileira. Ela tem hábitos semiaquáticos, e
por isso é comum vê-las no encontro entre rios e lagos.
Essa espécie é
vivípara e suas presas costumam ser aves, mamíferos e jacarés. Apesar de ser
incomum, também há casos de ataque à humanos.