quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

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Cobras venenosas ou peçonhentas? Conheça mais sobre as serpentes do Brasil

 

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Segundo o Instituto Butantan, atualmente o Brasil tem 370 espécies diferentes de serpentes, Dessas, apenas 60 são peçonhentas, sendo menos de 15% do total.

Dentre as cobras peçonhentas, existem quatro gêneros diferentes no Brasil: Surucucu, Cascavel, Coral, e Jararaca. Essa última representa sozinha 85% dos acidentes com esse animal.

Qual a diferença entre cobra peçonhenta e venenosa?

Apesar de muitos usarem os adjetivos peçonhenta e venenosa como sinônimos, existe uma diferença entre os dois tipos.

Acontece que todas as cobras possuem glândulas produtoras de veneno. Em 2013, uma pesquisa na Universidade de Queensland, mostrou que mesmo as cobras que matam pela constrição têm veneno, porém, algumas os tem em menor quantidade, e não possuem um mecanismo inoculador.

Já a cobra peçonhenta é a que tem algum mecanismo para injetar o veneno no organismo de outros animais, como os dentes ocos por onde passa o veneno dentro.

As cobras peçonhentas também não fogem do perigo quando se sentem ameaçadas, elas atacam.

Já as cobras venenosas são as que produzem substâncias tóxicas, mas que não possuem um aparelho inoculador, como dentes ou ferrões.

Os 4 tipos de cobras peçonhentas no Brasil

Coral (Leptomicrurus)


Esse grupo é popularmente conhecido como cobra-coral, coral verdadeira ou coral, e é responsável por apenas 1% dos acidentes no Brasil.

Apesar disso, elas são consideradas as mais venenosas entre as serpentes peçonhentas brasileiras.

Essas cobras têm um tamanho relativamente pequeno. São conhecidas pelo suas cores brilhantes e pelo fato de existirem dois tipos delas, com características muito parecidas. Porém, a coral verdadeira é peçonhenta, e caso a pessoa picada não seja socorrida, pode falecer em poucas horas.

Identificar uma cobra coral verdadeira da falsa é uma tarefa difícil, visto que elas são muito parecidas, inclusive nas cores.

Uma das características que as distingue é que ao se sentir ameaçada, a verdadeira não foge. Apesar dessa espécie não dar bote, ela se enrola e espera o momento exato para morder sua presa e injetar o veneno.

Enquanto isso, ao se sentir encurralada, a coral falsa costuma fugir.

Outra característica marcante desse tipo de cobra é que esse é o único grupo que não possui fosseta loreal, que é um buraco que fica entre o olho e a narina da cobra.

A fosseta funciona como um sensor de calor para que esses animais possam identificar outros que estejam próximos.

Cascavel


A cascavel é responsável por 7% dos acidentes com cobras no Brasil. Porém, é o grupo que apresenta maior taxa de mortes, com 1,8% dos casos.

Ela é considerada a 2ª mais peçonhenta das serpentes brasileiras, e pode ser encontrada no cerrado do centro do Brasil, nas regiões áridas do Nordeste e em campos abertos no Sul, Sudeste e Norte.

Sua característica mais marcante é o chocalho que tem na ponte de sua causa, formada por vários guizos. A cascavel pode atingir 1,6 metros de comprimento, e seu veneno é capaz de paralisar os músculos e causar insuficiência renal.

Surucucu


Esse grupo é responsável por cerca de 2% dos acidentes causados por cobras.

Um dos motivos pelo baixo número é pelo fato da Surucucu viver em áreas de floresta densa, como na região Amazônica. Além disso, esse serpente já esteve na lista de animais ameaçados de extinção.

A espécie mais venenosa desse gênero é a Surucucu pico-de-jaca (Lachesis muta). Essa Surucucu é a maior serpente peçonhenta das Américas, e pode ultrapassar de 4 metros de comprimento. Suas presas também são grandes, chegando a 2,5 cm ou mais.

Jararacas (Bothrops)


As Jararacas são responsáveis por mais de 85% dos acidentes com cobra no Brasil.

Ao todo são 20 espécies pertencentes a esse gênero, e eles normalmente vivem em regiões com mata.

Esse tipo de cobra tem um veneno que causa necrose nos músculos, inchaço, dor e hemorragia. Após a picada, a pessoa deve receber o soro antiofídico em menos de quatro horas.

A Bothrops Neuwiedi, também conhecida como Jararaca-cruzeira, é uma das mais perigosas da sua espécie, sendo extremamente venenosa. Geralmente ela é encontrada em Rondônia, Pará, Amazonas e Mato Grosso.

Cobras venenosas

As cobras não peçonhentas podem até produzir veneno, porém não possuem inoculares para injetá-lo em suas presas. Apesar disso, essas cobras podem ser bem perigosas, não só para pequenos animais, mas também para humanos.

Jiboia (Boa Constrictor)


É a segunda maior espécie de serpente do Brasil, medindo de 2 a 4 metros. Essa espécie se alimenta de aves, lagartos e roedores, e pode ser encontrada na Mata Atlântica, no cerrado e na caatinga.

Essa cobra mata por constrição, se enrolando na suas presas e as esmagando.

Sucuri (Eunectes Murinus)


Essa cobra mede de 6 a 10 metros, sendo a maior cobra brasileira. Ela tem hábitos semiaquáticos, e por isso é comum vê-las no encontro entre rios e lagos.

Essa espécie é vivípara e suas presas costumam ser aves, mamíferos e jacarés. Apesar de ser incomum, também há casos de ataque à humanos.

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